terça-feira, 31 de janeiro de 2017

juros a acrescentar à dívida!


Sinais

Hoje, o programa "Antena Aberta", da Antena 1, terminou mais cedo.
Cinco minutos antes do meio-dia, quando, normalmente, cessa em cima do sinal horário.
As coisas não correram bem.
Preparado o cenário para mais uma chuva de vitupérios contra Trump, sob o tema "as medidas anti-imigração". Ao inicial comentário, longo, do Bernardo Pires de Lima, conforme à narrativa adoptada, seguiu-se, pasmaram, uma maioria de opiniões  favoráveis ao acto do presidente americano.
[ouvir a partir do minuto 11]
A coisa estava feia.
O último ouvinte foi advertido de que só poderia falar durante pouco mais de um minuto.
Tanta pressa, para o tempo que restou até à hora certa ter sido ocupado com uma cançoneta.
Estes gajos não desistem de difundir, não o que é, mas o que gostariam que fosse e o que continuam a querer
que seja.
Porém, é certo é que convencem e mobilizam cada vez menos e cada dia mais evidente a diferença entre o que publicam e a realidade.
Mau para eles, mas bom para nós. (in Banda Larga por Rui Santos)

Antena Aberta de 31 Jan 2017 - RTP Play - RTP

Redes Sociais e Resistência democrática

Nas redes sociais prevalece a intolerância para com o “outro”. E Trump é um produto dessa fragmentação social. Resistir à javardice, na net e na política, ascendeu a forma de resistência democrática.
As redes sociais não dormem. Se não sabia, fica a saber:não deve comer numa Padaria Portuguesa onde, imagine, os donos se comportam como “patrões” e gerem o negócio para obtenção de lucro. Tal como não deve frequentar qualquer restaurante do chef José Avillez, que participou num festival gastronómico em Israel. Já agora, falando de Israel, também não convém nada gostar de artistas que lá dêem concertos, ignorando os apelos de boicote. Tenha cuidado com a sua imagem – não vista Ralph Lauren, que a marca aceitou pôr roupa sobre o corpo de Melania Trump. E escolha bem o seu barbeiro, não vá correr o risco de entrar num que seja exclusivo para homens e, por azar, também proíba entrada de cães. De resto, falando em cães, tenha as suas prioridades no sítio: entre um bebé e um cão, jogue pelo seguro e escolha o cão, que os pitbulls também são gente e isso é importante de reconhecer. Não é brincadeira. Mas, a propósito do humor, pondere bem com quem goza – uma tirada fora do sítio e acabou a sua vida social. Evite piadas sobre cães, gatos, periquitos, que os donos não apreciam. E não se atreva a falar sobre o Alentejo ou a caricaturar as minhotas, que com as identidades regionais não se brinca. Ah, sobretudo, perceba que a homossexualidade é um terreno proibido para o humor (não utilize expressões como “mariconço“) e que meter etnias à mistura merecerá todas as qualificações de racismo. Enfim, a lista de indicações é longa e todos os dias se actualiza.
Tudo isto é ridículo? Sim, tudo isto é ridículo. Mas está-se tão habituado a polémicas oriundas das redes sociais que se perde a noção do ridículo. E, pior, perde-se a visão sobre os efeitos destas polémicas.
Primeiro, o de curto prazo: a deterioração do debate público. Não é só a preferência por controvérsias absurdas e artificiais, alimentadas por uma total permeabilidade à manipulação dos factos e à disseminação impune de mentiras. É também o perigoso reconhecer das redes sociais como fonte legítima para posições e opiniões válidas sobre o que quer que seja. Afinal, as redes sociais são apenas uma ferramenta, quem tem opiniões são as pessoas. E não, o que aparece nas redes sociais não pode ser visto como representativo das vontades populares – nem todos as usam e nem todos os que as usam o fazem da mesma forma ou com os mesmos interesses. Um debate guiado pelas redes sociais é, portanto, um debate estéril. E os jornais, ao noticiarem sucessivamente o que se passa nas caixas de comentário do facebook, contribuem para essa troca de papéis.
Segundo, o efeito de longo prazo é ainda mais gravoso: a promoção de uma fragmentação social. Por todo o mundo, é-se diariamente invadido por esta pequenez persecutória das redes sociais, onde prevalece a intolerância para com todos aqueles que pensam diferente, gostam diferente ou fazem diferente. Uma intolerância que existe em bolhas cibernéticas e opera em bandos de likes e cliques, gerando maiorias ruidosas suportadas por minorias sem rosto. Uma intolerância que, pela intimidação, visa impor a sua visão do mundo esmagando a dos outros. Perceba-se o ponto. A questão não está na discordância – desejável numa sociedade democrática e pluralista – mas na incapacidade de aceitar a validade da opinião dos outros ou de reconhecer os factos que devem sustentar o diálogo.
Pode não parecer óbvio, mas esta fragmentação social ameaça a estabilidade das nossas democracias. Como bem apontou Barack Hussein Obama no seu último discurso oficial enquanto presidente dos EUA: uma soma de bolhas não faz uma sociedade e impede a construção de pontes em prol de objectivos comuns. Este será um dos grandes desafios dos tempos vindouros.
Acha que não? Então olhe para o presidente americano. Trump é um produto das redes sociais: alimenta-se do confronto e da fragmentação social, promove reacções por impulso, reflecte o mundo através de tweets de 160 caracteres, desrespeita as normas sociais, inviabiliza o diálogo porque desvaloriza os factos face às conveniências.
A sua ordem executiva, para restringir a entrada nos EUA de imigrantes oriundos de países de maioria muçulmana, resume-o. Não está em causa o impacto na segurança nacional – como seria fácil combater o terrorismo se bastasse impedir a entrada no país de quem vem de sítio A e sítio B. Está em causa a intensificação de um determinado ambiente social – mais crispação, mais medo, mais fragmentação. Teremos quatro anos disto, pelo que teremos também de saber viver com as incertezas. Mas há, claro, uma certeza: a de que resistir à javardice, nas redes sociais e na política, ascendeu a forma de resistência democrática. (in Resistencia Democrática por Alexandre Homem Cristo)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Um ano de Marcelo...

