quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Calendario Astronomico 2021

 

2021 ANO JACOBEU

O último foi o de 2010 e o próximo será o de 2021. 

O ano jacobeu é inaugurado com a cerimónia de abertura da Porta Santa na tarde do dia 31 de Dezembro do ano anterior, um ritual no qual o arcebispo de Santiago golpeia com um martelo de prata três vezes o muro exterior – símbolo da dureza do Caminho- que tapa esta entrada posterior da Catedral situada na praça da Quintana. Assim, a comitiva que encabeça a autoridade religiosa pede ao apóstolo Santiago permissão para entrar. Em seguida é derrubado o muro. 
Este acesso, tradicionalmente utilizado pelos peregrinos para entrarem no templo, permanece aberto durante os seguintes 12 meses até que volta a ser fechado no último dia do ano até ao seguinte ano jacobeu.


aposto que ele já se ele esqueceu!


Fique cinco ou dez anos, Marcelo já tem um “retrato oficial” para a Galeria dos Presidentes quando terminar o mandato. Foi um mestre “assim assim”, um desconhecido do Porto, que o pintou. 
“Ele chegou com os seguranças todos atrás, entrou com a Guarda Civil e a assessoria toda, surpreendeu-se com o quadro e surpreendeu-me a mim. Disse-me que gostava que este fosse o seu retrato oficial e perguntou aos assessores como podia levá-lo. Eu sugeri ‘oh presidente se quiser eu levo-lho a casa’. E ele convidou-me a ir a Lisboa. ‘Traga-mo até ao final do mês’. Eu fiquei sem fala: ‘oh meu Presidente, isso é uma maravilha. Fica combinado’, disse-lhe António Bessa, 63 anos, pintor “desde que se conhece por gente”.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

sondagens eleições presidenciais 2021.

 


Chaimite

Às 7 da manhã do dia 28 de Dezembro, Mouzinho de Albuquerque entrou no povoado através de um pequena abertura na paliçada, à frente dos militares portugueses. Os cerca de 300 vátuas que compunham a elite guerreira dos insurrectos – armados de espingardas fornecidas pelos ingleses – fugiram sem disparar um tiro.
Aproveitando o efeito da surpresa, Mouzinho capturou o “Leão de Gaza”, juntamente com o filho (Godide), o tio (Molungo), o régulo Matibejana e dez mulheres (sete de Gungunhana e três de Matibejane). Mahune e Queto, os dois principais conselheiros de Gungunhana, provavelmente agentes de ligação aos operacionais britânicos que tinham manipulado a revolta, foram fuzilados.
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Linha de Sintra: Uma Prenda de Natal

A CP vai injectar oito comboios recuperados ao funcionamento na linha de Sintra até ao final de 2020, garantiu hoje, dia 12 de Dezembro, o Pedro Nuno Santos que está ministro das Infraestruturas e da Habitação ( Nuno Miguel Silva em 12 Dezembro 2019, 14:52 no JE)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

votar em Professor Marcelo ?

Alguns portugueses, entre eles jornalistas e alegados jornalistas, comentadores e alegados comentadores, eleitores e absentistas ouviram, em directo, Sua Excelência, o Venerando Chefe de Estado, retirar a confiança politica ao Eduardo Cabrita e à Marta Temido que estão ministros do Governo Minoritário do António Santos da Costa. 

A continuidade do Cabrita e da Temido no Executivo leva-me a perguntar: 
- Para que é que serve um Presidente da República desrespeitado pelo primeiro-ministro e seu governo? 
- Que razões nos poderão levar a votar (e eleger) o desrespeitado Presidente Prof. Marcelo Duarte Nuno Rebelo de Sousa?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Entre a propaganda e a realidade…

... ou porque a abstenção não interessa nem para as sondagens, nem para a discussão política dos resultados oficiais.
(A) Mário Soares foi o único PR que alargou a sua base de apoio, mas os seus “70%” são, na verdade, apenas 42% dos eleitores portugueses. 
(B) Anibal Cavaco Silva teve “quatro vezes mais de 50% dos votos dos portugueses”, mas na verdade, em eleições presidenciais, são apenas 31% em 2006 e 23% em 2011. 
(C) Marcelo Rebelo de Sousa "adorado pela direita" teve menos votos em 2016 (25%) do que o derrotado Cavaco Silva em 1996 (30%). 
(D) Rebelo de Sousa foi o presidente eleito com menos votos de sempre – abaixo dos 25%, contra 40% de Mário Soares, 35% de Jorge Sampaio e 31% de Cavaco Silva. A questão é saber se será também o presidente reeleito com menos votos de sempre – abaixo dos 23% de Cavaco Silva em 2011. 
ter em atenção que
(E) As sondagens [já] em 2001 e 2011 sobrestimavam sistematicamente as intenções de voto no Presidente-candidato. 
Por exemplo, ao longo de Dezembro de 2011, Cavaco Silva tinha sondagens de 60 a 64%. 
(d’AQUI)

sábado, 19 de dezembro de 2020

as Boas Festas de 2019...


Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o novo ano parlamentar vai ser "muito exigente". O presidente esteve com parlamentares de todos os partidos à excepção do "Chega" na cerimónia de Boas Festas no Palácio de Belém.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou preocupação com o elevado nível de abstenção nas últimas Legislativas, mas elogiou a nova composição parlamentar.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Portaria do Presidente do Reich para a Proteção das Pessoas e do Estado

História para os mais novos:
A "Verordnung des Reichspräsidenten zum Schutz von Volk und Staat ", aprovada em 28 de Fevereiro 1933, entrou para a história como a chamada Portaria do Incêndio do Reichstag: 
O Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ,NSDAP, (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães) tornou possível a portaria de emergência baseada no Parágrafo 48 da Constituição de Weimar e a expansão maciça da perseguição de adversários políticos e levou a um "estado de emergência permanente e a liquidação do Estado de Direito" 

"A violação do disposto na declaração do estado de emergência, incluindo na sua execução, faz incorrer os respectivos autores em crime de desobediência, nos termos do artigo 7º da Lei n.º 44/86, de 30 de Setembro”

Ludwig van Beethoven - 250 anos

 

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Sondagens

 (premonições)

É a TAP, é o Cabrita, é o SEF, é …

e este fim de semana há as costumadas “sondagens” na imprensa a que temos direito!

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aposto que o “Papandréu” Costa e o PASOK nacional  sobem nas intenções de voto

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Pátria

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este,finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." (Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.)


alarme !

só para lembrar que isto é 

" a imprensa 
a que temos direito "

domingo, 13 de dezembro de 2020

“a grande prioridade orçamental” ...


A Saúde irá agora entrar num ciclo de “expansão”, garante a Marta Temido, que está de ministro, apontando que o sector é “a grande prioridade orçamental” do Governo.
Temido, no texto da Mariana Espírito Santo defende que durante os últimos anos foram repostas as condições no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que agora serão expandidas, apesar de alertar que será um ano “exigente”.
“Depois de um ciclo de redução houve um ciclo de reposição e estão agora criadas as condições para um ciclo de expansão“, também afirmou a Drª Marta que está a ser ouvida no parlamento na comissão parlamentar conjunta de Orçamento e Finanças e de Saúde.

NÃO NOS TAP EM OS OLHOS!

