sexta-feira, 23 de março de 2018

Putin, um politico de direita com políticas de extrema-direita.

história para os idiotas-úteis e para os mais novos... 

foi de novo eleito Presidente da Rússia, consolidando um regime centrado no culto do homem forte e que desdenha as regras das democracias liberais. Um regime com muitos inesperados admiradores. .

domingo, 18 de março de 2018

a fraude das sondagens...

Os erros sistemáticos de uma empresa de sondagens e sempre a favor do mesmo partido deturpam a democracia. Qualquer pessoa envolvida na política sabe que as sondagens servem propósitos políticos. Mobilizam o eleitorado dos partidos que estão na frente e desmobilizam aqueles com sondagens fracas.
A Lisboa política sabe que a Eurosondagem favorece sistematicamente o PS mas o Expresso e a SIC continuam a trabalhar com a empresa e a publicar os resultados. Tudo isto diz muito sobre o modo como se faz política em Portugal e sobre o desrespeito com que as elites políticas tratam os portugueses.
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Será que em Portugal
a sucessão de erros não afecta a credibilidade de uma empresa e
nada disto espanta ou admira os portugueses?
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Pelos dados de 2011 e de 2015, a Eurosondagem não só erra sistematicamente, como os seus erros favorecem sempre o mesmo partido, o PS, e prejudicam invariavelmente os partidos de direita. Como é possível que ainda se leve a sério as sondagens da Eurosondagem? O Expresso e a SIC não se preocupam com os erros da empresa com quem colaboram?
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Tudo isto diz muito sobre o modo como se faz política em Portugal e sobre o desrespeito com que as elites políticas tratam os portugueses.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Isto não é para assustar, mas há outras matas para limpar!

Há sinais e mais sinais de que alguma coisa grave pode acontecer.
Na saúde, na educação, nos transportes. Há mais matas para limpar.
Estamos como antes dos incêndios!
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É ensurdecedor o silêncio de uma esquerda que estaria aos berros há quatro anos:
- A principal ponte do país tem parafusos a cair e necessita de obras urgentes. 
- 60% das linhas de comboio em Portugal revelaram um índice de desempenho “mau” ou “medíocre” e os descarrilamentos dos últimos anos ocorreram em troços não modernizados.
- A maternidade de Coimbra e a área pediátrica do hospital de Évora estão em ruptura, os médicos e enfermeiros queixam-se de falta de condições e de meios todos os dias e as salas das urgências estão a rebentar entre surtos de doenças.
- Os alunos da Secundária do Restelo, como muitos, mas muitos mais, em todo o país, têm de levar cobertores e estar de casacos, gorros e luvas por causa do frio nas aulas porque a degradação das escolas se agrava, sobretudo no interior, e
os pais recebem pedidos de ajuda para comprar papel para fotocópias e para as casas de banho. 
- O Forte de Santo António da Barra está a cair aos bocados, como vários outros monumentos históricos. Mas se em Cascais há dinheiro e há salvação 
- em Peniche, não há salvação, porque o PCP quis salvar a simbólica prisão de se tornar um hotel, já há pedaços das velhas celas a chegar às Berlengas nem
- em Mafra onde os sinos podem cair em cima de alguém (mesmo turista) a qualquer momento. 
- Há esquadras, tribunais e hospitais em estado inqualificável. 
- Há  carruagens de comboios e alguns barcos a precisar de reforma urgente e
- o Metro sempre apinhado e atrasado sob constantes apelos de reforços
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O rol é interminável nas mesas dos vários ministérios e o silêncio ensurdecedor de uma esquerda que estaria aos berros há quatro anos, mas cujos fiéis parecem agora apenas preocupados com o facto de Passos ir ser professor catedrático convidado numa universidade pública
ou com quem escreve o programa do CDS
e a maior preocupação dos sindicatos e a grande discussão no ministério é a progressão dos professores.

(adapt. de “Isto não é para assustar, mas há outras matas para limpar” por Filomena Martins )

domingo, 11 de março de 2018

“Portugal.com Futuro” para memória futura!

