sexta-feira, 31 de julho de 2015

Não, os Verdes não são o CDS...

« O debate político em Portugal conhece por vezes momentos da mais pura hipocrisia. Recentemente, assistiu-se a um desses momentos quando muitos colocaram o CDS e os Verdes no mesmo patamar, a propósito dos debates televisivos durante a campanha eleitoral. Todos sabem que são completamente diferentes, mas quase ninguém o disse. 
Mais uma vez, em nome de interesses imediatos – impedir a participação do líder do CDS nos debates televisivos – mostrou-se uma enorme falta de respeito pela história da democracia portuguesa.  
Em 2013, Portas cometeu o maior erro da sua vida política, quando se “demitiu” do governo de um modo completamente absurdo. Na altura, foi o CDS que o salvou, salvando-se também a si.
Quase por milagre, Passos e Portas reconstruíram a sua relação política e hoje concorrem juntos às eleições. E o líder do CDS será muito importante para a campanha. Tem um discurso articulado e simples sobre o que se passou nos últimos quatro anos. Tem igualmente ideias claras e organizadas sobre as mensagens para o futuro.
Numa eleição em que a campanha será absolutamente decisiva, a experiência e o talento oratórios de Portas serão muito importantes.

Este é um daqueles momentos em que será melhor estar ao seu lado, do que contra ele, como muito bem percebeu o primeiro-ministro. » (por João Marques de Almeida no Observador)

não saber comunicar

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Eram 10.25 do dia 27 de Julho de 1983

Eram 10.25 do dia 27 de Julho de 1983, quando elementos do Exército Revolucionário Arménio atacaram a embaixada turca em Lisboa. Os cinco homens pretendiam protestar contra Ancara por esta não reconhecer a independência da Arménia (o que só aconteceria em 1991). Fazendo-se transportar em dois carros carregados de explosivos, o grupo invadiu o edifício, ferindo o agente da PSP de serviço à missão turca no Restelo. No interior sequestrou a mulher e o filho, de 17 anos, de um diplomata turco. O alerta foi imediatamente dado e o local cercado pelo corpo de intervenção da Polícia. Face à gravidade da situação, o então primeiro-ministro Mário Soares convocou o Gabinete de Crise. Entretanto, o clima no Restelo tornou-se mais tenso, com um dos terroristas a ameaçar fazer explodir o edifício. Às 13.00, Soares ordenou o assalto à embaixada pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) que, no interior, encontrou sete cadáveres os cinco terroristas, um polícia que tentara entrar no edifício e a mulher do diplomata turco. (in Diário de Noticias )

domingo, 26 de julho de 2015

Os enganados…

Já todos passámos por aquele penoso momento em que nos interrogámos se vale ou não a pena dizer a alguém que se está a enganar a si mesmo e que era melhor parar de fazer de conta que está tudo bem. 

Quem declarou que “A estratégia do Syriza foi perdedora desde o início” ou que “Governo grego foi de uma enorme imprudência” foram respectivamente os mesmos Ricardo Paes Mamede e António Costa que antes declaravam “Syriza já conseguiu mais do que qualquer Governo bem comportado na Europa” e “Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha”.
Eles nunca erram, as suas intenções são sempre as melhores. Os outros é que os enganam. O desenrolar dos acontecimentos na Grécia tem levado a que muitos daqueles que em Janeiro faziam declarações ditirâmbicas com a vitória da esquerda radical na Grécia agora procurem apagar esse mau momento. Como? Reflectindo sobre o seu erro? Tirando conclusões? Nada disso. Simplesmente culpam o mesmo Syriza e o mesmo governo grego que há meses incensavam.

A esquerda nunca erra. Desilude-se. Nunca se engana. É enganada. Mesmo quando confrontada com os resultados mais catastróficos, o máximo que se lhes ouve é um desalentado “Foi um sonho que acabou mal.”

A direita erra igualmente mas felizmente não lhe é permitido o discurso do sonho que acabou em desengano, da ilusão que se desfez, da utopia que não foi. É erro. É crime. É disparate. E ponto final. E esta pequena enorme diferença face ao erro explica muita coisa. Explica por exemplo que à esquerda o anunciado seja sempre mais importante que os resultados. Explica também que, por essas bandas, aqueles que se tinham como exemplo ontem se tornem inconvenientes dias depois sem que ninguém estranhe tal transfiguração. (adaptado de Os Enganados de Helena Matos no Observador )

quinta-feira, 23 de julho de 2015

O BCE e a “quebra de moeda” de 22 de Fevereiro!

Perguntava na altura “se dentro de seis meses ou um ano a imprensa a que temos direito não andará por aí a reclamar dos aumentos dos preços”…

Por via de dúvidas e, para mais tarde recordar, publiquei a tabela de preços de produtos agrícolas básicos do dia (que é tempo de comparar com a de hoje)

domingo, 5 de julho de 2015

na TAP “especialistas” duvidam!

