O Grupo para avançar já no programa
eleitoral para 2019, sob a coordenação de Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente
do CDS e ex-secretário de Estado do Turismo, chama-se “Portugal.com Futuro”, e inclui
nove membros, com idades entre os 24 e os 44 anos, incluindo dois
independentes:
Nadia Piazza. Tem 39 anos, é natural do Brasil mas naturalizada
portuguesa, e tornou-se presidente da Associação de Vítimas dos Incêndios de
Pedrógão Grande depois de ter perdido o filho nos fogos. Não é militante do
CDS, mas tem-se destacado na sociedade civil pelo seu papel na defesa das
vítimas dos fogos. Ao Expresso, em Outubro, Nádia contou como viveu, à
distância, o dia trágico: estava na Irlanda a trabalhar num projecto para a
Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, onde é jurista e consultora, e só
quando chegou ao hotel é que se apercebeu das imagens que lhe tinham enviado do
cenário de terror. Começou a telefonar para o ex-marido, que estava com o filho
de ambos, mas sem sucesso. Veio para Portugal no dia seguinte, e aí é que se
deparou com o pior.
Pedro Mexia. Escritor, poeta e consultor de Marcelo Rebelo de Sousa
para a área cultural, tem 44 anos e também não é militante, apesar de estar
envolvido na organização das iniciativas do CDS de preparação para as
legislativas chamadas “Ouvir Portugal”. É cronista do Expresso e integra
o painel do Governo Sombra, onde comenta vários temas da actualidade.
Ana Rita Bessa. Deputada desde 2015, eleita pelo círculo de Lisboa,
tem 44 anos. Foi directora da LeYa Educação entre 2010 e 2015 e é a responsável
pela pasta da educação no grupo parlamentar do CDS. No congresso deste fim de
semana apresentou uma moção sectorial intitulada “Cinco prioridades para a
educação”, onde defende que a “construção de uma alternativa implica
políticas públicas como o acesso e a qualidade das vias profissionalizantes, o
combate ao insucesso escolar nos 2º e 3 ciclos, o aprofundamento da autonomia
das escolas a par de um sistema de avaliação externa”. Ana Rita Bessa faz parte
do núcleo mais restrito da direcção de Cristas, sendo vogal da comissão executiva,
e surge neste grupo como a única deputada em funções.
Francisco Mendes da Silva. Advogado, 38 anos, foi deputado à Assembleia da
República durante o curto período em que Passos Coelho e Paulo Portas formaram
governo pós-eleições legislativas de 2015. Francisco Mendes da Silva é
dirigente do CDS, sendo vogal da comissão política nacional (órgão de direcção
mais alargado), e comentador político no programa Sem Moderação, do canal Q,
com José Eduardo Martins, João Galamba e Daniel Oliveira. Na altura das
autárquicas fez uma publicação polémica no Facebook a criticar de forma
veemente a candidatura do social-democrata André Ventura a Loures, que contava
com o apoio do CDS. “Não há praticamente nada que André Ventura diga que
eu não considere profundamente errado, ligeiro, fruto da ignorância e de um
populismo que tanto pode ser gratuito, telegénico ou eleitoralista. Se perder,
tudo bem: que nem mais um dia o meu partido fique associado a tão lamentável
personagem”, escreveu. Pouco depois o CDS retirou o apoio ao candidato do PSD e
anunciou um nome próprio.
Mariana França Gouveia. É um dos rostos do processo de renovação que foi
conduzido por Assunção Cristas há dois anos, quando foi eleita líder do CDS e
levou caras novas para a direcção do partido. Mariana França Gouveia é, tal como
Francisco Mendes da Silva, vogal da comissão política nacional. Tem 43 anos, é
advogada e professora de Direito na Universidade Nova. Trabalhou no
Ministério da Justiça, é vogal do Conselho do Centro de Arbitragem Comercial da
Câmara de Comércio e Indústria e Membro da Comissão de Arbitragem da
CCI-Portugal, e, desde 2013, é vogal do Conselho de Administração da Fundação
Francisco Manuel dos Santos.
João Moreira Pinto. Tem 37 anos e é cirurgião pediátrico. Fazia parte
da direcção de Paulo Portas, como vogal da comissão política, mas não ficou nas
mesmas funções com a mudança de liderança. Actualmente é um dos colaboradores de
Diogo Feio no gabinete de estudos do CDS, que tem coordenado, segundo Diogo
Feio, “vários grupos de trabalho” daquele organismo de pensamento estratégico
do CDS nos últimos dois anos.
Graça Canto Moniz. Tem 29 anos e é, a par de João Moreira Pinto, uma das
responsáveis pelo Gabinete de Estudos, presidido por Diogo Feio.
É doutoranda na área de Protecção de Dados, depois de se ter licenciado em
Direito pela Universidade do Porto e se ter tornado mestre em Ciências
Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Jorge Teixeira. É o mais novo do grupo, com apenas 24 anos.
Licenciado em Filosofia e mestre em Ciência Política, é presidente da concelhia
do CDS do Barreiro e foi, nas últimas autárquicas, o candidato do CDS
àquela câmara. Surge neste grupo como o elo de ligação com a Juventude Popular.