O Grupo para avançar já no programa eleitoral para 2019, sob a coordenação de Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do CDS e ex-secretário de Estado do Turismo, chama-se “Portugal.com Futuro”, e inclui nove membros, com idades entre os 24 e os 44 anos, incluindo dois independentes:
Nadia Piazza. Tem 39 anos, é natural do Brasil mas naturalizada portuguesa, e tornou-se presidente da Associação de Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande depois de ter perdido o filho nos fogos. Não é militante do CDS, mas tem-se destacado na sociedade civil pelo seu papel na defesa das vítimas dos fogos. Ao Expresso, em Outubro, Nádia contou como viveu, à distância, o dia trágico: estava na Irlanda a trabalhar num projecto para a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, onde é jurista e consultora, e só quando chegou ao hotel é que se apercebeu das imagens que lhe tinham enviado do cenário de terror. Começou a telefonar para o ex-marido, que estava com o filho de ambos, mas sem sucesso. Veio para Portugal no dia seguinte, e aí é que se deparou com o pior.
Pedro Mexia. Escritor, poeta e consultor de Marcelo Rebelo de Sousa para a área cultural, tem 44 anos e também não é militante, apesar de estar envolvido na organização das iniciativas do CDS de preparação para as legislativas chamadas “Ouvir Portugal”.  É cronista do Expresso e integra o painel do Governo Sombra, onde comenta vários temas da actualidade.
Ana Rita Bessa. Deputada desde 2015, eleita pelo círculo de Lisboa, tem 44 anos. Foi directora da LeYa Educação entre 2010 e 2015 e é a responsável pela pasta da educação no grupo parlamentar do CDS. No congresso deste fim de semana apresentou uma moção sectorial intitulada “Cinco prioridades para a educação”, onde defende que a “construção de uma alternativa implica políticas públicas como o acesso e a qualidade das vias profissionalizantes, o combate ao insucesso escolar nos 2º e 3 ciclos, o aprofundamento da autonomia das escolas a par de um sistema de avaliação externa”. Ana Rita Bessa faz parte do núcleo mais restrito da direcção de Cristas, sendo vogal da comissão executiva, e surge neste grupo como a única deputada em funções.
Francisco Mendes da Silva. Advogado, 38 anos, foi deputado à Assembleia da República durante o curto período em que Passos Coelho e Paulo Portas formaram governo pós-eleições legislativas de 2015. Francisco Mendes da Silva é dirigente do CDS, sendo vogal da comissão política nacional (órgão de direcção mais alargado), e comentador político no programa Sem Moderação, do canal Q, com José Eduardo Martins, João Galamba e Daniel Oliveira. Na altura das autárquicas fez uma publicação polémica no Facebook a criticar de forma veemente a candidatura do social-democrata André Ventura a Loures, que contava com o apoio do CDS. “Não há praticamente nada que André Ventura diga que eu não considere profundamente errado, ligeiro, fruto da ignorância e de um populismo que tanto pode ser gratuito, telegénico ou eleitoralista. Se perder, tudo bem: que nem mais um dia o meu partido fique associado a tão lamentável personagem”, escreveu. Pouco depois o CDS retirou o apoio ao candidato do PSD e anunciou um nome próprio.
Mariana França Gouveia. É um dos rostos do processo de renovação que foi conduzido por Assunção Cristas há dois anos, quando foi eleita líder do CDS e levou caras novas para a direcção do partido. Mariana França Gouveia é, tal como Francisco Mendes da Silva, vogal da comissão política nacional. Tem 43 anos, é advogada e professora de Direito na Universidade Nova. Trabalhou no Ministério da Justiça, é vogal do Conselho do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria e Membro da Comissão de Arbitragem da CCI-Portugal, e, desde 2013, é vogal do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
João Moreira Pinto. Tem 37 anos e é cirurgião pediátrico. Fazia parte da direcção de Paulo Portas, como vogal da comissão política, mas não ficou nas mesmas funções com a mudança de liderança. Actualmente é um dos colaboradores de Diogo Feio no gabinete de estudos do CDS, que tem coordenado, segundo Diogo Feio, “vários grupos de trabalho” daquele organismo de pensamento estratégico do CDS nos últimos dois anos.
Graça Canto Moniz. Tem 29 anos e é, a par de João Moreira Pinto, uma das responsáveis pelo Gabinete de Estudos, presidido por Diogo Feio. É doutoranda na área de Protecção de Dados, depois de se ter licenciado em Direito pela Universidade do Porto e se ter tornado mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Jorge Teixeira. É o mais novo do grupo, com apenas 24 anos. Licenciado em Filosofia e mestre em Ciência Política, é presidente da concelhia do CDS do Barreiro e foi, nas últimas autárquicas, o candidato do CDS àquela câmara. Surge neste grupo como o elo de ligação com a Juventude Popular.

