Qual é o problema deste
sistema?
- Primeiro, não é nada
transparente:
Qual é o salário real total de um deputado, aquilo que ele leva
para casa no final do mês? Ninguém sabe.
Os serviços do Parlamento não informam
e não respondem quando perguntados — um trabalho sobre este assunto feito
também pelo Expresso há cerca de um mês dizia-nos isso mesmo, o gabinete do
secretário-geral da Assembleia da República simplesmente não respondeu.
.
- Depois, tudo o que é
complicado, burocrático e deixado ao critério dos próprios beneficiários é dado
a todo o tipo de abusos e esquemas por quem tem menos escrúpulos, como se está
a ver.
Os casos vão-se
sucedendo, semana após semana, seja porque se está a subsidiar deslocações para
uma morada distante que é falsa ou porque os contribuintes pagam a mesma
despesa duas vezes.
- Por fim, a necessidade
de inventar subsídios e ajudazinhas para compor o ordenado que não se quer
assumir frontalmente, leva a perversidades diversas:
inventam-se cargos
desnecessários para atribuição de carro e motorista;
pagam-se à margem do
ordenado as deslocações diárias casa-Parlamento-casa; e,
a cereja no topo do
bolo, cada dia de trabalho parlamentar — presença no plenário ou em comissões —
é paga a 23,05 euros por dia para os residentes nos conselhos da zona de Lisboa
e a 69,19 euros para os restantes. (in “A
culpa é do populismo que isto é tudo gente séria” por Paulo
Ferreira )