Costa, Pedro Nuno Santos, Governo, PS, António Pedro Vasconcelos e demais amigos, correligionários e “compagnons de route”: NÃO NOS TAP (EM) OS OLHOS
resumo da acção dos socialistas nacionais nos últimos anos em relação à Tap 
1. António Guterres foi o primeiro Primeiro-Ministro socialista a preconizar e a pretender a privatização parcial da Tap, corria o ano de 1997. A ideia na altura era vender parte do capital à Swissair. Acabou no pântano como o seu Governo. 
2. Posteriormente, em 2011, José Sócrates assinou a privatização TOTAL, repito, TOTAL da TAP! Não acreditam, eis a prova: 
«3.31 – O Governo acelerará o programa de privatizações. O plano existente para o período que decorre até 2013 abrange transportes (Aeroportos de Portugal, TAP, e a CP carga), energia (GALP, EDP, e REN), comunicações (Correios de Portugal), e seguros (Caixa Seguros), bem como uma série de empresas de menor dimensão […].Será elaborado um plano actualizado de privatizações até Março de 2012.» 
Esta cláusula faz parte do (MOU – Memorandum of understanding) Memorando de Entendimento assinado com a Troika pelo Governo do Partido Socialista, em nome e representando a República Portuguesa, em 17 de Maio de 2011. 
3. Passos Coelho, enfrentou uma feroz e ilegítima oposição, uma vez que tinha inscrito no seu programa de Governo a privatização da Tap e a mesma tinha sido sufragada pelo povo português quando ganhou as eleições com maioria absoluta, juntamente com o CDS, conseguiu privatizá-la parcialmente em 2015. 
4. Finalmente, António Costa reverteu escandalosa e despudoradamente a privatização da TAP em 2016 e tem metido centenas de milhões de euros nossos, de nós todos, na Tap, só este ano, 1.200M€, fora os 1.000M€ previstos para 2021, e sabe-se lá quanto para 2022 e 2023! Fala-se em 4.000M€ no total! 
Agora que a política do Antonio Costa – e não esquecer, do seu Ministro Pedro Nuno Santos – de reversão da Tap falhou estrondosa e escandalosamente, prepara-se para perfidamente “chutar” o problema para a Assembleia da República com dois objectivos principais; co-responsabilizar todos os partidos pela incompetência e demagogia da sua política em relação à Tap desde 2016 e até agora, e co-responsabilizá-los também pelas medidas duríssimas que Bruxelas vai impor de ora em diante para a Tap poder continuar a operar mas, atenção, amputada de parte da frota, de parte das rotas, de parte dos destinos, de uma parte dos valiosíssimos “slots”, e com corte de salários que será transversal a todos os trabalhadores, de 25%, e pasme-se, quer associá-los ao despedimento de milhares de trabalhadores para se sair airosamente da sua política desastrosa e irresponsável neste dossier! Para Governo de esquerda, não está mal… 
Além de completamente incompetentes, são absoluta e descaradamente cobardes por não assumirem frontalmente os erros e, sobretudo, as consequências da sua política completamente contaminada pela ideologia! 
Esperar-se-ia que os partidos de esquerda votassem ao lado do Governo por o terem apoiado e mantido no poder mais a sua política inepta e irresponsável – também em relação à Tap – nos últimos 5 anos. Seria prudente que os partidos do centro e da direita, (o PS sozinho tem mais 22 votos do que a direita toda junta; 108 versus 86, logo não precisa da direita para nada nem dos seus votos!) se abstivessem, única forma de “entalarem” esta esperteza saloia de António Costa que, infelizmente, só nestas coisas é “hábil” e “competente” e uma vez que a restante esquerda vai votar contra! 
António Costa deve ficar com o menino nos braços, isto é, com a Tap, já que foi ele o Pai e a Mãe, foi ele que pariu esta Tap que não passa de um aborto do que deveria ser uma companhia de aviação 100% privada, equilibrada, competitiva, escorreita, contida económico-financeiramente, eficiente e a servir os portugueses e os seus legítimos interesses de deslocação. 
É justo, necessário e urgente que responda pela sua demagogia e incompetência infrenes! 
ACosta, Pedro Nuno Santos, Governo, PS, António Pedro Vasconcelos e demais amigos, correligionários e “compagnons de route”: NÃO NOS TAP (EM) OS OLHOS! (Rui Graça Moura)

sábado, 12 de dezembro de 2020

“Podem usar máscara à vontade mas sabem que só estão a proteger-nos a nós, certo?”

Um cirurgião português que trabalha a duas horas de Estocolmo foi repreendido logo no início da pandemia por usar máscara no hospital: acusaram-no de estar a assustar os pacientes e os colegas. Quase nove meses depois, recebeu os jornalistas de cara destapada, como todas as outras pessoas que trabalham no hospital. 
“Podem usar máscara à vontade mas sabem que só estão a proteger-nos a nós, certo?”
Tirando algumas pessoas no metro, mais ninguém usa máscara em local nenhum: lojas, restaurantes, táxis. Num centro comercial, um segurança estava de máscara, mas baixou-a de propósito para falar com os jornalistas.
A equipa do Observador esteve uma semana na Suécia, a falar com médicos, enfermeiras, funcionários de lares, filhos de idosos que morreram e que sobreviveram, virologistas, economistas, empregados de lojas, empresários, donos de restaurantes, estudantes e com o próprio Anders Tegnell, o epidemiologista principal do país, onde é uma espécie de rockstar, mas também recebe ameaças de morte. 
Estocolmo fica apenas a 3 horas e meia de avião de Lisboa, mas tem uma abordagem muito diferente na luta contra a pandemia. O facto de não se ter generalizado o uso de máscara é apenas o lado mais visível. A vida parece correr com alguma normalidade, quase como se não houvesse pandemia, mas nada é assim tão simples na verdade: muita gente segue à risca as recomendações da Agência de Saúde Pública, está em teletrabalho desde Março e não tem contactos sociais fora da sua bolha social. Nas últimas semanas foram instituídas algumas medidas mais duras, como a proibição de ajuntamentos com mais de 8 pessoas ou a interdição de venda de álcool após as 22h, que obriga todos os estabelecimentos com licença a fechar a essa hora.
Reportagem especial a ser publicada em vários artigos aprofundados a partir dos próximos dias no Observador .

por morrer um ucraniano...