terça-feira, 6 de março de 2018

um aviso aos “bem pensantes”


“Antigamente, sempre que o “sistema” na Europa era desafiado, bastava mencionar “fascismo”, para os eleitorados isolarem os intrusos. Foi assim em França, em 2002, contra Jean-Marie Le Pen. 
Desta vez, em Itália, o perigo era o Movimento 5 Estrelas e a Liga (antiga Liga Norte).
Sim, são fãs de Putin, são proteccionistas, e abusam do contraste mitológico entre um povo inocente e uma oligarquia corrupta. Mas quando o regime tirou da gaveta as acusações do costume, o eleitorado não respondeu ao assobio do “fascismo”.
Muitos abstiveram-se, mas muitos mais aproveitaram o segredo das cabines de voto para escolher os candidatos proscritos pelos bem pensantes.” [...]
A Itália é, com Portugal, uma das economias que menos bem se adaptou à chamada “globalização”. Há duas décadas que diverge do resto da Europa. Mas o problema não é só o desemprego. É uma oligarquia que insiste em introduzir, como fez em 2015, centenas de milhares de imigrantes em sociedades envelhecidas, economicamente estagnadas e culturalmente confusas. [...]
Uma sociedade jovem, dinâmica e com valores claros poderia talvez dar oportunidades aos recém-chegados e começar a integrá-los. Foi o que aconteceu nos anos 60 e 70, embora os Estados, nessa época, não proporcionassem aos migrantes a assistência de hoje. Mas as sociedades europeias actuais já não são assim. O resultado é que as populações imigrantes não estão a integrar-se, mas a tornar-se o veículo para a projecção na Europa dos preconceitos e conflitos das sociedades de origem. [...]
Os populistas não são solução. Frequentemente, como agora na Itália, nem sequer é claro que sejam verdadeiras alternativas de governo. Falta-lhes os meios para mudar sociedades que, embora zangadas e aproveitando as eleições para votar neles, não desejam romper com a vida que a integração europeia lhes garante: por isso, na Grécia, o Syriza acabou como simples executante das políticas de Bruxelas, e na Itália, o 5 Estrelas e a Liga já se calaram sobre o euro."
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Agora a “cantiga” dos “bem pensantes” passou de “fascismo” a “extrema-direita”!~
Parece que em breve a teremos...
com a esquerda, bem pensante, a aplaudi-los!

segunda-feira, 5 de março de 2018

somos um “case study” de antiguidades e velharias! Portugal já tem um e parece que vai ficar com dois...

...a Itália foi a votos e 
com este resultado do PD italiano ficará para a História mais um desastre eleitoral dos sociais-democratas - SPÖ Austria, SPD Alemanha, PS França e, não esqueçamos, o PS português, etc. - a que nós por cá chamamos de “socialistas”.
(aos menos atentos relembro que em Itália já não há Partidos Comunista, nem Socialista, nem Democrata-Cristão e o Partito Democratico, herdeiro destes, deve ter acabado nestas eleições...)
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O mais votado foi o “5 Estrelas” que é movimento e não quer que lhe chamem partido, que não tem programa, que foi fundado pelo “palhaço”, que é dirigido(?) por um recente “nem-nem” que não se importa de fazer coligações mesmo contra a opinião do fundador "BeppeGrillo.
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Na coligação Centrodestra o partido centrista Forza Itália de Berlusconi deixou de ser o mais votado. Foi ultrapassado pelo populista Lega (o antigo Lega Nord per l'Indipendenza della Padania) a que os "opinion makers" chamam de extrema-direita e próximo do francês Front National de Le Pen. Com este resultado Matteo Salvini do Lega deverá ficar de Primeiro-Ministro e a hipotese de Silvio Berlusconi vir a ser Presidente da Itália fica comprometida.
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O desastre foi para o Centrosinistra (pró-União Europeia), onde já imperava a confusão da mistura: O Partito Democratico - do actual primeiro Paolo Gentiloni e do ex-primeiro Matteo Renzi – teoricamente social-democrata - juntava-se à extrema-esquerda do +Europa da Emma Bonino e à esquerda do Civica Popolare da Beatrice Lorenzin e dos Italia Europa Insieme e SVP – PATT.

sábado, 3 de março de 2018

União Nacional...outra vez!


