Dia 4 de Outubro, os líderes
partidários que vão a votos são Passos Coelho e António Costa mas a figura
central é Sócrates.
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José Sócrates aplaudiu
euforicamente o desempenho do seu ex-número 2 António Costa e teve
boas razões para isso. Costa não só não se distanciou claramente das políticas
do Governo socialista que colocou Portugal no limiar da bancarrota como foi ao
ponto de “acusar” Passos Coelho de ter chamado a troika, esquecendo que foi
precisamente o Governo de José Sócrates quem a chamou a 6 de Abril de 2011,
depois de o ministro das Finanças Teixeira dos Santos ter assumido que o Estado
português estava prestes a entrar numa situação de ruptura de tesouraria,
ficando sem dinheiro para pagar salários e pensões.
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Sócrates é, por direito e vontade
própria, a figura central das próximas eleições legislativas. Como reconheceu a insuspeita Fernanda Câncio num lúcido
artigo: “Não há, pois, volta a dar: Sócrates está no centro da campanha.
Porque os media querem, porque a coligação quer e, como a revelação, ontem, de
uma foto no interior da casa tornou inegável, ele quer.”
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Sócrates tem razões para estar
agradado com o desempenho de Costa. A agressividade permanente de Costa na
entrevista fez lembrar o “animal feroz”, tendo-se aliás mantido na entrevista
conduzida por Vítor Gonçalves, com o líder do PS a procurar sistematicamente intimidar o jornalista da RTP,
em linha com o estilo de Sócrates.
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Se, dia 4 de Outubro, António Costa
ganhar, será dado um importante passo para a reabilitação política de Sócrates.
E, se Costa perder, Sócrates terá, ainda assim, uma palavra a dizer no futuro
do partido.
Uma coisa é certa: as notícias sobre
a morte política de Sócrates foram manifestamente exageradas. (base artigo de opinão de André Azevedo Alves
no Observador )