A Raquel Almeida Correia do jornal da Sonae afirma aqui o que o principal problema que os estatutos da empresa levantam, e que poderá colidir com as regras da União Europeia (UE), é o facto de Humberto Pedrosa, o sócio português que detém 51% do capital do consórcio, ficar dependente de Neeleman para tomar decisões estratégicas para a companhia de aviação.
Os ”especialistas” em que a jornalista Raquel se baseia são:
- Gonçalo Anastácio, especialista da Rebelo De Sousa & Associados-sociedade De Advogados
- Luís Miguel Romão, especialista em concorrência e direito comunitário na Rui Pena & Arnaut
- Miguel Prata Roque, antigo adjunto do ex-ministro do PS Augusto Santos Silva e professor de Direito Administrativo da FDireito da ULisboa
que ficam aqui para memoria futura se tiver que lhes perguntar se tem condições para continuar a emitir pareceres.
e, claro, com tão brilhantes “entenderes” o
PS diz que vai pedir explicações ao ministro da Economia,

(mas, como isto foi uma notícia “encomendada”, o assunto deve deve ficar por aqui!


e
uma opinião deveras imparcial!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

António Tsipras e o pecado

(para memória futura)
António Costa proclamou, no Rato, que o actual governo cometeu sete pecados capitais.
A cada pecado capital que vislumbra e anuncia, Costa confessa e proclama que, a governar, governará como o governo grego de Tsipras: chamando «austeridade» às boas contas e apostando no «investimento» com o dinheiro dos outros.

Segundo Costa,
O primeiro pecado foi a mentira, por «ter prometido não subir os impostos que subiu e ter prometido não cortar os salários que cortou». Como o grego inimputável, Costa branqueia os milhões de dívidas e calotes escondidos que o governo de Sócrates, a que pertenceu, deixou como legado. Não devíamos pagar, diz ele.  
O segundo pecado, diz Costa, foi «o desemprego, a precariedade e a emigração».
O terceiro, a «asfixia da classe média».
O quarto, o «aumento da pobreza e das desigualdades». Para Costa, como para o grego inimputável, os anos de governação ruinosa não deveriam ter consequências, e a correcção das contas públicas não devia ter sido feita.
O quinto pecado foi, segundo Costa, o «desinvestimento na Educação, na Ciência e na Cultura». Para Costa são virtuosas, sim, as «festas» perdulárias como as da Parque Escolar, os «investimentos» como os das «Novas Oportunidades» e, obviamente, a subsidiação dos amigos.
O sexto pecado, diz ele, foi o «ataque aos serviços públicos, em particular na área da Saúde e da Justiça». A OCDE já disse que Portugal fez, na Saúde, melhor com menos dinheiro, e quanto ao «ataque» na Justiça deve ser isso que Costa chama a toda a racionalização e poupança.
O sétimo pecado, diz Costa, foi a «quebra de mais de 20% no investimento, quer público, quer privado». Ora este não é, na verdade, um pecado do governo, é antes um sintoma de Costa: o sintoma de que não percebeu nada, não se arrepende de nada e, como Sócrates, quer despejar dinheiro nosso nos problemas dele.


No fim de um mandato em que herdou uma bancarrota socialista o Governo conseguiu um défice abaixo de 3% e um saldo primário positivo, a baixa do desemprego, a reestruturação discreta da dívida, uma almofada financeira para distúrbios nos mercados, um brutal e consistente aumento da contribuição das exportações para o PIB, a melhoria da competitividade da economia, o saneamento de cancros económicos como a TAP, os transportes públicos ou os Estaleiros de Viana (para além do desmembramento dos dois maiores coitos de malfeitores no país). Para Costa, evidentemente, o governo «falhou os objectivos». Com a «alternativa» a que Costa convida, Portugal conheceria, sem dúvida nenhuma, o progresso luminoso da Grécia. (por José Mendonça da Cruz in Corta Fitas )

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Não ou Sim

Na realidade pouco importa a não ser para as manchetes da imprensa a que temos direito (e neste caso incluo a maioria da europeia) e para a propaganda a que o Syriza nos habituou.
Entra aqui a profunda falta de cultura de todos os actores desta peça de teatro que não é grego, é europeu, porque, em propaganda politica, “regressámos” às primeiras décadas do Século XX e ninguém deu por isso…

Seja o “não” ou seja o “sim” realmente pouco interessa. O governo helénico não se vai demitir , nem vai “cair”, nem, muito menos, sair “de moto próprio”.
Com o "sim" ou com o "não, Tsipras & Cª irão aceitar todas as condições que a troika lhes impuser e depois justificar-se-ão, perante os idiotas-úteis internos e externos, com as técnicas gobbelianas (marxistas, trotskistas e leninistas), que George Orwell tão bem "desmonta" na “Quinta dos Animais”:
Quando as “extremas” direitas ou esquerdas, o assumem, só à “força” se lhes retirará o "poder"!
Não conheço nenhum caso que contrarie esta afirmação.

Em tempos, referi neste espaço, que os actores dos “18” desconheciam o Vladimir Ilitch Lenine e a sua teoria do “dois em frente, um à retaguarda”, tão bem executada pelo Syriza (extrema- esquerda) e pelos Gregos Independentes (extrema-direita) e melhor divulgada pela imprensa a que os europeus têm direita.
Pior! Nenhum dos 18 actores parece ter “estudado” Eric Arthur Blair, um comunista desiludido, que como escritor usou o nome de GeorgeOrwell e cuja melhor obra de "Ciência Politica", cada vez com mais actualidade, se chama “The Pigs Farm”, em Portugal, envergonhadamente intitulada “A Quinta dos Animais”.
“The Pigs Farm” de Orwell é essencial para se compreender a “atitude política” do Syriza e de todos os partidos a que chamamos de extrema-esquerda, porque desmonta a “propaganda de combate” que Lenine e Goebbels definiram e que o partido que governa a Grécia tão bem pratica.


Por isso o atabalhoado “referendo” é apenas uma manobra no “combate por Atenas” que implica muito mais que a saída do Eurogrupo: O principal objectivo chama-se NATO ou, como se dizia durante a “guerra fria”, Civilização Ocidental!