Tardou nove décadas, e, colada pelo descaramento, a União Nacional lá se consagrou.
De repente (força de expressão), espécimes que tropeçam na língua e na decência têm Portugal inteirinho nas mãos. E não se prevê que o larguem. Pior: não se imagina quem queira obrigá-los a largar. Dado que o CDS é uma coisa de “direita” liderada por uma devota da regulação, a verdade é que uns 30% dos eleitores se encontram sem representação. Nem esperança. [...]
Contas por baixo, um milhão de votantes em 2015 não saberá no que votar em 2019,
se entretanto as eleições não tiverem sido abolidas para evitar transtornos divisionistas.

partidos políticos e eleições Itália para memória futura...


Os partidos da direita incluem, além da Forza Italia, os radicais da Irmãos de Itália e da Liga, ambos partidos separatistas, um ligado ao norte e outro ao sul do país, com raízes neofascistas e intenções de reduzir drasticamente a imigração.
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FORZA  ITALIA
Sílvio Berlusconi, líder do Força Itália, está impedido de concorrer nestas legislativas, mas isso não o tem impedido de participar na campanha eleitoral.
O antigo primeiro-ministro, de 81 anos, foi condenado em 2013 por fraude fiscal e só poderá voltar a concorrer a cargos políticos em 2019.
O partido que lidera tem feito da reforma fiscal e da redução transversal dos impostos as suas principais bandeiras.
Berlusconi defendeu a introdução de uma taxa única de imposto de 23%, aplicável quer aos rendimentos quer ao consumo. O objetivo, a cumprir ao longo da legislatura, será baixar a taxa única para 20%.
Matteo Renzi, do PD, reagiu de imediato à proposta, lembrando que Berlusconi nunca a pôs em prática nos três mandatos em que esteve à frente do governo italiano. E lembrou quanto poderia custar aos cofres do Estado: “Uma taxa única de 15% custaria 95 mil milhões de euros e uma de 20% custaria 57 mil milhões."
A proposta de Berlusconi representa um reforço da aliança com a Liga Norte, da extrema-direita. A taxa única de imposto de 15%, a que Renzi aludiu, é uma das propostas mais antigas da Liga, que se opõe às atuais taxas de imposto progressivas, que chegam a 43%.
Outro ponto de união entre o Força Itália, a Liga Norte e os Irmãos de Itália é a política de imigração. O partido de Berlusconi é frontalmente contra a imigração e acusa a esquerda de Renzi de “ter criado um problema que agora não consegue resolver”.
Numa entrevista, que deu esta semana ao canal de televisão Retequattro, Berlusconi criticou a política de “portas abertas” do país e anunciou que pretende iniciar um processo de expulsão dos mais de 600 mil imigrantes “em situação irregular” no país.
Berlusconi referiu-se à imigração como “uma bomba social prestes a explodir” e disse que os imigrantes “vivem de expedientes e do crime”.
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Por que é que o líder do partido Forza Italia, que foi primeiro-ministro quatro vezes mas está impedido de se candidatar ao lugar por ter sido condenado a dois anos de prisão por fraude, é considerado uma força positiva nas eleições? O “pai de todos os populismos”, como o ex-primeiro-ministro – um que nunca foi eleito - Mario Monti lhe chamou numa entrevista ao Le Monde, é visto por alguns analistas como uma presença estabilizadora da economia desequilibrada de Itália, uma das maiores economias da Zona Euro e um país cujos choques podem facilmente impactar todos os países da moeda única, e a força da própria moeda.
Berlusconi está a ser acolhido com “alívio”, escreve o analista Alberto Mingardi, diretor-geral do think tank italiano Instituto Bruno Leoni, no Politico, porque o ex-primeiro-ministro, enquanto líder do Forza Italia (cujo nome surge em grandes letras no logótipo partidário) vai poder controlar os representantes eleitos por este grupo, e os parceiros internacionais “veem-no como uma segurança na eleição”. Isto porque Berlusconi, “que diz que a Itália deve cumprir os objetivos orçamentais e reduzir os impostos mas sem aumentar o défice, parece a escolha de confiança”. Afinal, “a retórica de Berlusconi podia ser exagerada, mas as políticas que pôs em prática nunca o foram”.
No entanto, Berlusconi não tem tido medo de se aproximar da direita mais radical em temas como a imigração. O seu partido, Forza Italia, defende o fim da entrada de imigrantes, e tenciona expulsar 600 mil imigrantes ilegais se chegar ao Governo em coligação. Após um tiroteio em que morreram seis africanos em Itália, alvejados por um extremista de direita, Berlusconi reagiu repetindo a promessa de expulsão de imigrantes e, citado pelo The Guardian, disse que havia uma “bomba social à beira de explodir”.

