domingo, 3 de dezembro de 2017

a qualidade dos líderes políticos vê-se quando os tempos são difíceis !

Costa tem um duplo problema que lhe será fatal. Não só julga que é mais esperto do que é, como pensa que os outros são mais estúpidos do que são !
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“O percurso político fez de Costa um candidato natural à liderança do PS há muitos anos ?
Mas é aqui que começam as dúvidas sobre as capacidades de liderança de Costa. Em 2004, Costa gozava de um currículo político superior ao de Sócrates. Deveria ter sido ele a disputar a liderança contra Manuel Alegre. Mas não, foi Sócrates que avançou. É nestes momentos que se revela a liderança política. Os líderes, normalmente, apanham o comboio do poder à primeira; não esperam. Costa hesitou e esperou. Foi o primeiro fracasso da sua carreira política. [...]
Em 2011, voltaram as hesitações de Costa quando Sócrates abandonou a liderança do PS. Mais uma vez, Costa não avançou e esperou. Estas hesitações mostram uma das grandes lacunas de António Costa. Não goza de uma autoridade natural, indispensável à liderança política. Como se nota agora, Costa tornou-se num PM sem autoridade. Um verdadeiro líder quando fala sobre um assunto tem a última palavra e toma a decisão final. Mas Costa fala e não decide, recua e volta a falar. [...]
O anti-Passismo das esquerdas, a boleia de um Presidente da República muito popular e o crescimento económico, para o qual o governo não tem qualquer mérito, fizeram dos dois primeiros anos de Costa em São Bento um perído relativamente fácil.
Mas a qualidade dos líderes políticos vê-se quando os tempos são difíceis. [...]
O governo enfrenta dois problemas muito complicados. No essencial, o programa da geringonça está cumprido a metade do percurso. O que vão fazer nos próximos dois anos? Ninguém sabe. Nem nós, nem eles.
No fundo Costa tem um duplo problema que lhe será fatal. Não só julga que é mais esperto do que é, como pensa que os outros são mais estúpidos do que são. “

( in “Costa é mais fraco do que se julga” por João Marques de Almeida )