à laia de resumo para criar o apetite
de o ler na integra:
«Até hoje, em todas as reformas que
foram feitas, o princípio foi não tocar nas reformas em pagamento. Nos anos da troika o
Governo tentou fazê-lo, mas o Tribunal Constitucional nunca deixou. Como vai
ser no futuro?
Só a título quase anedótico e para
que entendamos o que nos prometem certos políticos. Em 2001, o ministro de
então, Paulo Pedroso, escrevia no Público que “com estas medidas e usando o
Fundo de Reserva, não haverá défice do subsistema previdencial antes de 2035 –
quando em 1998 se previa que ele ocorresse em 2013”. Em 2007 o seu colega de
partido Vieira da Silva fez nova reforma, esta sim mais a sério, e mesmo assim
o défice em 2013 do sistema previdencial foi de 1,4 mil milhões de euros…
“a reforma Vieira da Silva, uma
reforma do PS, já prevê o aumento gradual da idade da reforma em função da
evolução da esperança de vida, e esta continua a subir. A não existir uma
hecatombe nos sistemas de saúde, lá para 2035 a esperança de vida dos portugueses
já não deverá andar longe da que, automaticamente e via “factorde
sustentabilidade”, colocará a idade da reforma muito perto 70 anos.”
“consequência de uma reforma
socialista, a de Paulo Pedroso em 2001, confirmada em 2007 quando se
reformar, a sua reforma será proporcionalmente menor do que a que hoje recebem
os que se estão a reformar ou já se reformaram.”
Medina Carreira afirmou que o debate
público sobre as pensões "é uma trafulhice" uma vez que ninguém
explica aos pensionistas atuais e futuros o que vai acontecer e que é ainda
importante saber “o que é que este governo pensa e o que é que o PS pensa”
sobre o sistema.
“O PS diz que vai manter as pensões
em pagamento. Eu não sei o que é isto”, afirmou Medina Carreira, acrescentando
que o objetivo do programa programa dos socialistas é "convencer
os portugueses de que isto é assim porque mais do que isso não é possível neste
momento".»
É neste quadro geral que devíamos
estar a discutir o “plafonamento horizontal” proposto pela coligação e o dito
“plafonamento vertical” proposto pelo PS. Ambos retirariam dinheiro ao sistema
previdencial no curto prazo, se bem que de forma diferente, sendo que ambos
prometem devolvê-lo mais tarde. Por isso estas propostas exigem uma
análise prudente e não a demagogia que tem dominado o debate público. (por José Manuel Fernandes, 58 anos,
no Observador)