LIGA NORTE
O partido, que defende maior autonomia para as regiões italianas, em especial, para o norte do país, pode vir a causar grandes dores de cabeça à União Europeia.
O líder do partido, Matteo Salvini defende a saída de Itália da UE. Salvini considera o euro “a moeda alemã” que tem causado danos a todos os outros países europeus e, em particular, à economia italiana.
O manifesto da Liga Norte afirma que Itália deve abandonar o clube dos 27, a não ser que o país consiga renegociar os tratados com a UE.
"Queremos permanecer na UE apenas se pudermos renegociar todos os tratados que limitam a nossa soberania plena e legítima. Na prática, o que queremos é voltar a adoptar os princípios da união económica europeia, anteriores ao Tratado de Maastricht", pode ler-se no manifesto.
As últimas sondagens revelam que o Liga Norte pode recolher 14% dos votos nas eleições do próximo domingo.
O acordo entre Berlusconi, líder da Força Itália e Salvini, da Liga Norte estabelece que se o “bloco” de direita ganhar as eleições, o líder do partido que recolher mais votos terá direito a nomear o primeiro-ministro e a definir a agenda política.

IRMÃOS DE ITÁLIA
O partido foi criado em 2012, na sequência de uma dissidência da coligação Povo da Liberdade, liderada por Berlusconi. A líder do partido, Giorgia Meloni fez parte do quarto executivo do antigo primeiro-ministro: entre 2008 e 2011 foi ministra das Políticas da Juventude.
A ex-jornalista chegou à liderança do partido em 2014, depois de se ter distinguido na oposição às políticas do ex-primeiro-ministro Mario Monti, um tecnocrata, ex-Comissário Europeu que assumiu o cargo após Berlusconi ter resignado.
Nas legislativas de 2013, o Irmãos de Itália conseguiu apenas 2% dos votos. Agora, concorre com o Força Itália, considerado por muitos o “aliado natural”.

