quarta-feira, 18 de março de 2020

uma formalidade notarial...


A farsa da democracia representativa ficou hoje clarinha como água.
Desde que saiu de casa, ontem ao fim da tarde, Marcelo já tinha engatilhado o decreto que nos obriga a todos a seguir o seu “exemplo”, como se o comum dos portugueses tivesse “seguranças” que lhe levem a papinha feita a casa. Os recados seguiram pelos canais habituais. Hoje, em poucas horas, o CdeE de bonzos, por teleconferência, secundou o decreto. Ainda o decreto não estava na AR e já o PM dizia o que pensava dele. Na AR, pediram uma horinha para o ler antes de o votar. A seguir, o PM referenda e manda publicar. Depois fala Marcelo e, quatro horas depois, o decreto entra em vigor. O esmiuçar das medidas concretas fica para o governo amanhã. Em menos de 24 horas, a democracia parlamentarista demonstrou ao país que não passa de uma formalidade notarial sempre ao dispor do caprichismo de qualquer titular circunstancial de cargo político. Se o regime fosse presidencialista, com certeza que o PR não teria ficado duas semanas em casa a aboborar o entalanço “rapid” dos outros órgãos políticos. Ele seria o rosto das medidas e as medidas seriam dele, como se viu ontem numa entrevista do PM francês que evidentemente tudo ligou a Macron que tem sido impecável. Mas é o que há. (por João Gonçalves noFaceBuque)