terça-feira, 15 de setembro de 2015

já com 50 anos! E agora...

à laia de resumo para criar o apetite de o ler na integra:

«Até hoje, em todas as reformas que foram feitas, o princípio foi não tocar nas reformas em pagamento. Nos anos da troika o Governo tentou fazê-lo, mas o Tribunal Constitucional nunca deixou. Como vai ser no futuro?

Só a título quase anedótico e para que entendamos o que nos prometem certos políticos. Em 2001, o ministro de então, Paulo Pedroso, escrevia no Público que “com estas medidas e usando o Fundo de Reserva, não haverá défice do subsistema previdencial antes de 2035 – quando em 1998 se previa que ele ocorresse em 2013”. Em 2007 o seu colega de partido Vieira da Silva fez nova reforma, esta sim mais a sério, e mesmo assim o défice em 2013 do sistema previdencial foi de 1,4 mil milhões de euros…

“a reforma Vieira da Silva, uma reforma do PS, já prevê o aumento gradual da idade da reforma em função da evolução da esperança de vida, e esta continua a subir. A não existir uma hecatombe nos sistemas de saúde, lá para 2035 a esperança de vida dos portugueses já não deverá andar longe da que, automaticamente e via “factorde sustentabilidade”, colocará a idade da reforma muito perto 70 anos.”

“consequência de uma reforma socialista, a de Paulo Pedroso em 2001, confirmada em 2007 quando se reformar, a sua reforma será proporcionalmente menor do que a que hoje recebem os que se estão a reformar ou já se reformaram.”

Medina Carreira afirmou que o debate público sobre as pensões "é uma trafulhice" uma vez que ninguém explica aos pensionistas atuais e futuros o que vai acontecer e que é ainda importante saber “o que é que este governo pensa e o que é que o PS pensa” sobre o sistema.
“O PS diz que vai manter as pensões em pagamento. Eu não sei o que é isto”, afirmou Medina Carreira, acrescentando que o objetivo do programa programa dos socialistas é "convencer os portugueses de que isto é assim porque mais do que isso não é possível neste momento".»


É neste quadro geral que devíamos estar a discutir o “plafonamento horizontal” proposto pela coligação e o dito “plafonamento vertical” proposto pelo PS. Ambos retirariam dinheiro ao sistema previdencial no curto prazo, se bem que de forma diferente, sendo que ambos prometem devolvê-lo mais tarde. Por isso estas propostas exigem uma análise prudente e não a demagogia que tem dominado o debate público. (por José Manuel Fernandes, 58 anos, no Observador)