O principal motivo pelo qual este PS
não cresce nas sondagens e se arrisca até a perder as próximas eleições reside
no facto de António Costa e da sua equipa terem apostado numa estratégia
ilusionista perante o país:
a ilusão de que, em 2011, o PS
deixara o país em melhor estado do que agora se encontra; a ilusão de que o
país não estava falido nessa altura;
a ilusão de que o actual governo
tinha alternativas às políticas de austeridade que aplicou e que só seguiu por
esse caminho por «cegueira ideológica» e malvadez congénita;
a ilusão de que o crescimento
exponencial do desemprego foi consequência das acções do actual governo e que o
governo anterior do PS não teve nada a ver com o assunto;
a ilusão de que teria sido fácil
negociar doutro modo com a troika e «pôr as pernas dos
banqueiros alemães a tremer»;
a ilusão de que um futuro governo PS
fará disparar o crescimento do emprego;
a ilusão de que o PS tem uma fórmula
mágica para «virar a página»;
a ilusão de que, se chegar ao
governo, o PS terminará imediatamente com a austeridade.
Ora, se alguma coisa de positivo têm
os tempos de crise é o choque de realidade com que a maioria das pessoas se
confronta, que as faz perceber aquilo em que nem sequer costumam pensar em
tempos de normalidade.