segunda-feira, 8 de agosto de 2016

o maior problema do País é o Portas? Parece que sim…

“o governo plantou num jornal uma notícia falsa, que atingiu o bom nome de um juiz e colocou em causa a validade, na opinião pública, das suas decisões.
Não é necessário um conhecimento profundo dos fundamentos de um Estado de Direito para detectar que este comportamento persecutório é abominável em democracia, por constituir um ataque aos pilares da separação de poderes que suportam o regime.
Num país e num regime que se dessem ao respeito, isto não seria um fait-divers ou uma polémica. Seria um escândalo político.”
tudo acontece com impunidade porque deste lado – o dos leitores, dos cidadãos, da sociedade civil – já está tudo entorpecido demais para reparar e
nos jornais, se encontra quem, facilitando no rigor, publica o que lhe dão a publicar…
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Em matéria de transparência, em Portugal sobre tudo se legisla mas pouco ou nada funciona. As leis não são feitas para produzirem os efeitos que delas se esperam — dar informação aos cidadãos que permita o escrutínio e dissuadir práticas incorrectas — mas sim como método bacoco de fuga para a frente...
Quando há uma polémica, a primeira coisa que os políticos fazem é prometer mais uma lei. Até conseguimos imaginar as trocas de telefonemas dos últimos dias entre o Palácio das Necessidades, o Algarve e o Terreiro do Paço:
“Podíamos anunciar já que vamos avançar com um código de conduta. Os parvos dos jornalistas seguem essa lebre e a opinião pública vai atrás. Em poucos dias já ninguém fala do caso concreto”.
A parcela de diálogo é ficcionada mas, sabendo como os truques de comunicação têm ascendente sobre a essência das questões, é tudo menos inverosímil…

(in Observador por Paulo Ferreira)