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Portugal nunca tinha tido, jamais, em tempo algum, um Presidente a fazer-se passar por primeiro-ministro. Agora já tem. Para António Costa, esta entrevista foi um alívio; para Marcelo, uma armadilha.
Para o Presidente, o país está espectacular. E isso deve-se ao facto de o primeiro-ministro ter percebido que, para sobreviver em São Bento, teria de deixar Marcelo governar a partir de Belém.
Marcelo vestiu-se de “optimista crónico e por vezes ligeiramente irritante” para celebrar o seu Ano 1. Não era preciso. O país não tinha disso necessidade. Antes ficasse pelos (inofensivos) afectos.
Parecia que estávamos perante um primeiro-ministro quando falou da Taxa Social Única e quando se assumiu como parte ativa da solução encontrada na concertação social. 
Quando falou de números, o Presidente também dava a ideia de trabalhar em São Bento e não em Belém. Ao achar que o défice vai ficar abaixo do que o Governo previa e que até o crescimento poderá ser um pouco maior…
o País deve-vos um pedido de desculpas. Após este ano de exercício do actual Presidente da República … concluo que tudo o que se disse e escreveu sobre os riscos da vossa eleição para Belém está mais que reduzido a cinzas. Lembram-se … que era um risco eleger alguém sem peso institucional (Maria de Belém)?! Isto para não referir o quão arriscado seria escolher um candidato (Henrique Neto) que tinha uma experiência política limitada.

para memória de um futuro próximo…

.Recandidatura: território marcado para Setembro de 2020
Política: as críticas veladas a Passos Coelho
TSU: ao lado do Governo em nome do crescimento
Défice e crescimento: mais otimista que Costa
Banca: linhas vermelhas para o Novo Banco

