“As eleições presidenciais
recordam-me o maior arrependimento que até hoje tive como eleitor: os dois
votos em Freitas do Amaral em 1986.
E sei que há muita gente na direita
portuguesa que sente o que sinto.
O passado de Rebelo de Sousa como
político não me tranquiliza completamente.
Como líder do PSD, alcançou duas
vitórias importantes, mostrou sentido de responsabilidade com a abertura para
chegar a acordos orçamentais num momento crucial para Portugal – preparava-se a
adesão ao Euro.
Mas o fim foi um desastre:
O modo como a coligação
pré-eleitoral entre o PSD e o CDS terminou deixa más memórias e não ajuda a
ganhar confiança.
Sobretudo porque Rebelo de Sousa
construiu uma imagem de alguém que olha para a política como um divertimento e
um jogo de tácticas permanentes. Parece ser um político que não resiste a uma
maldade se isso o divertir, mesmo que estejam coisas mais importantes em jogo.
Poderei estar a exagerar um pouco.
Mas se ele tem esta imagem, a culpa
não é minha.” (in João Marques de
Almeida no Observador
)