"Esqueçam a sujeita do SEF, o balofo das golas, a Martinha chorosa e restantes descartáveis sem autonomia nem interesse. Essas nulidades não caem do céu, caem do PS e obedecem a um único indivíduo. 
O indivíduo que, além do empobrecimento material a galope, inspira uma pobreza de espírito sem grandes precedentes na nossa sociedade dá pelo nome de António Costa." 

Num país de sonho, a dona Cristina Gatões, os inspectores psicopatas e os colegas que calaram o crime seriam entregues na fronteira ucraniana à família alargada do falecido 
Num país digno, a dona Cristina Gatões sairia do SEF para um tribunal, e não para exercer direito. O dr. Cabrita voltaria a tirar fotocópias no Largo do Rato. E o próprio governo teria de patrocinar imensa “publicidade institucional” para escapar do escrutínio dos “media”, embora não escapasse do escrutínio dos eleitores. 
No beco esconso em que se enfiou Portugal, a dona Cristina Gatões segue para o Harrods, o dr. Cabrita implementa um “botão de pânico” para que os torturados possam desopilar antes do coma, e o governo nem é beliscado no processo. O presidente da República, que finta o “recolhimento” para ocupar confeitarias, profere umas banalidades sobre o assunto, tão tardias que o humilham. “ (in “Por morrer um ucraniano não acaba o dr. Costa” por Alberto Gonçalves) (in “Por morrer um ucraniano não acaba o dr. Costa” por Alberto Gonçalves)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

economia 2006 - 2020

 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Lacerda Salles por Vera Novais!


Sempre tomei Lacerda Salles por um homem honesto,
afinal é apenas um politico deste partido socialista !
António Lacerda Sales anuncia o reforço nível dos recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde com a contratação de 4.300 profissionais, mais de 1.800 assistentes operacionais, 1.300 enfermeiros, 170 médicos, entre outros.Foram abertos 435 postos de trabalho na especialidade de Medicina Geral e Familiar. “O maior número de vagas para médicos de família dos últimos tempos”, afirma o secretário de Estado da Saúde.Foi também aberto “o maior número de sempre” de vagas para zonas do país que mais dela necessitam (185): Algarve, Beiras e Trás-os-Montes. Os profissionais de saúde que se candidatarem a estas vagas terão incentivos.Abertas 2.400 vagas para a formação no internato geral.O reforço serve não só para dar resposta à pandemia, mas também a todas as outras áreas da saúde, destaca Lacerda Sales.

pearl harbor!

 

domingo, 6 de dezembro de 2020

os piores cegos !

Ninguém deveria surpreender-se por Ventura e o Chega ocuparem o vazio da revolta inorgânica anti-elites, sobretudo quando exploram ressentimentos e preconceitos

Se formos rigorosos, em muitas frentes André Ventura não faz nada que já não tenha sido feito por outros. Ataques à comunidade cigana por causa do rendimento mínimo? Basta recordar Paulo Portas em 2002.

Só que Portas vinha das boas famílias de Lisboa e o CDS era já uma velho partido com pergaminhos. Fundar uma IV República? Alberto João Jardim há muitos anos que defende o mesmo, mas se o desconsiderarmos como figura algo folclórica, então é bom recordar que Rui Rio se apresentou como candidato à liderança do PSD dizendo que “precisamos de um novo 25 de Abril” e que a Constituição de 1976 estava velha. 
É capaz de não ser menos revolucionário. E algumas das propostas do Chega – que eu abertamente repudio –, como a castração química ou a prisão perpétua, são prática comum em muitos países europeus.
E depois será possível continuar a dizer que não, não há
nenhum problema com a comunidade cigana quando no mais recente 
Estudo Nacional sobre as Comunidades Ciganas, publicado em 2015, se refere que a idade média do casamento das raparigas é aos 16 anos, sendo que mais de 15% casam com menos de 15 anos e que mais de 80% assumem casar pela “lei cigana”?

Mas não, a realidade não interessa e por isso há por aí muita gente a achar que com Ventura vem aí o fascismo e, por isso, pedem a rápida ilegalização do partido pelo Tribunal Constitucional. A estupidez é evidente e só mostra a tacanhez de certos espíritos. Só falta mesmo sugerirem que prendam André Ventura para o impedirem de falar – pior do que um demagogo, só um demagogo mártir.