domingo, 22 de janeiro de 2017

Para memória futura: Discurso de posse de Donald Trump

Chief Justice Roberts, President Carter, President Clinton, President Bush, President Obama, fellow Americans and people of the world, thank you.
We, the citizens of America, are now joined in a great national effort to rebuild our country and restore its promise for all of our people.
Together, we will determine the course of America and the world for many, many years to come. We will face challenges. We will confront hardships. But we will get the job done.
Every four years we gather on these steps to carry out the orderly and peaceful transfer of power.
And we are grateful to President Obama and first lady Michelle Obama for their gracious aid throughout this transition.
They have been magnificent.
Thank you.
Today’s ceremony, however, has a very special meaning because today we are not merely transferring power from one administration to another or from one party to another, but we are transferring power from Washington, D.C., and giving it back to you, the people.
For too long, a small group in our nation’s capital has reaped the rewards of government while the people have bore the cost. Washington flourished, but the people did not share in its wealth. Politicians prospered but the jobs left and the factories closed.
The establishment protected itself, but not the citizens of our country. Their victories have not been your victories. Their triumphs have not been your triumphs. And while they celebrated in our nation’s capital, there was little to celebrate for struggling families all across our land.
That all changes starting right here and right now because this moment is your moment.
It belongs to you.
It belongs to everyone gathered here today and everyone watching all across America.
This is your day.
This is your celebration.
And this, the United States of America, is your country.
What truly matters is not which party controls our government, but whether our government is controlled by the people.
January 20th, 2017, will be remembered as the day the people became the rulers of this nation again.
The forgotten men and women of our country will be forgotten no longer. Everyone is listening to you now.
 You came by the tens of millions to become part of a historic movement, the likes of which the world has never seen before.
At the center of this movement is a crucial conviction that a nation exists to serve its citizens. Americans want great schools for their children, safe neighborhoods for their families and good jobs for themselves.
These are just and reasonable demands of righteous people and a righteous public.
But for too many of our citizens, a different reality exists.
Mothers and children trapped in poverty in our inner cities rusted out factories scattered like tombstones across the landscape of our nation.
An education system flush with cash but which leaves our young and beautiful students deprived of all knowledge.
And the crime and the gangs and the drugs that have stolen too many lives and robbed our country of so much unrealized potential. This American carnage stops right here and stops right now.
We are one nation, and their pain is our pain.
Their dreams are our dreams, and their success will be our success. We share one heart, one home, and one glorious destiny.
The oath of office I take today is an oath of allegiance to all Americans.
For many decades we’ve enriched foreign industry at the expense of American industry, subsidized the armies of other countries while allowing for the very sad depletion of our military.
We’ve defended other nations’ borders while refusing to defend our own. And we’ve spent trillions and trillions of dollars overseas while America’s infrastructure has fallen into disrepair and decay.
We’ve made other countries rich while the wealth, strength, and confidence of our country has dissipated over the horizon.
One by one, the factories shuttered and left our shores with not even a thought about the millions and millions of American workers that were left behind.
The wealth of our middle class has been ripped from their homes and then redistributed all across the world. But that is the past, and now we are looking only to the future.
We assembled here today are issuing a new decree to be heard in every city, in every foreign capital and in every hall of power. From this day forward, a new vision will govern our land.
From this day forward, it’s going to be only America first, America first. Every decision on trade, on taxes, on immigration, on foreign affairs will be made to benefit American workers and American families. We must protect our borders from the ravages of other countries making our product, stealing our companies and destroying our jobs.
Protection will lead to great prosperity and strength. I will fight for you with every breath in my body, and I will never ever let you down.
America will start winning again, winning like never before.
We will bring back our jobs.
We will bring back our borders.
We will bring back our wealth, and we will bring back our dreams.
We will build new roads and highways and bridges and airports and tunnels and railways all across our wonderful nation.
We will get our people off of welfare and back to work, rebuilding our country with American hands and American labour.
We will follow two simple rules: Buy American and hire American.
We will seek friendship and goodwill with the nations of the world, but we do so with the understanding that it is the right of all nations to put their own interests first.
We do not seek to impose our way of life on anyone, but rather to let it shine as an example.
We will shine for everyone to follow.
We will re-enforce old alliances and form new ones and unite the civilized world against radical Islamic terrorism, which we will eradicate completely from the face of the earth.
At the bedrock of our politics will be a total allegiance to the United States of America, and through our loyalty to our country we will rediscover our loyalty to each other.
When you open your heart to patriotism, there is no room for prejudice.
The Bible tells us how good and pleasant it is when God’s people live together in unity. We must speak our minds openly, debate our disagreements honestly, but always pursue solidarity.
When America is united, America is totally unstoppable. There should be no fear. We are protected and we will always be protected. We will be protected by the great men and women of our military and law enforcement. And most importantly, we will be protected by God.
Finally, we must think big and dream even bigger. In America, we understand that a nation is only living as long as it is striving. We will no longer accept politicians who are all talk and no action, constantly complaining but never doing anything about it.
The time for empty talk is over. Now arrives the hour of action.
Do not allow anyone to tell you that it cannot be done. No challenge can match the heart and fight and spirit of America. We will not fail. Our country will thrive and prosper again.
We stand at the birth of a new millennium, ready to unlock the mysteries of space, to free the earth from the miseries of disease, and to harness the energies, industries, and technologies of tomorrow.
A new national pride will stir ourselves, lift our sights and heal our divisions. It’s time to remember that old wisdom our soldiers will never forget, that whether we are black or brown or white, we all bleed the same red blood of patriots.
We all enjoy the same glorious freedoms and we all salute the same great American flag.
And whether a child is born in the urban sprawl of Detroit or the windswept plains of Nebraska, they look up at the same night sky, they fill their heart with the same dreams and they are infused with the breath of life by the same almighty creator.
So to all Americans in every city near and far, small and large, from mountain to mountain, from ocean to ocean, hear these words: You will never be ignored again. Your voice, your hopes, and your dreams will define our American destiny. And your courage and goodness and love will forever guide us along the way.
Together we will make America strong again, we will make America wealthy again, we will make America proud again, we will make America safe again.
And, yes, together we will make America great again.
Thank you.
God bless you.

