”A 80.ª Sessão da Assembleia Geral da ONU realiza-se a partir de amanhã e intitula se: “Better together: 80 years and more for peace, development and human rights”. Estará na agenda a Questão da Palestina. O Governo português, em comunicado de 31 de julho de 2025, anunciou as tais seis condições específicas que deveriam estar preenchidas pela Autoridade Palestiniana para conduzir a um processo de reconhecimento do Estado da Palestina. O Governo, muito embora o reconhecimento dum Estado seja de sua competência, consultou os partidos: Chega contra e agora CDS também.
As condições eram seis: condenação dos atos terroristas do Hamas e exigência do seu total desarmamento; libertação incondicional e imediata dos reféns detidos em Gaza; compromisso com uma reforma institucional interna e com a organização de eleições num futuro próximo; aceitação do princípio de um Estado palestiniano desmilitarizado, cuja segurança externa seja garantida por forças internacionais; prontidão para retomar a administração e o controlo total da Faixa de Gaza, com a saída do Hamas; reconhecimento do Estado de Israel e das necessárias garantias de segurança.
Estas condições são um sonho! Então porque estamos aqui? Porque temos dúvidas. Estarão estas condições asseguradas? A Autoridade Palestiniana tem o poder de assegurar ao menos a libertação dos Reféns? Existe algum Estado?
Vejamos: esta Guerra tem armas estratégicas não convencionais e uma das mais poderosas é a Comunicação. O 7 de Outubro foi, como disse Herta Muller, o descarrilamento da civilização. A barbárie filmou e exibiu monstruosidades praticadas num apocalipse, como troféus de deuses de inferno. Bernard Henri Levy, no livro “A solidão de Israel”, atribuiu-lhe a classificação de R. Schurmann: um acontecimento, uma Nova Era.
A ciência da Comunicação fez libertar reféns, a conta gotas, num cenário de donos da guerra, o que não fez nenhuma MeToo protestar. Mostraram visualizações de reféns, em subterrâneos dantescos, quando achavam que isso podia servir para culpabilizar Israel. Isto quano libertá-los seria o fim da guerra.
Imagens tremendas de Gaza passam a toda a hora. Existe uma população civil sequestrada, usada como escudo humano e impedida de corresponder aos avisos do IDF, e quem publica essas imagens. A comunicação social parceira da Al Jazeera e de um inexistente Ministério da Saúde do Hamas que, a sê-lo, é da propaganda. A SIC, durante a entrevista ao embaixador de Israel, não passou sequer as imagens que ele levou, repetiram ofensivamente as de todos os dias, as que estetizam terroristas mas desumanizam israelitas. Constroem autoridade moral como agredidos quando foram eles os agressores.
Exemplo desta hipocrisia criadora é a flotilha que segue devagarinho para Gaza para render “likes” e não para acudir a aflitos.
O antissemitismo acabou? Não! Estamos a viver uma Nova Era com uma doença viral antiga que muitos asseguram já não existir. Explicam que antissionismo é algo diferente mas a sinalização selectiva de indignação só acontece quando o opositor é Israel. Não acontece com o sofrimento de muçulmanos em campos de concentração na China, gays na Arábia Saudita, escravos industânicos no Dubai/Abu Dhabi/Catar. Ou cristãos no Sudão e em Moçambique. Isto demonstra que não é quem sofre que lhes desperta a bondade mas sim o ódio ao opositor, Israel.
Delphine Horvilleur diz no seu livro “Coment ça ne vas pas?” que os brinquedos são vendidos sem pilhas mas o antissemitismo é fornecido com recarregáveis e capacidade de se adaptar ao ambiente.
Porque estão todos tão zangados com Israel? Digo-vos: porque os heróis Superman, Batman ou Spiderman, todos inventados por judeus, testemunham a ânsia de inventarem algo que os defenda. Pois agora decidiram defender-se a si próprios e realmente nada mais irritante que um judeu que não aceita mais ser o bode expiatório da humanidade .
E o que dizer da sequestração das universidades? Algumas estão sequestradas por financiamentos externos e contribuem com intelectualidade parcial para moldar o nosso modelo de sociedade judaico cristã.
Há uma religião nova mesmo para ateus. O movimento FreeFree ,tornou-se numa religião de seguidores fanáticos. “From the river to the sea” é o novo grito Heil. A vontade é apagar uma Nação cheia de alegria de viver, apagar um Povo de vez.
Brendan O’ Neil, em “Depois do Pogrom”, diz que Israel esperou a 8 de Outubro em vão pois esperou pela clareza moral de jovens universitários a manifestar-se a seu favor. Mas foi o inverso: justificaram o injustificável e logo no dia seguinte. O Hamas não testou somente a segurança de Israel mas a consciência moral da humanidade. Precisamos de falar, diz ele, sobre a piedade do ocidente para com os pogromistas logo nesse dia.
E as instituições mundiais? Zelam pela justiça e imparcialidade? Não. A ONU declara que Israel comete genocídio e fui ver quem eram os três elementos da suposta comissão neutra, Pillay, Kothari e Sidoti. Todos com histórico de criticas graves a Israel. O nosso Mundo de cabeça para baixo!
Tanto a ONU quanto o governo português limitaram-se a apelos formais e votos simbólicos, sem qualquer ação concreta ou eficaz para pressionar o Hamas para a libertação dos reféns. A ONU produziu resoluções não vinculativas enquanto Portugal se escondeu atrás de declarações conjuntas vazias, sem usar sua voz diplomática para liderar ou sequer incomodar. Ambos falharam em transformar palavras em resultados.
Estamos agora com os olhos postos nas Nações Unidas. Vários países anunciaram que, a partir de Setembro de 2025, reconheceriam o Estado Palestiniano se certas condições fossem cumpridas. Agora Paulo Rangel, como Greta, abandona a “flotilha”de Macron e passa a outra mais rápida.
Mas o que tem Israel contra um estado palestiniano pacífico a seu lado? Nada. Quando a ONU aprovou o plano de partilha da Palestina do Mandato Britânico nela estava implícito a aceitação israelita do Estado Palestiniano. Foram os árabes que não aceitaram. Depois os palestinianos, focados na negação do Estado judaico, negligenciaram a construção do seu e estão sob domínio terrorista.
É por isso que neste momento o reconhecimento de um Estado recompensaria o Hamas que já declarou que esse reconhecimento seria — e cito — “fruto de 7 de Outubro”.
Ora o 7 de Outubro não pode ser o acto fundador do Estado da Palestina.””