… há um ano eu já previa “maiorias plurais” à direita, só não imaginava que elas viriam tão cedo. É caso para dizer: habituem-se e, sobretudo, trabalhem melhor, pois não será nos tribunais que derrotarão o Chega.

queria deixar bem claro que também para mim esta posição é apartidária, sem qualquer interesse pessoal ou politico

domingo, 29 de novembro de 2020

Óh tótós! Sabem que o "pê ésse" votou contra?

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Novo Cais de Lisboa




Um ano depois como está o "prometido" com pompa e circunstância?
27 Novembro 2019, 13:14
Vai ser possível ligar o terminal de cruzeiros ao Terreiro do Paço e ao Cais do Sodré, com uma nova avenida, árvores e passeios largos com ciclovia. Assim vai ficar o Novo Cais de Lisboa.


terça-feira, 24 de novembro de 2020

o dia antes

Na noite de 24 de Novembro de 1975, enquanto os militantes do Partido Comunista, do Couço a Grândola enchiam as cartucheiras e aqueciam os motores das camionetas para vir participar na revolução, em Lisboa, juntamente com o Ralis, Copcon e os paraquedistas chefiados por sargentos, além dos civis a quem tinham sido previamente distribuídas armas, Eduardo Ferro Rodrigues, radical do MES, organizava os SUV (Soldados Unidos Vencerão) do Regimento de Infantaria n.º 2, de Abrantes, para rodar sobre a capital. 
Antes da meia-noite, e apesar da relação de forças favorável à instauração de uma ditadura do proletariado, o Politburo soviético ordena a Cunhal que pare e este, como sempre, obedece, com a garantia de Melo Antunes, do Grupo dos Nove, num encontro em casa de Nuno Brederode Santos (da facção moderada do MES), de que o PC não seria ilegalizado. Os russos já estavam satisfeitos com a independência de Angola, proclamada pelo MPLA em 11 de Novembro de 1975, e não queriam abrir mais uma guerra civil, de resultado provavelmente funesto. 
A aventura de criar um reduto comunista na ponta da Europa ocidental havia terminado. A embaixada soviética em Lisboa evacuou cerca de uma centena de conselheiros de inteligência e militares e Cunhal recebeu, como prémio de obediência, a Ordem de Lenine. Ferro Rodrigues, Vieira da Silva e o seu grupo (Sergio Figueiredo?), continuaram no MES, cada vez mais radicalizado, apesar de progressivamente esvaziado por consecutivas dissidências. Chegam ao PS em 1986, sem nunca terem renegado os princípios marxistas e os fins leninistas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Lembra-se do PASOK ?

Vou ignorar o facto de mais uma vez uma alegada jornalista usar uma comparação que só é possível por quem poderia alinhar no significativo “encaixotar” da estatua de Churchill em Londres.
Mas, talvez sem a razão que a razão conhece, lembrei-me do Papandréu e o PASOK. 
Pouco conhecedores, ou especialmente desinteressados, da História, mais longínqua ou mais próxima, os portugueses estão alegremente a afundar-se na ilusão do Ouro do Brasil, perdão da Europa, ou do tempo do Soares de mao estendida à caridade do Chanceler Schmidt (em paralelo temporal ao Grego Papandréu das bancarrotas e das contas públicas marteladas). 
Costa não se tem mostrado capaz de elaborar uma proposta para além da propaganda que debita. Parece intimidado pelo radicalismo absurdo que tem obrigado a esquerda a deixar à direita causas como a estabilidade monetária, a liberdade de iniciativa, ou agora, em nome do politicamente correcto, até a liberdade de expressão. Costa tem medo: receia que, se admitir a conveniência do ajustamento e a necessidade de reformas, acabe por legitimar a direita e por ceder a coroa da anti-austeridade, com que espera ganhar as eleições, ao PCP e à extrema-esquerda. Mas é precisamente esse medo que pode pôr o PS na via sacra do PASOK. 
O PS ainda não é o PASOK por sorte. Tal como este em 2009, também venceu umas eleições a negar a “austeridade”, para depois andar de PEC em PEC. Em 2011, deixou um país arruinado, mas teve a sorte de haver uma coligação de direita que, com mais ou menos dificuldade, executou o bastante do memorando para equilibrar as contas. Foi assim que o PS, dispensado de ajudar, pôde fazer de cigarra da anti-austeridade, ajudado ainda pelo modo como o velho PCP e a velhinha UDP (sob o pseudónimo de BE) bloqueiam o desenvolvimento (in “Como é que o PS pode ser o PASOK“ por Rui Ramos) 
Não é difícil imaginar o PS transformado num PASOK. As próximas eleições, se as houver, irão encarregar-se disso se os eleitores portugueses já souberem ler… 
(e conhecerem o que na Grécia foi o PASOK, assim: em maiúsculas!)

mamadu baa Matem o homem branco!

domingo, 22 de novembro de 2020

o polvo socialista...

