sábado, 15 de abril de 2017

Donald Trump, Orwell, Maquiavel, von Clausewitz e Sun Tzu…

(Uma forma diferente de fazer política a que eventualmente teremos de nos adaptar…)
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Nos últimos dias na sequência das acções militares das FA dos EUA na Siria e no Afeganistão tenho ouvido (principalmente) barbaridades acerca daquilo a que chamam recuos, flip-flop’s etc., da “política do Trump”.
Uma leitura do livro “Da Guerra” de von Clausewitz dir-nos-ia que a guerra “é a continuação da politica por outros meios” ou que "não é apenas um acto político, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação das relações políticas”, e, também, que é a “gestão do mesmo por outros meios".
Ora a politica externa dos EEUU não parece ter mudado nas últimas décadas nem com G.W.Bush e, muito menos, com as “linhas vermelhas” do B.H.Obama II.
O que marca a diferença de Donald Trump, para aqueles dois, estará na aplicação que parece estar a fazer d’ “A Arte da Guerra" do Sun Tzu, o estratega que actualmente é visto e tem sido ensinado, mais como um ensaio de Economia do que um estudo de Estratégia Militar.
De Sun Tzu há duas premissas que qualquer economista conhece e aplica: “há momentos em que a maior sabedoria é parecer não saber nada” e “o verdadeiro objectivo da guerra é a paz”. Porque me parece que o actual Presidente dos Estados Unidos é um “gestor" e não será, no sentido que actualmente damos a esta palavra, um “político” e razoável pensar que terá feito uma "Análise SWAT" à situação antes de tomar decisões.
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É aqui que entra e erra a maioria dos “nossos” comentadores que, ao que me parece, apenas terão lido o “O Príncipe”, mas não sabem, ou não querem saber, que Maquiavel sempre defendeu “a ética na política” porque apenas entendem o erradamente divulgado conceito daquele autor de que “os governantes devem governar e manter o poder, mesmo que tenham que usar a força militar e fazer inimigos”. E, por tal, é assim que julgam o presidente americano.
Ora para Trump, o economista, que leu Sun Tzu, ao invés dos comentadores, “a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”, é “mantê-lo sob tensão e cansa-lo”. Assim aconteceu na Síria com a destruição de quase um quarto da capacidade aérea de Assad (antes do ataque os meios aéreos da Rússia tinham abandonado a base…) e, depois da destruição dos túneis, haverá algum talibã que queira permanecer ou usar “galerias subterrâneas”?
Resta o Kim Jong-un! Perdido o apoio da China (e da Rússia) irá continuar com experiências nucleares e lançamento de misseis? Para bem de nós todos suponho que não! Mas talvez fique como modelo para o “corte de cabelo” de jovens rebeldes ocidentais…   
Uma forma diferente de fazer guerra, isto é: fazer “política”, a que eventualmente teremos de nos adaptar… 
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…e o Orwell onde é que entra?

- Entra na “The Pigs Farm” quando comentadores e políticos arrecuam e fazem flip-flops na emenda dos seus sonetos!