O guia de Cavaco Silva dirigido aos chefes de Governo e a quem os observa parte de uma “reflexão” do antigo primeiro-ministro, através da sua experiência, mas também da “observação dos seis primeiros-ministros que se seguiram”, principalmente, daqueles com quem trabalhou como Presidente da República. (Marina Ferreira)
“Falta de bom senso”, “atitudes mentirosas” e “linguagem que reflete falta de boa educação”. Estas são as linhas vermelhas que Cavaco Silva traça para os casos em que um primeiro-ministro tem a obrigação de propor a exoneração de um ministro ao Presidente da República.
“Nessas condições, [o primeiro-ministro] tem de esquecer todas as ligações pessoais, todo o bom relacionamento que tem ou que teve com esse ministro e tem de propor ao Presidente da República a sua exoneração”, defende Cavaco Silva em entrevista a Raquel Abecasis no Nascer do Sol.
Há uma semana, Cavaco Silva lançou o livro “O Primeiro-Ministro e a arte de governar”, que, revela, estava na sua cabeça “há quase 20 anos”. Só não o mostrou ao público antes porque, diz, tinha de “prestar contas aos portugueses” do exercício das funções políticas que exerceu — a passagem por São Bento, primeiro, e pelo Palácio de Belém, depois.