And God bless America.”

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

para mais tarde recordar...



Foi preciso o Trump chegar à presidência dos EUA para que nas nossas televisões tivesse acontecido uma conversão súbita às vantagens do comércio livre.
Depois de anos a clamarem contra o imperialismo americano e a defenderem políticas patrióticas – ai a banca que vai ser espanhola, ai a PT que é sangue do nossos sangue, ai a CGD que é nossa… – os pivots e comentadores televisivos indignam-se pq o homem defende exactamente o mesmo que eles.

Por fim, não poderiam essas sapientes almas deixar de nos dizer pq não gostam de Trump mas sim porque ganhou ele as eleições? (by helenafmatos em Aleluia-4)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

para memória futura do "politicamente correcto"...

Amanhã começa o fim do (nosso) mundo
E pronto, é já amanhã ao meio dia de Washington, cinco da tarde de Lisboa, que Donald J. Trump toma posse, jurando cumprir a Constituição dos Estados Unidos da América (aquela que começa por “Nós, o povo…”) perante o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. A fórmula, que a maioria dos presidentes terminaram com a expressão “So help me God” (Assim Deus me ajude), deveria terminar, neste caso, com “So help us God” (Assim Deus nos ajude).
É um pequeno contributo do escriba para o verdadeiro sentimento de certas tomadas de posse.
Não digo que o mundo acabe, nem que comece outro. Mas há qualquer coisa na cerimónia de amanhã muito marcante, capaz de alterar o ecossistema em que nos habituámos a viver. Não é um homem qualquer que sobe ao mais elevado posto dos EUA e do planeta. E a sua singularidade é, aos olhos de muita gente negativa. Nunca, nos últimos largos anos, um presidente começou um mandato com índices tão baixos de popularidade.
O discurso já está feito. Quem o afirma é o próprio Trump num dos 33 500 twitts que já enviou aos seus 20,3 milhões de seguidores. Foi escrito há três semanas em Mar-a-Lago. O que considera serem "As oito promessas de Trump que ameaçam mudar o mundo" é o maior destaque no 'Público'. E quais são elas? Bem, é quase tudo - do comércio, à armas, passando pela China, o Médio-Oriente, o Irão, os refugiados e o consenso sobre as alterações climáticas.
A administração de Obama escreveu 275 memorandos (cerca de mil páginas ao todo), destinados ao presidente eleito, com material classificado, que vai desde o tema nuclear na Coreia do Norte, aos conflitos no Mar da China, passando pela campanha contra o Daesh.
Mas não sabe se alguém do lado de Trump os leu. Ninguém acusou a recepção. O mesmo não se pode dizer da última conferência de imprensa do ainda Presidente, ontem à hora do jantar em Portugal: foi bem recebida, sobretudo a parte em que pediu aos jornalistas para serem cépticos e não servis.O balanço que fez do seu mandato foi positivo, mas não seria de esperar outra coisa. A despedida do Presidente é o que o 'Diário de Notícias' chama para assunto principal.
Já o discurso da ‘inauguration’, ou tomada de posse, de Trump é aguardado com ansiedade, embora Jurek Martin lembre, no ‘Financial Times’ que a maioria não foram memoráveis.
Recorda apenas as frases de Roosevelt, em 1933, plena recessão – “A única coisa que temos de recear é o próprio medo” – e de Kennedy em 1961, em plena ‘Guerra Fria’ – “Não perguntem o que o vosso país pode fazer por vós, mas sim o que podem fazer pelo vosso país”.
A administração de Obama escreveu 275 memorandos (cerca de mil páginas ao todo), destinados ao presidente eleito, com material classificado, que vai desde o tema nuclear na Coreia do Norte, aos conflitos no Mar da China, passando pela campanha contra o Daesh.
Mas não sabe se alguém do lado de Trump os leu. Ninguém acusou a recepção. O mesmo não se pode dizer da última conferência de imprensa do ainda Presidente, ontem à hora do jantar em Portugal: foi bem recebida, sobretudo a parte em que pediu aos jornalistas para serem cépticos e não servis.O balanço que fez do seu mandato foi positivo, mas não seria de esperar outra coisa. A despedida do Presidente é o que o 'Diário de Notícias' chama para assunto principal.
Já o discurso da ‘inauguration’, ou tomada de posse, de Trump é aguardado com ansiedade, embora Jurek Martin lembre, no ‘Financial Times’ que a maioria não foram memoráveis.

