Costa tem um duplo problema que lhe
será fatal. Não só julga que é mais esperto do que é, como pensa que os outros
são mais estúpidos do que são !
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“O percurso político fez de Costa um
candidato natural à liderança do PS há muitos anos ?
Mas é aqui que começam as dúvidas
sobre as capacidades de liderança de Costa. Em 2004, Costa gozava de um
currículo político superior ao de Sócrates. Deveria ter sido ele a disputar a
liderança contra Manuel Alegre. Mas não, foi Sócrates que avançou. É nestes
momentos que se revela a liderança política. Os líderes, normalmente, apanham o
comboio do poder à primeira; não esperam. Costa hesitou e esperou. Foi o
primeiro fracasso da sua carreira política. [...]
Em 2011, voltaram as hesitações de
Costa quando Sócrates abandonou a liderança do PS. Mais uma vez, Costa não
avançou e esperou. Estas hesitações mostram uma das grandes lacunas de António
Costa. Não goza de uma autoridade natural, indispensável à liderança política.
Como se nota agora, Costa tornou-se num PM sem autoridade. Um verdadeiro líder
quando fala sobre um assunto tem a última palavra e toma a decisão final. Mas
Costa fala e não decide, recua e volta a falar. [...]
O anti-Passismo das esquerdas, a
boleia de um Presidente da República muito popular e o crescimento económico,
para o qual o governo não tem qualquer mérito, fizeram dos dois primeiros anos
de Costa em São Bento um perído relativamente fácil.
Mas a qualidade dos líderes políticos
vê-se quando os tempos são difíceis. [...]
O governo enfrenta dois problemas
muito complicados. No essencial, o programa da geringonça está cumprido a
metade do percurso. O que vão fazer nos próximos dois anos? Ninguém sabe. Nem
nós, nem eles.
No fundo Costa tem um duplo problema
que lhe será fatal. Não só julga que é mais esperto do que é, como pensa que os
outros são mais estúpidos do que são. “
( in “Costa é mais fraco do que
se julga” por João Marques de
Almeida )