“O facto de esta notícia passar com um encolher de ombros é demonstrativo de que não aprendemos nada com a Operação Marquês, e que o regime continua podre, pervertido e perigoso.”
“O facto de o primeiro-ministro assumir de forma tão aberta essa relação de confiança pessoal é demonstrativo de uma continuidade preocupante com os tenebrosos anos 2005-2011.
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João Miguel Tavares no Público de 20 de Agosto escrevia sobre a nomeação de Vítor Escária como chefe de gabinete de António Costa, um dos factos políticos mais emblemáticos do ano — e que faz temer o pior:
“Vítor Escária é citado 83 vezes na acusação da Operação Marquês. Foi ele o principal intermediário no negócio das casas do grupo Lena na Venezuela. Chegou a estar sob escuta, houve buscas a sua casa e foi ouvido como testemunha no processo.
“Não foi acusado de qualquer crime. Mas o que consta da acusação é suficientemente perturbante para qualquer primeiro-ministro ter a obrigação política de se manter à distância. (...)
“Em 2013 e 2014, Escária declarou ter recebido 21.250 euros da Proengel II, sociedade de Carlos Santos Silva e do Grupo Lena. Em 2014, foi sócio de Alexandre Cavalleri (detido por suspeita de fraude), dono da empresa Iguarivarius, da qual Mário Lino foi chairman (ler o longo artigo do Observador “Como um ex-ministro e um ex-assessor de Sócrates ajudaram o rei do pernil de porco a conquistar a Venezuela”).
“Isto anda tudo escandalosamente ligado. Vítor Escária é um lobista, um facilitador e angariador de negócios que António Costa acaba de colocar no coração do seu gabinete.
“O facto de o primeiro-ministro assumir de forma tão aberta essa relação de confiança pessoal é demonstrativo de uma continuidade preocupante com os tenebrosos anos 2005-2011.

“O facto de esta notícia passar com um encolher de ombros é demonstrativo de que não aprendemos nada com a Operação Marquês, e que o regime continua podre, pervertido e perigoso.”

estado de sitio II

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

o Embaixador na UE vai "contar a história toda"?

“O embaixador dos Estados Unidos para a União Europeia vai ser ouvido esta quarta feira na Câmara dos Representantes no processo de destituição do presidente Donald Trump. Para o antigo procurador do escândalo Watergate, que levou ao processo de destituição do então Richard Nixon, esta audição de George Sondland vai ser “prejudicial” para o agora presidente dos Estados Unidos, disse Nick Akerman à CNN.”
(“do então Richard Nixon”? Querem ver que depois de morto mudou de nome?)
e a Sónia continua:
“Sondland vai contar a história toda, com documentos detalhados e com muitas testemunhas a corroborar. Não há dúvidas de que [a Administração Trump] tentou que o Governo ucraniano anunciasse uma investigação a Joe Biden”, afirmou Akerman. Mais: “Usaram dinheiro aprovado pelo Congresso dos EUA para fazer isso. Suborno puro”. 
(mais AQUI)

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

central gigante de hidrogénio verde


Estávamos em 19 de Novembro de 2019 quando o Diogo Lopes no Observador publicou este belo texto de propaganda ao Galamba que estava Secretário de Estado:
Portugal e Holanda estarão a negociar um consórcio que terá como objetivo instalar uma unidade de produção de hidrogénio “verde” alimentado a energia solar. De acordo com a TSF, esta central, avaliada em 600 milhões de euros, ficará em Sines e terá capacidade de alimentar uma frota de autocarros e camiões que percorram 800 milhões de quilómetros por ano — ou seja daria para alimentar 27 vezes uma frota do tamanho da Carris, que faz cerca de 29 milhões de quilómetros anualmente.”

terça-feira, 17 de novembro de 2020

estado de emergência Concelhos e risco!

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

ESTADO DE EMERGENCIA para memória futura

Branqueamentos!



Uma entrevista “encomendada” para “branquear” o as declarações ao “Sexta às Nove” da Sandra Felgueiras do Galamba que estava de secretário de Estado Adjunto e da Energia. Aquele programa esteve “retido” pela “prima” Flor que dirigia a RTP.


