Ao longo da entrevista e frente à agressiva Clara decerto colonizada pelas modernas técnicas, Passos Coelho manteve uma difícil pose de frio gentleman. No Reino Unido teria tido enorme sucesso.
Mas estamos no país dos tugas que dos viadutos lançam assassinos calhaus, que do autocarro da Carris falam, via telemóvel, para o Reino dos Algarves em tal tom de voz que, mesmo sem o aparelho seriam ouvidos na Ponta de Sagres ou que acham que “FMI não”, porque ao FMI têm que pagar!
Estamos, em suma, na terra dos vendedores e compradores de banha da cobra e PPC não quis pertencer a nenhuma daquelas categorias.
Passos Coelho, sem tradução simultânea, usou em tom baixo e, aparentemente, seguro o difícil economês. Tentou explicar à belicosa Sousa da Sic e a todos nós, que o papão FMI, do Banco Mundial, também é do acionista Portugal e apenas nos empresta trinta por cento (o restante é do Fundo Europeu). Mas é difícil lutar contra o teleponto das perguntas imbecis a que políticos e interrogadores se, e nos, habituaram. E nem aquela importante ressalva conseguiu transmitir.
PPCoelho não se parece com “o político português” em especial com os que desde há seis anos nos emprenham os ouvidos.
Está lixado... ou melhor: estamos!