quarta-feira, 20 de abril de 2011

esta coisa da Alta Velocidade ainda mexe?

Teixeira dos Santos, afirmou hoje no Parlamento, que o projecto do TGV «não exigirá envolvimento do Orçamento do Estado», porque o Executivo «está a trabalhar» para que seja «inteiramente suportado por dinheiros privados e comunitários». «Estamos a trabalhar para que não haja qualquer ónus sobre o Orçamento do Estado» diz Santos garantindo que o acordo com o PSD relativo ao TGV e a outras obras públicas e concessões «vai ser respeitado». tsf

Para apoiar o "seu ministro" de imediato o ainda Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, Carlos Costa Pina, sublinhou que o TGV vai beneficiar de 600 milhões de euros de Fundos Comunitários e outros 600 milhões do Banco Europeu de Investimento.tsf
Para uns quantos com boa memória se lembram das SCUTS de Cravinho e desconfiam dos "almoços gratís", o ainda ministro "ameaça": «Já há custos incorridos pelo concessionário que terão de ser ressarcidos em caso de uma indemnização ou interrupção do projecto e isso ultrapassa já a grandeza da centena de milhões de euros em termos de encargos que teriam de ser suportados nessa eventualidade». tsf
Curiosamente, ou talvez não, o Bloco de Esquerda ainda considera que o TGV é um investimento importante, em especial, "no que diz respeito a mercadorias". tsf
Parece-me muito estranho que um transporte de Alta Velocidade sirva para carregar mercadorias, apesar de nos anos 60 e 70 os nossos imigrantes terem sido tratados como tal pelos Caminhos de Ferro nas suas idas e vindas a Portugal. Quase tão estranho quanto a afirmação do ministro sobre o "apoio" do PPD/PSD à continuação de tal obra nesta altura de crise, mas talvez seja mais um "tiro no pé".
Desconfiado com tais valores (3 submarinos ou uma Ponte Vasco da Gama), Nuno Melo, eurodeputado do Partido Popular Europeu, acusou o ministro de mentir, uma vez que «nenhuma alteração ao projecto foi feita», e por isso mantém-se uma «forte componente nacional» no financiamento da grandiosa obra, e afirma: «O que o ministro das Finanças disse, simplesmente, não é verdade. Não deu entrada nenhuma alteração nas instituições europeias a propósito da implementação do TGV e, tal qual existe, o TGV implicará uma forte componente nacional, com custos que, obviamente, nesta conjuntura de grave crise internacional e dificuldade de endividamento, Portugal simplesmente não pode suportar». tsf
Também Pedro Mota Soares, líder parlamentar do CDS-PP, sublinhou que, «numa altura em que Portugal não tem dinheiro e em que o maior problema das contas públicas portuguesas é o seu endividamento, ninguém compreende a teimosia do Governo em manter uma obra que vai ter como consequência o aumento exponencial do endividamento».

Mota Soares não percebe porque é que «Há três dias que Portugal pediu ajuda externa e até ao momento ainda não disse por que é que não adia o TGV entre Poceirão e Caia».
Confesso: Eu também não!!!