Marcelo Rebelo de Sousa: Será o próximo Presidente da
República. E será o mais activo e intervencionista de todos os Presidentes. Desde Mário Soares, será o único
Presidente sem nunca ter exercido funções executivas antes de chegar a Belém.
Alem disso, sobretudo se ganhar na primeira volta, terá uma legitimidade
política muito mais forte do que Costa. Nunca
São Bento foi tão pequeno em comparação com Belém. E Rebelo de Sousa é um homem
de poder.
Futuro líder do CDS: Não será nada fácil substituir o
líder, Paulo Portas, de maior sucesso na história do CDS. O título de
“candidato de Portas” será um presente envenenado e por isso deve ser
rejeitado. As leis do poder exigem que o novo líder se afaste imediatamente do
anterior. A viragem a esquerda da política nacional – com o PS aliado à extrema-esquerda e
o PSD empenhado em ocupar o centro – dá alguma margem de crescimento ao CDS.
Pedro Passos Coelho: A candidatura de ‘centro-esquerda’
de Rebelo de Sousa torna Passos Coelho o líder da direita em Portugal. Acredita
que voltará a São Bento e está preparado para passar dois anos a liderar a
oposição. Rebelo de
Sousa gostaria de o afastar da liderança do PSD, mas será difícil encontrar um
rival à altura. Após os terríveis anos da ‘austeridade’, terá que se reinventar
como líder político e preparar um programa político reformista para Portugal. E não há tempo a perder porque as
eleições poderão ser em Outubro.
António Costa: Entre a extrema-esquerda e a Europa, vai tentar dar
dinheiro aos portugueses para subir nas sondagens. Sabe que precisa de ganhar umas
eleições e, se acreditar que será possível vencer, provocará uma crise politica
para ir a eleições no final do ano. Se ganhar, tentará formar um governo de bloco central para
provar que o PS é o partido indispensável da democracia portuguesa. Mas depois da campanha desastrosa
para as últimas eleições, pensará duas (ou três) vezes antes de ir a votos.
Jerónimo de Sousa: Chegará ao fim de 2016 como líder
do PCP? Juntamente com Costa, o líder comunista constitui a maior ameaça à
sobrevivência da coligação das esquerdas. O PCP irá escolher friamente e sem quaisquer escrúpulos o
momento que lhe convém para ir a votos. Ultrapassar o BE será uma obrigação para Jerónimo de Sousa
ou para um outro futuro líder comunista. E quanto mais cedo, melhor.
Catarina Martins: Será a maior defensora do governo do PS e tudo fará
para que se cumpra toda a legislatura. O BE é o partido que tem menos interesse em ir a votos. Sabe que Costa só irá a votos quando
estiver convencido que reduzira o BE aos 5%. E precisa de quatro anos para
consolidar o poder do BE nas estruturas do Estado. O BE decidiu que quer ser um partido
de poder. O protesto é bonito, mas não chega.
(in Observador
por João
Marques de Almeida )