Houve um atentado islamista em Nice: um terrorista entrou numa igreja católica e esfaqueou várias pessoas, matando três.
O caso está a causar certa comoção, porque a França esteve sob fortes críticas das autoridades de países muçulmanos (incluindo o presidente turco) a propósito dos supostos excessos retóricos na reacção à morte de um professor de liceu, degolado há uma semana por um islamista, após ter mostrado as caricaturas de Maomé na aula.
A indignação dos fanáticos nem se entende bem, pois a resposta francesa foi a do costume, com manifestações e discursos, vigílias e textos indignados, muitas palavras, mas nenhuma acção concreta. Pelo contrário, houve tentativas de relativizar o problema, como se o país não estivesse sob o ataque de fanáticos.
Um bispo português, num twitter mais do que lamentável, culpava os europeus por não respeitarem as religiões (ainda bem que isto não foi na igreja dele).
Um comentador da rádio pública fazia uma salgalhada entre o ataque do terrorista em Nice e a defesa que os conservadores polacos estão a fazer das suas igrejas, no contexto da contestação ao tribunal constitucional da Polónia, que emitiu uma decisão controversa sobre a lei de aborto, desencadeando manifestações contra os católicos. Para este radialista, em ambos os casos estamos perante o mesmo tipo de obscurantismo religioso.
É cada vez mais evidente que nós, europeus, capitulámos na defesa da nossa liberdade. De alguma forma perversa, a culpa é nossa, por não sermos suficientemente tolerantes com estes maluquinhos que nos querem cortar a goela. (in “O ataque dos índios” por Luís Naves)
mas felizmente ainda há excepções: