Amanhã começa o fim do (nosso) mundo
E pronto, é já amanhã ao meio
dia de Washington, cinco da tarde de Lisboa, que Donald J. Trump toma posse,
jurando cumprir a Constituição dos Estados Unidos da América (aquela que começa
por “Nós, o povo…”) perante o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. A
fórmula, que a maioria dos presidentes terminaram com a expressão “So help
me God” (Assim Deus me ajude), deveria terminar, neste caso, com “So
help us God” (Assim Deus nos ajude).
É um pequeno contributo do escriba
para o verdadeiro sentimento de certas tomadas de posse.
Não digo que o mundo acabe, nem que
comece outro. Mas há qualquer coisa na cerimónia de amanhã muito marcante,
capaz de alterar o ecossistema em que nos habituámos a viver. Não é um homem
qualquer que sobe ao mais elevado posto dos EUA e do planeta. E a sua
singularidade é, aos olhos de muita gente negativa. Nunca, nos últimos largos
anos, um presidente começou um mandato com índices tão baixos de
popularidade.
O discurso já está feito. Quem o afirma
é o próprio Trump num dos 33 500 twitts que já enviou aos seus 20,3 milhões de seguidores. Foi escrito há
três semanas em Mar-a-Lago. O que considera serem "As oito promessas de
Trump que ameaçam mudar o mundo" é o maior destaque no
'Público'. E quais são elas? Bem, é quase tudo - do comércio, à armas,
passando pela China, o Médio-Oriente, o Irão, os refugiados e o consenso sobre
as alterações climáticas.
A administração de Obama escreveu 275 memorandos (cerca de mil páginas ao
todo), destinados ao presidente eleito, com material classificado, que vai
desde o tema nuclear na Coreia do Norte, aos conflitos no Mar da China,
passando pela campanha contra o Daesh.
Mas não sabe se alguém do lado
de Trump os leu. Ninguém acusou a recepção. O mesmo não se pode dizer da
última conferência de imprensa do ainda Presidente, ontem à hora do jantar em
Portugal: foi bem recebida, sobretudo a parte em que pediu aos
jornalistas para serem cépticos e não servis.O balanço que fez do seu mandato
foi positivo, mas não seria de esperar outra coisa. A despedida do Presidente é
o que o 'Diário de Notícias' chama para assunto principal.
Já o discurso da ‘inauguration’, ou
tomada de posse, de Trump é aguardado com ansiedade, embora Jurek Martin lembre,
no ‘Financial Times’ que a maioria não foram memoráveis.
Recorda apenas as frases de Roosevelt,
em 1933, plena recessão – “A única coisa que temos de recear é o próprio medo”
– e de Kennedy em 1961, em plena ‘Guerra Fria’ – “Não perguntem o que
o vosso país pode fazer por vós, mas sim o que podem fazer pelo vosso país”.
A administração de Obama escreveu 275 memorandos (cerca de mil páginas ao
todo), destinados ao presidente eleito, com material classificado, que vai
desde o tema nuclear na Coreia do Norte, aos conflitos no Mar da China,
passando pela campanha contra o Daesh.
Mas não sabe se alguém do lado
de Trump os leu. Ninguém acusou a recepção. O mesmo não se pode dizer da
última conferência de imprensa do ainda Presidente, ontem à hora do jantar em
Portugal: foi bem recebida, sobretudo a parte em que pediu aos
jornalistas para serem cépticos e não servis.O balanço que fez do seu mandato
foi positivo, mas não seria de esperar outra coisa. A despedida do Presidente é
o que o 'Diário de Notícias' chama para assunto principal.
Já o discurso da ‘inauguration’, ou
tomada de posse, de Trump é aguardado com ansiedade, embora Jurek Martin lembre,
no ‘Financial Times’ que a maioria não foram memoráveis.
Recorda apenas as frases de Roosevelt,
em 1933, plena recessão – “A única coisa que temos de recear é o próprio medo”
– e de Kennedy em 1961, em plena ‘Guerra Fria’ – “Não perguntem o que
o vosso país pode fazer por vós, mas sim o que podem fazer pelo vosso país”. (por Henrique Raposo no Expresso)
Também para ler:
Apenas um “bug”
Na véspera de tomar posse o mais
odiado de todos os Presidentes democraticamente eleitos do Mundo, o que apetece
dizer? Que odiar Donald Trump, dentro e fora dos Estados Unidos da América, não
o impediu de ganhar uma eleição? Que estão certos aqueles que aproveitam o
momento para questionar o regime e abrir a porta ao voto diferenciado entre
eleitores teoricamente iguais? (por Pedro
Rolo Duarte)