domingo, 23 de abril de 2017

“night of the barricades”

Protesters have taken to the streets of Paris to hold a rally called “night of the barricades” after the first round of voting in France’s presidential election .

terça-feira, 18 de abril de 2017

Medo (para memória futura!)


segunda-feira, 17 de abril de 2017

Da circulação das espécies…

Em Portugal as espécies não evoluem, circulam. Ou mais correctamente dizendo, hoje estão num grupo, amanhã regressam àquele em que estiveram anteriormente e em cada uma dessas passagens retornam ao que já foram como se nunca o tivessem deixado de ser. Vivem o presente sem passado. Dessa grande circulação das espécies entre o último semestre de 2015 e o momento presente temos a destacar os seguinte mutantes. Ou reincarnados numa perspectiva mais teológica:
- Os amigos do Sócrates. Eram aos milhares. Todos lhe telefonavam. Todos o abraçavam. Contavam-nos as graças – e tudo nele tinha graça! – reverenciavam-no, achavam que com ele o PS era imbatível. […] Dos membros dos seus governos jamais vinha uma palavra de discordância em relação ao primeiro-ministro.
- Os esfomeados, os indignados e os desistentes. Entre 2011 e 2015 estava um em cada esquina. Aliás a fome estava por todo o lado. Se o desemprego baixava era porque os desistentes já nem procuravam trabalho pois não se conseguiam arrastar, mergulhados na depressão e falta de vitaminas. Diante de cada microfone estava um indignado.
- O jornalista ofegante. O pobre não aguentava mais. Era a passada forte a acompanhar as manifestações dos esfomeados, os acampamentos dos indignados, o olhar faiscante do senhor Nogueira. Os directos minuto a minuto sempre à espera que fosse aquele o dia da invasão do parlamento, da queda do governo. A denúncia ininterrupta das negociações dos bastidores.
Certamente por conselho do seu pneumologista o jornalista ofegantemente indignado transfigurou-se no jornalista ora venerando e obrigado ora militante. Nada o perturba.
- Os dirigentes do PSD que acham que este partido deve ser uma sucursal do PS. Não há futuro mais risonho que integrar este grupo. Qualquer líder do PSD que tenha sofrido nessa qualidade uma forte derrota ou que tenha conduzido o seu partido à irrelevância torna-se uma figura incontornável, um poço de saber e, claro, um comentador de referência. Se a par disso reconhecer a superioridade do líder do PS em funções face a quem lhe sucedeu na liderança do PSD (invariavelmente uma pessoa sem ideias, alma e consciência social) então está no Olimpo mediático.
Podem até acontecer milagres. Por exemplo, Manuela Ferreira Leite, pessoa que como sabe era “a velha” quando debatia com Sócrates, o qual claramente a esmagava nos debates nomeadamente naqueles em que a dita velha lhe perguntava face ao anúncio de estrambólicos investimentos “Onde é que está o dinheiro?”, tornou-se uma comentadora consensual quando, já derrotada, passou a ocupar boa parte das suas intervenções a criticar Passos Coelho. Não só nunca mais foi ridicularizada como, pasme-se, deixou de ser velha! 
- Espécie recentemente descoberta. A Austrália tem o ornitorrinco, […]  Nós para lá dos ovos dos dinossauros na Lourinhã e do menino do Lapedo que pôs os arqueólogos literalmente à chapada por causa dos cruzamentos entre o Crô-Magnon e o Homo sapiens neandertalensis não tínhamos nada de relevante até que apareceu o presidente do povo. O presidente do povo é um ser que nasceu nas televisões, viveu nelas e prolonga o seu mandato nelas. Correcto seria chamar-lhe presidente dos directos televisivos mas como as televisões tendem a confundir o povo com as audiências, o presidente do povo é a expressão vulgarizada. […]

A evolução do nosso endémico “presidente do povo” é por enquanto um enigma mas o ecossistema à sua volta começa a apresentar sinais de forte degradação.  (in Da circulação das espécies por Helena Matos )

domingo, 16 de abril de 2017

Governo Sombra - Diferentes tipos de fé

http://tviplayer.iol.pt/programa/governo-sombra/53c6b3a33004dc006243d5fb/video/58f3459a0cf2004cbd3fb572

sábado, 15 de abril de 2017

para mais tarde o recordar”...

“iguala o valor mais elevado deste século” 
é assim que o Ministério das Finanças reage ao crescimento de 2,8% do PIB, no primeiro trimestre de 2017, conforme revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística.”

Donald Trump, Orwell, Maquiavel, von Clausewitz e Sun Tzu…

(Uma forma diferente de fazer política a que eventualmente teremos de nos adaptar…)
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Nos últimos dias na sequência das acções militares das FA dos EUA na Siria e no Afeganistão tenho ouvido (principalmente) barbaridades acerca daquilo a que chamam recuos, flip-flop’s etc., da “política do Trump”.
Uma leitura do livro “Da Guerra” de von Clausewitz dir-nos-ia que a guerra “é a continuação da politica por outros meios” ou que "não é apenas um acto político, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação das relações políticas”, e, também, que é a “gestão do mesmo por outros meios".
Ora a politica externa dos EEUU não parece ter mudado nas últimas décadas nem com G.W.Bush e, muito menos, com as “linhas vermelhas” do B.H.Obama II.
O que marca a diferença de Donald Trump, para aqueles dois, estará na aplicação que parece estar a fazer d’ “A Arte da Guerra" do Sun Tzu, o estratega que actualmente é visto e tem sido ensinado, mais como um ensaio de Economia do que um estudo de Estratégia Militar.
De Sun Tzu há duas premissas que qualquer economista conhece e aplica: “há momentos em que a maior sabedoria é parecer não saber nada” e “o verdadeiro objectivo da guerra é a paz”. Porque me parece que o actual Presidente dos Estados Unidos é um “gestor" e não será, no sentido que actualmente damos a esta palavra, um “político” e razoável pensar que terá feito uma "Análise SWAT" à situação antes de tomar decisões.
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É aqui que entra e erra a maioria dos “nossos” comentadores que, ao que me parece, apenas terão lido o “O Príncipe”, mas não sabem, ou não querem saber, que Maquiavel sempre defendeu “a ética na política” porque apenas entendem o erradamente divulgado conceito daquele autor de que “os governantes devem governar e manter o poder, mesmo que tenham que usar a força militar e fazer inimigos”. E, por tal, é assim que julgam o presidente americano.
Ora para Trump, o economista, que leu Sun Tzu, ao invés dos comentadores, “a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”, é “mantê-lo sob tensão e cansa-lo”. Assim aconteceu na Síria com a destruição de quase um quarto da capacidade aérea de Assad (antes do ataque os meios aéreos da Rússia tinham abandonado a base…) e, depois da destruição dos túneis, haverá algum talibã que queira permanecer ou usar “galerias subterrâneas”?
Resta o Kim Jong-un! Perdido o apoio da China (e da Rússia) irá continuar com experiências nucleares e lançamento de misseis? Para bem de nós todos suponho que não! Mas talvez fique como modelo para o “corte de cabelo” de jovens rebeldes ocidentais…   
Uma forma diferente de fazer guerra, isto é: fazer “política”, a que eventualmente teremos de nos adaptar… 
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…e o Orwell onde é que entra?

- Entra na “The Pigs Farm” quando comentadores e políticos arrecuam e fazem flip-flops na emenda dos seus sonetos!