Recorda apenas as frases de Roosevelt, em 1933, plena recessão – “A única coisa que temos de recear é o próprio medo” – e de Kennedy em 1961, em plena ‘Guerra Fria’ – “Não perguntem o que o vosso país pode fazer por vós, mas sim o que podem fazer pelo vosso país”. (por Henrique Raposo no Expresso)

Também para ler:
Apenas um “bug”
Na véspera de tomar posse o mais odiado de todos os Presidentes democraticamente eleitos do Mundo, o que apetece dizer? Que odiar Donald Trump, dentro e fora dos Estados Unidos da América, não o impediu de ganhar uma eleição? Que estão certos aqueles que aproveitam o momento para questionar o regime e abrir a porta ao voto diferenciado entre eleitores teoricamente iguais? (por Pedro Rolo Duarte)


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A TSU não vale tudo, pois não?

Intervenção de Assunção Cristas, durante o debate quinzenal com o Primeiro-Ministro sobre "Situação Económica e Financeira"
 .

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

COM CERTA ÇÃO SOCIAL!

O Governo [com o apoio do Presidente da Republica] impôs a subida do salário mínimo, calou os patrões com um mau acordo sobre a TSU e queria que o PSD fosse uma espécie de eunuco de guarda à concertação social. (in José Manuel Fernandes no Observador)
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as questões que importam, são estas:
Porque é que o papel do PSD deveria ser apenas o de servir de suplente ao PCP e ao BE no apoio ao governo de António Costa? Porque é que, segundo a oligarquia político-mediática, não é aceitável que haja oposição?
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[mas mesmo que com o apoio do Presidente da Republica] A actual maioria parlamentar tem esta particularidade: é composta por forças políticas que estão em queda em toda a Europa. Basta pensar no fracasso de François Hollande em França ou do Syriza na Grécia, ou na irrelevância do PSOE e do Podemos em Espanha ou de Jeremy Corbyn no Reino Unido. 
Queriam acabar com a austeridade, rever a relação com a Europa. Mas o que fazem, de facto, é outra coisa: aproveitar a assistência financeira do BCE para distribuir rendas por grupos de dependentes do Estado, com os quais esperam cerzir uma “base social de apoio”. 
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O modo como o governo tentou usar a TSU para comprometer o PSD sugere que a “paz social”, afinal, não basta a Costa. Ao contrário de outros países europeus, não há populismo em Portugal, em grande medida porque a imigração, que o tem inspirado na Europa, foi limitada pela estagnação económica (até os sírios fogem à primeira oportunidade) e 

