A piada [no Rarissimas] é que
a minoria finge interpretar o
episódio ao contrário e, numa espectacular demonstração da inteligência que
atribui ao cidadão médio, apressou-se a culpar os culpados do costume, isto é,
os que ilibam os culpados reais.
[foi por isso que]
No instante em que se descobriu a
cumplicidade na tramóia de
- um ministro confiável, de
- um secretário de calções e de
- um punhado de socialistas alegres,
os funcionários da propaganda
lançaram a responsabilidade para cima
- da jornalista Ana Leal (porque fintou a censura, perdão, o
código de decência, perdão, as regras de preservação da privacidade),
- da esposa de Cavaco Silva (porque era madrinha da Raríssimas) ,
- de Pedro Passos Coelho (porque sim) e, principalmente,
- do pormenor criminoso de a
Raríssimas não pertencer ao Estado.
(in “O Estado, essa
doença comum” por Alberto Gonçalves)