Regresso à pergunta que lancei no FeiçeBuque:
”Daqui a um ano estarei aqui a perguntar ao Miguel Prado o que é que aprendeu (ou ganhou) com esta entrevista?”

"Reconduzido na tutela da Energia, João Galamba tem estado no olho do furacão com a polémica do lítio. Mas continua a trabalhar em vários dossiês da transição energética. Em entrevista ao Expresso revela algumas das novidades sobre o próximo leilão de renováveis em Portugal.
Desde 2012, com a saída do então secretário de Estado, Henrique Gomes, que se fala muito do lóbi da energia. É um sector fatal para governantes?
É um sector desafiante, porque num certo sentido é o sistema nervoso de uma economia e da sociedade. Não há nenhuma actividade económica nem nenhum cidadão que possa prescindir da energia. É um sector que requer uma visão global do país. No momento que vivemos hoje, de transição energética, essas características estruturais do sistema energético tornam-se ainda mais importantes.

sábado, 14 de novembro de 2020

estado de sitio

 

em estado de desespero ...

Munidos de frigideiras, colheres de pau, panelas e outros utensílios, milhares de empresários manifestaram-se contra as novas medidas do Governo. “Isto é o exemplo claro do estado de desespero em que as pessoas se encontram neste momento”. (Miguel Camões, porta-voz do movimento “A Pão e Água” e presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto.)

Lembram-se das carruagens da CP!



... as unidades serão “descascadas” até ficar só o esqueleto metálico, a partir do qual nascerá uma nova unidade. 
Só os bogies e os motores deverão ser importados. Todas as restantes peças serão produzidas em Portugal, avançava o jornal.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Não! A culpa não é dos portugueses !

As coisas não estão a correr nada bem, mas não foi agora que começaram a correr mal e não podemos repetir o erro de pensar que é calando as críticas que avançamos. Os números para Portugal são neste momento dos piores do mundo desenvolvido no que se refere a infecções registadas (como se prova no gráfico abaixo) e o número de mortos começa a ser alarmante. Estamos com metade dos mortos da Alemanha, que tem uma população oito vezes maior, e a Suécia – a famosa Suécia –, um país com a mesma população que Portugal e que também enfrenta uma segunda vaga de contaminação (3 a 4 mil novos casos por dia), o número mais elevado de mortes que registou foi 13 (dados até dia 6 de Novembro). Pior: nalgumas regiões do país, sobretudo no Norte, a taxa de contaminados por 100 mil habitantes é tão elevada que é difícil prever quando se conseguirá dominar a doença.


Vou ser franco e directo: olhando para os números e ouvindo o que têm dito os especialistas, a minha sensação é que a situação está fora de controle, as medidas que têm vindo a ser tomadas pecam sempre por tardias, atabalhoadas, atamancadas mesmo, e que são incompletas, para além de que já estamos a cruzar linhas vermelhas, apesar de ninguém o assumir. Ou poucos o assumirem.

As linhas vermelhas de que falo é já haver médicos a escolher que doentes tratam, algo que foi revelado ao Observador pelo médico intensivista dos hospital Pedro Hispano Gustavo Carona, que fala de hospitais a trabalhar a 200%, 300%. Surpreendidos? Eu não. Quando na segunda-feira soube que a Ordem dos Médicos tinha divulgado as suas recomendações sobre como escolher quem tratar percebi o que vinha a caminho. E o que estava a caminho for anunciado dias antes por João Gouveia, presidente da comissão nacional da resposta em Medicina Intensiva à Covid-19, que também numa entrevista à rádio Observador disse que já estávamos “a passar a linha vermelha e que só esperava “não chegar a uma triagem de catástrofe”. Para quem não se lembra, essa foi a triagem que teve de ser feita nos hospitais da Lombardia durante a primeira e catastrófica vaga da doença. A triagem que deixava a morrer quem nem se tentava sequer salvar.

Mas entretanto os dias foram passando e basta projectar no futuro próximo a consequência do número de infectados que estamos a registar hoje para perceber que “em 15 dias vamos ter 125 doentes por dia em Unidades de Cuidados Intensivos”, como referiu o pneumologista António Diniz, membro equipa criada pela Ordem dos Médicos para dar apoio à Direção-Geral de Saúde.

