Em La Couture, perto de Béthune, em Pas-de-Calais, a igreja e um monumento surpreendentemente realista lembram-nos que durante a Grande Guerra, Portugal comprometeu-se com os Aliados, aqui, entre Artois e a Flandres. Um compromisso tardio e pouco decisivo.
Em 1914, Portugal era ainda uma jovem República, oficialmente neutra, mas ainda assim ligada à Grã-Bretanha por uma antiga aliança.
Em ~Dezembro de 1915, os britânicos pediram-lhe que requisitasse todos os navios alemães ancorados nos seus portos. Portugal cumpre. Em resposta, em 9 de março de 1916, a Alemanha declarou guerra.
Uma Força Expedicionária é formada e enviada para treinamento. Em fevereiro de 1917, as primeiras tropas desembarcaram em Brest em grande segredo.
No final de 1917, a Força Expedicionária contaria com 565.000 homens vinculados ao Primeiro Exército Britânico do General Horne. Ele foi encarregado da defesa de uma frente de 11 quilômetros na Flandres Francesa. A sua sede está estabelecida aqui em Saint-Venant.
Mas o moral dos “Serranos”, as tropas portuguesas, será severamente testado pelo terrível Inverno de 1917 nesta planície lamacenta do Lys. A república foi derrubada por um governo muito menos combativo. E acima de tudo, os reforços não chegarão mais. Os britânicos dão prioridade ao transporte de tropas americanas recentemente engajadas.
Em 9 de abril de 1918, primeiro dia da Batalha do Lys, apenas uma divisão portuguesa de 9.000 homens permaneceu ao lado dos Aliados. Perante o poder inimigo, os portugueses não conseguirão resistir. A ofensiva deixou 398 mortos enterrados aqui no cemitério português de Richebourg.