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À esquerda, o partido de Matteo Renzi, com Gentiloni como candidato é o Partido Democrático (PD), que tem liderado a recuperação recente da economia italiana mas não consegue, com isso, obter apoio significativo junto dos italianos e o Livres e Iguais de Pietro Grasso.
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PARTIDO DEMOCRÁTICO
O partido que está no poder concorre a estas legislativas com uma agenda política vista como “conservadora” pelos analistas políticos.
O líder do partido, Matteo Renzi, tem tentado fazer valer junto do eleitorado o leve crescimento da economia durante a legislatura do PD que agora termina, aliada à queda ligeira do desemprego.
No plano europeu, o Partido Democrático defende a ligação do país à UE. Enquanto foi primeiro-ministro, Renzi cultivou boas relações com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Para lá dos trunfos económicos, o PD tenta também conquistar votos entre os apoiantes do atual primeiro-ministro, Paolo Gentiloni, cujos índices de popularidade estão bem acima dos do líder do partido.
Renzi foi derrotado no referendo constitucional de 2016, o que levou à sua demissão. Desde então, não conseguiu recuperar a popularidade que já conheceu junto do eleitorado italiano. Ao que tudo indica, o seu partido dificilmente conseguirá alcançar os resultados que levaram à sua eleição em 2014.
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LIVRES E IGUAIS
Criado em Dezembro passado pelo atual presidente do Senado italiano, Pietro Grasso, o Livres e Iguais assume-se como um partido de centro-esquerda que quer ser alternativa ao PD de Renzi.
Grasso goza de alguma popularidade a nível nacional, graças à sua carreira como procurador e à luta que levou a cabo contra a Máfia Italiana, a Cosa Nostra.
Sem programa muito definido, o principal argumento do Livres e Iguais é reunir todos os dissidentes e descontentes com o Partido Democrático. As sondagens apontam para que obtenha 6 a 8% das intenções de voto.
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Na extrema-esquerda o partido que parece ter mais intenções de voto, porém, é mesmo M5S - MOVIMENTO 5 ESTRELAS,
Fundado por Beppe Grillo e atualmente liderado por Di Maio. As suas propostas são as comuns de um partido populista e contra as regras instituídas: pretende instituir um rendimento mínimo de 780 euros, aumentar o défice, deitar fora “leis inúteis” que incluem as do trabalho e das pensões. Sem se posicionar nem à esquerda nem à direita, o movimento reúne votos de protesto de quem não vê as suas preocupações refletidas pelos partidos no espetro comum da política.
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Concorre isoladamente e as sondagens conhecidas apontam-no como o “primeiro partido de Itália”.
Sem uma tendência ideológica muito definida - tanto defende medidas consideradas de extrema-esquerda, como a saída da União Europeia, como políticas associadas à extrema-direita, sobretudo medidas anti-imigração.
O atual líder do movimento, Luigi di Maio, é uma das estrelas ascendentes da política italiana. Tem 31 anos e, num espaço de cinco anos, deixou de ser mais um nome a engrossar as listas do desemprego para se tornar vice-Presidente da Câmara dos Deputados.
Luigi di Maio frequentou os cursos de engenharia e direito na Universidade de Nápoles, mas não chegou a terminar nenhum e estava sem trabalho quando se juntou às fileiras do "5 Estrelas".
Agora, é líder da força política que se diz anti-sistema e pretende formar governo ou, pelo menos, alcançar votos suficientes para poder entrar num executivo de coligação.
Embora ainda não tenha definido futuros parceiros de governo, o 5 Estrelas admite forjar alianças logo que sejam conhecidos os resultados.
O Movimento 5 Estrelas é conhecido pelas posições eurocépticas e chegou mesmo a defender a realização de um referendo em Itália sobre a pertença à UE. Entretanto, Luigi di Maio retratou-se e declarou que “não é o momento certo para a Itália abandonar o euro”. Disse, também, esperar evitar o referendo, algo que agora encara como “o último recurso”.
A imigração é outro tema forte para o movimento, que reclama o “fim do serviço de táxi marítimo” para os imigrantes do Norte de África.
Se chegar ao governo, o 5 Estrelas promete revogar mais de 400 leis atualmente em vigor, entre elas, a que proíbe os pais de não vacinarem os filhos. O movimento (a par com a Liga Norte) defendeque os pais não devem ser forçados a vacinar os filhos.


sexta-feira, 2 de março de 2018

As geringonças têm notórias vantagens...


O alargamento da geringonça, agora a quatro (PS, PCP, BE e PSD), tem sido discutido do ponto de vista das vantagens eleitorais de cada partido. [...]
O PS sofreu nas eleições de 2015 o segundo maior desaire desde 1991, e deixou de acreditar na “Terceira Via”.
PCP e BE nem com o ajustamento cresceram eleitoralmente, e descobriram que é impossível sair do Euro.
O PSD foi dizimado nas autárquicas, e convenceu-se que as reformas só servem para perder votos.
Os quatro partidos da geringonça não são mais do que “aparelhos” assustados, a tentar manter-se acima da água, agarrando-se ao Estado. A lei das finanças, em que insistiram contra o presidente da república, pode servir de símbolo do cinismo que substituiu todas as ideologias. [...]
As geringonças têm notórias vantagens. Aos governos, poupa-os a um verdadeiro escrutínio, substituído por “sessões de trabalho” cúmplices. Às oposições, abre-lhes a porta dos celeiros e fumeiros do poder. É assim que a geringonça alargada lambe os beiços com a ideia de partilhar o dinheiro dos alemães, de dividir o Estado em feudos regionais (a “descentralização”), ou de se ver livre desse incómodo que é o Ministério Público.