Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, o que deve ter acontecido por volta das 07:00 horas entram no Paço da Ribeira cerca de 40 nobres portugueses que rapidamente controlam a guarda tudesca do palácio real. Procuram o secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido inicialmente determinada. Executam-no, e obrigam Margarida de Sabóia, Duquesa de Mântua, neta de Filipe II, que exercia o governo de Portugal com autoridade de vice-rei e capitão-general de 1634 a 1640, a ordenar a rendição das forças fieis ao monarca Habsburgo.
Quando pelas 10:00 horas da manhã é dado conhecimento do sucedido ao povo de Lisboa, já D. João, Duque de Bragança é Rei de Portugal.
Quando pelas 10:00 horas da manhã é dado conhecimento do sucedido ao povo de Lisboa, já D. João, Duque de Bragança é Rei de Portugal.
No dia seguinte, 2 de Dezembro, a notícia chega a Setúbal. A população sadina cerca e obriga à rendição, a fortaleza de São Filipe, guarnecida por italianos e alemães, e desse modo garante protecção a Lisboa, aos conspiradores e o sucesso da revolta. Em segurança o duque de Bragança chega a Lisboa no dia 6 de Dezembro para ser aclamado rei, com o título de D. João IV. Nas duas semanas que se seguem, todo o país se declara pela independência e por D. João IV, sem que seja disparado um único tiro. Em Castela, os estudantes portugueses da universidade de Salamanca abandonam a cidade, voltam a Portugal e alistam-se no exército, enquanto em Madrid, os nobres portugueses se dividem, muitos voltam para defender Portugal, outros por preferirem as mordomias que a sua presença na corte madrilena lhes dava, acabam por ficar, e combater, contra a independência do seu próprio país. A situação de Portugal em Dezembro de 1640, era de absoluta miséria. O país estava decrépito, decadente e à beira da ruína. Mas mesmo arruinado e esfomeado, consegue reunir forças para enfrentar os exércitos que sabia haviam de chegar, e que sabia serem inevitavelmente muito superiores. Em 1641 foi votado um imposto extraordinário chamado a "décima militar", em que cada cidadão tinha que contribuir com 10% de todos os seus bens, para se levantar a defesa do país.
Esta contribuição para a defesa do país, era muito mais pesada que a exigida durante os 60 anos dos Habsburgo e no entanto não existem notícias de quaisquer protestos contra este imposto. Mas aos portugueses era-lhes dado Portugal como Objectivo. Por ele irão lutar nos 28 anos seguintes...