O fracasso da estratégia de Obama de
olhar para o lado.
O resultado foram mais guerras, mais
atentados e a maior vaga de refugiados a atingir a Europa ocidental.
Finalmente, Obama mandou os aviões. O próximo presidente enviará a infantaria.
E veremos o que fará perante a desordem entre a Arábia Saudita e o Irão.
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O futuro nem sempre é tropical.
Durante alguns anos, enquanto os EUA
e a Europa ocidental patinavam na crise da dívida, o futuro pareceu residir
entre bambus e coqueiros.
Alguma coisa podia correr mal? Podia.
O Brasil, Angola, e a Venezuela – a
trilogia das nossas esperanças pós-europeias de há uns anos atrás — tremeram. A
nova classe média brasileira começou a ser comprimida pela inflação e
pelos impostos
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Os populismos ocidentais.
Na Europa e nos EUA, porém, os
populismos xenófobos estão em ascensão. Já governam na Hungria e na Polónia,
afectam a governação no norte da Europa, e progridem nas eleições em França e
Inglaterra. Donald Trump representa a tendência nos EUA. Em comum, têm o
repúdio da globalização (migrações, quaisquer formas de cooperação ou de
integração económica), e o culto de Vladimir Putin. No Reino Unido, os
populistas terão em breve o referendo sobre a UE.
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A esquerda não deixa governar, mas
também não governa.
António Costa, o PCP e o BE conseguiram
impedir o PSD e o CDS de governar. Mas não conseguem governar eles próprios, a
não ser para aumentar a despesa. O governo chefiado pelo grande derrotado das
eleições de 4 de Outubro terá de negociar com toda a gente, a todo o momento.
Temos o governo mais fraco deste regime. Não pensemos em reformas para
propiciar o investimento e viabilizar o Estado social.
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Tal como a Grécia,
Portugal só mudará sob pressão. A crise é o novo modo de governo em países
incapazes de se reformarem.
(por Rui Ramos in Observador
)