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Portugal nunca tinha tido, jamais, em
tempo algum, um Presidente a fazer-se passar por primeiro-ministro. Agora já
tem. Para António Costa, esta entrevista foi um alívio; para Marcelo, uma
armadilha.
Para o Presidente, o país está
espectacular. E isso deve-se ao facto de o primeiro-ministro ter percebido que,
para sobreviver em São Bento, teria de deixar Marcelo governar a partir de Belém.
Marcelo vestiu-se de “optimista
crónico e por vezes ligeiramente irritante” para celebrar o seu Ano 1. Não era
preciso. O país não tinha disso necessidade. Antes ficasse pelos (inofensivos)
afectos.
Parecia que estávamos perante um
primeiro-ministro quando falou da Taxa Social Única e quando se assumiu como
parte ativa da solução encontrada na concertação social.
Quando falou de números, o Presidente
também dava a ideia de trabalhar em São Bento e não em Belém. Ao achar que o
défice vai ficar abaixo do que o Governo previa e que até o crescimento poderá
ser um pouco maior…
o País deve-vos um pedido de
desculpas. Após este ano de exercício do actual Presidente da República …
concluo que tudo o que se disse e escreveu sobre os riscos da vossa eleição
para Belém está mais que reduzido a cinzas. Lembram-se … que era um risco
eleger alguém sem peso institucional (Maria de Belém)?! Isto para não referir o
quão arriscado seria escolher um candidato (Henrique Neto) que tinha uma
experiência política limitada.