quinta-feira, 5 de abril de 2018

há uma austeridade escondida !



Quando o Costa diz que a carga fiscal tem vindo a diminuir continuadamente desde 2015 está errado. O indicador revela uma subida, como os números do INE o demonstram e o próprio Governo já o admitia no relatório do Orçamento do Estado para 2018.
O “primeiro-ministro” tentou dar a mesma justificação que o Centeno havia dado aos deputados na terça-feira durante uma audição parlamentar: o valor da colecta de impostos e contribuições subiu no ano passado devido à criação de emprego e não devido a aumentos de impostos. Com mais emprego, como os números demonstram que aconteceu, há mais pessoas a pagar contribuições para a Segurança Social (e empresas), mais pessoas a pagar IRS e mais dinheiro no bolso das famílias para fazer gastos, o que resulta em mais impostos indirectos para o Estado, como é o caso do IVA ou do imposto aplicado sobre os combustíveis.
O Costa terá sido menos hábil que o seu “ministro” das Finanças — que não disse que a carga fiscal não aumentou, mas sim que o esforço fiscal exigido a cada português não aumentou — a defender que este aumento de receitas não deriva de aumentos de impostos, mas sim de uma coisa boa, o maior crescimento da economia.