Como os juros sobem, a oligarquia parece empenhada em que não haja nenhuma alternativa dentro do país que possa começar a gerar pressão sobre o governo. Daí a conveniência de desestruturar e desmoralizar a oposição, forçando-a a lidar, sob o charivari da oligarquia político-mediática, com a perspectiva de compromissos vexantes, como neste caso. (in Rui Ramos no Observador)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

…pré texto para a noticia da tomada de posse do Donald Trump (na imprensa a que temos direito…)

Os custos e exuberância dos festejos estão, entretanto, a provocar críticas por alguns congressistas e activistas políticos, que Trump nega que sejam excessivos.
Um congressista do Partido Democrático enviou uma carta a Donald Trump na semana passada sugerindo que os fundos fossem gastos com as forças armadas.
Também Lewis Jonh, organizador de manifestações anti-Trump para o dia da tomada de posse, considerou que "gastar 40 milhões de dólares é errado".
Doe I criticou ainda os custos de entrada nos bailes de gala, afirmando que reflectem "a política de Trump": "se uma pessoa não tem dinheiro, Trump não tem tempo para a aturar".
Grupos que estão a organizar manifestações acusam, entretanto, as autoridades de usar as medidas de segurança para impedir o acesso dos manifestantes ao caminho a percorrer pelo Presidente após a tomada de posse.
Jonh Lewis, da organização “answer”, disse que as autoridades tencionam impedir grupos de manifestantes de fazerem uso das bancadas que vão ser levantadas ao longo da Avenida da Pensilvânia, no centro de Washington, dando preferência a convidados do Partido Republicano.
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Há semanas que destacadas entidades policiais e dos diversos serviços de segurança norte-americanos planeiam a segurança das cerimónias que vão transformar Washington num verdadeiro labirinto:
vedações, enormes obstáculos de cimento, restrições ao tráfego automóvel em mais de 100 quarteirões, postos de controlo para peões e mesmo aparelhos para detectar possíveis ataques com armas químicas biológicas ou radioactivas.
Mais de seis mil agentes da polícia, incluindo atiradores colocados nos telhados de diversos edifícios, foram mobilizados ao mesmo tempo que as autoridades alargavam a zona de exclusão aérea sobre a capital.

Os custos das festividades vão ser financiados por doadores privados e, de acordo com o comité encarregue de organizar os festejos, esse valor deve ser recolhido até ao próximo fim-de-semana. (adaptado d’Aqui)

sábado, 7 de janeiro de 2017

Mario Soares

Para memória futura:

descripadura!!!

O Presidente da República ficou desgostoso por os portugueses terem elegido “geringonça” como palavra do ano. Ele teria optado por “descrispação”. É uma escolha surpreendente de Marcelo, desde logo porque a palavra não existe. Porto Editora, Houaiss, Aurélio, Academia – nenhum dicionário cá de casa a reconhece. Mas o que em Cavaco seria ignorância, em Marcelo é imaginação, e “descrispação” está em linha com a bonita mensagem que nos deixou na passagem do ano, quando elogiou o “clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora”.
[…]
Estamos mais descrispados, de facto, e descrispámo-nos graças a um trabalho conjunto de Marcelo e António Costa, um a dar beijos e abraços, o outro a distribuir sorrisos, numa autêntica suruba de afectos. O resultado de tanta energia positiva está à vista. Clima menos tenso? Confere. Menos dividido? Confere. Menos negativo? Confere. Uma imagem mais confiável lá fora? Não confere. Ups, há qualquer coisa que falha nesta narrativa. 
Acabámos de passar a barreira psicológica dos 4%, e nada indica que fiquem por aí. E é neste ponto preciso que a história da descrispação e do clima menos tenso, menos dividido e menos negativo se revela aquilo que realmente é: uma autêntica e descabelada fraude.
Desta fraude, nem António Costa, nem Marcelo Rebelo de Sousa, devem ser considerados inocentes no dia em que o diabo chegar – porque ele, acreditem, não vai falhar à chamada. Nós estamos há um ano a gostar de ser enganados pelos actuais governantes. […] (João Miguel Tavares)