terça-feira, 5 de janeiro de 2016

(o que devemos reter de 2015) para perceber 2016

O fracasso da estratégia de Obama de olhar para o lado
O resultado foram mais guerras, mais atentados e a maior vaga de refugiados a atingir a Europa ocidental. Finalmente, Obama mandou os aviões. O próximo presidente enviará a infantaria. E veremos o que fará perante a desordem entre a Arábia Saudita e o Irão. 
.
O futuro nem sempre é tropical.
Durante alguns anos, enquanto os EUA e a Europa ocidental patinavam na crise da dívida, o futuro pareceu residir entre bambus e coqueiros.
Alguma coisa podia correr mal? Podia. 
O Brasil, Angola, e a Venezuela – a trilogia das nossas esperanças pós-europeias de há uns anos atrás — tremeram. A nova classe média brasileira começou a ser comprimida pela inflação e pelos impostos
.
Os populismos ocidentais.
Na Europa e nos EUA, porém, os populismos xenófobos estão em ascensão. Já governam na Hungria e na Polónia, afectam a governação no norte da Europa, e progridem nas eleições em França e Inglaterra. Donald Trump representa a tendência nos EUA. Em comum, têm o repúdio da globalização (migrações, quaisquer formas de cooperação ou de integração económica), e o culto de Vladimir Putin. No Reino Unido, os populistas terão em breve o referendo sobre a UE. 
.
A esquerda não deixa governar, mas também não governa.
António Costa, o PCP e o BE conseguiram impedir o PSD e o CDS de governar. Mas não conseguem governar eles próprios, a não ser para aumentar a despesa. O governo chefiado pelo grande derrotado das eleições de 4 de Outubro terá de negociar com toda a gente, a todo o momento. Temos o governo mais fraco deste regime. Não pensemos em reformas para propiciar o investimento e viabilizar o Estado social.
Tal como a Grécia, Portugal só mudará sob pressão. A crise é o novo modo de governo em países incapazes de se reformarem.