terça-feira, 17 de janeiro de 2017

COM CERTA ÇÃO SOCIAL!

O Governo [com o apoio do Presidente da Republica] impôs a subida do salário mínimo, calou os patrões com um mau acordo sobre a TSU e queria que o PSD fosse uma espécie de eunuco de guarda à concertação social. (in José Manuel Fernandes no Observador)
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as questões que importam, são estas:
Porque é que o papel do PSD deveria ser apenas o de servir de suplente ao PCP e ao BE no apoio ao governo de António Costa? Porque é que, segundo a oligarquia político-mediática, não é aceitável que haja oposição?
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[mas mesmo que com o apoio do Presidente da Republica] A actual maioria parlamentar tem esta particularidade: é composta por forças políticas que estão em queda em toda a Europa. Basta pensar no fracasso de François Hollande em França ou do Syriza na Grécia, ou na irrelevância do PSOE e do Podemos em Espanha ou de Jeremy Corbyn no Reino Unido. 
Queriam acabar com a austeridade, rever a relação com a Europa. Mas o que fazem, de facto, é outra coisa: aproveitar a assistência financeira do BCE para distribuir rendas por grupos de dependentes do Estado, com os quais esperam cerzir uma “base social de apoio”. 
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O modo como o governo tentou usar a TSU para comprometer o PSD sugere que a “paz social”, afinal, não basta a Costa. Ao contrário de outros países europeus, não há populismo em Portugal, em grande medida porque a imigração, que o tem inspirado na Europa, foi limitada pela estagnação económica (até os sírios fogem à primeira oportunidade) e 

Como os juros sobem, a oligarquia parece empenhada em que não haja nenhuma alternativa dentro do país que possa começar a gerar pressão sobre o governo. Daí a conveniência de desestruturar e desmoralizar a oposição, forçando-a a lidar, sob o charivari da oligarquia político-mediática, com a perspectiva de compromissos vexantes, como neste caso. (in Rui Ramos no Observador)