Isto é o que está no nosso horizonte próximo, e aquilo que o nosso Governo decidiu foram medidas menos drásticas que as tomadas em países com situações muito menos graves, como a Alemanha ou o Reino Unido, para já não falar da Irlanda. Costuma-se dizer que em política o mal – ou o que é impopular – deve ser feito depressa e todo de uma vez. Exactamente o contrário do que tem vindo a acontecer. Medidas a conta-gotas, discurso contraditório, necessidade constante de corrigir o tiro (recordo os mercados de levante, recordo as compras durante o recolher obrigatório, recordo o apoio aos restaurantes que só apareceu depois dos protestos, mas podia fazer uma lista bem mais longa). Isto para além de umiscurso no limite do risível, como o apelo da ministra da Cultura para que portugueses vão a espetáculos numa altura destas.

O primeiro-ministro, como sempre, acha que a responsabilidade é das pessoas – ele nunca é responsável por nada – e até se diz “muito surpreendido” com o que se está a passar, garantindo que a capacidade do SNS está controlada. “Por agora”, acrescenta, mesmo quando o “por agora” já passou por assistir a uma desgraça no hospital de Penafiel e atabalhoadamente atirar com parte do problema para Amarante, criando um surto num hospital que não estava preparado.

Não é verdade senhor primeiro-ministro. A primeira responsabilidade é sua e é sua desde Março. Há muita coisa que correu mal desde o princípio e só a cegueira e a propaganda têm impedido um maior escrutínio e, sobretudo e mais importante, uma correcção de rumo.

O primeiro erro foi achar que tínhamos o melhor SNS do mundo, ou quase, e que por isso estávamos preparadíssimos. Era mentira, é mentira. Basta pensar no seguinte: uma doença como a Covid exige capacidade hospitalar, porque exige separar estes doentes dos outros. O tempo de recuperação é maior. Logo o número de camas nos hospitais é crítico.

Ora Portugal tinha um baixo número de camas hospitalares do SNS: apenas 2,25 por 1.000 habitantes. A média da União Europeia é 5,39. Mais do dobro. Mas atenção: quando falo de SNS falo das camas no Serviço Nacional de Saúde, que serão cerca de 24.000. Mas se pensasse em Sistema Nacional de Saúde e incluísse o sector privado e social, podia acrescentar mais 11.300 camas. Ou seja, quase um terço das camas hospitalares em Portugal não estão no sacrossanto SNS público.

Qual foi o dogma — o dogma criminoso — da ministra desde o minuto zero da pandemia? Desconsiderar o sector privado e social. Desta forma desconsiderou um terço da capacidade instalada em camas hospitalares. Que não tinham de ser para doentes Covid – podiam ser para outros doentes transferidos dos hospitais públicos de forma a abrir vagas para os doentes Covid. Tão simples como isso.

A pandemia chegou a Portugal em Março. Estamos em Novembro. Até agora não houve nenhuma conversa séria do Ministério com os operadores privados para programar o que quer que seja. Neste momento os privados nem sequer conhecem os planos da DGS para a Covid. O preconceito ideológico criou esta situação. A colaboração que já existe no Norte do país passa no essencial à margem do Ministério e da ARS: espantosamente é combinada directamente entre hospitais públicos aflitos e grupos privados que ainda não sabem como vão ser pagos.

Isto não é responsabilidade dos portugueses, senhor primeiro-ministro: é sua, que manteve à frente da Saúde porventura a mais incompetente ministra que por lá passou desde o 25 de Abril.

E quando agora se fala que os cuidados intensivos só aguentam mais uns dias é estultícia vir prometer que para o ano teremos o dobro de UCI’s a funcionar. Portugal entrou nesta crise com um número de camas de cuidados intensivos chocantemente baixo. Bem sei que somos um país pobre, mas estamos a falar de termos um quinto das camas de UCI da Alemanha e um décimo das dos Estados Unidos (per capita).

Ora criar camas de UCI não é apenas colocar ao lado delas aparelhagem mais sofisticada ou ventiladores (e desconfiemos sempre das promessas que nos fazem quando descobrimos que 253 ventiladores continuam sem funcionar). É necessário também que existam médicos especializados e enfermeiros especializados. Onde é que eles estão? Não existem, ou pelo menos não existem em número suficiente. E até sei de casos de alguns profissionais que durante esta crise emigraram, por terem recebido melhores ofertas de trabalho de outros países.

Para além de que um intensivista leva anos a formar, eles não nascem do chão como cogumelos, por muitas conferências de imprensa que Marta Temido dê (sempre com poucas perguntas dos jornalistas, que é agora a nova regra).

Mas há pior senhor primeiro-ministro, e isso é sua responsabilidade: o regresso às 35 horas tornou mais difícil a vida dos hospitais e mais complicado contratar enfermeiros. Os médicos que fogem do SNS, ou que já não acreditam no SNS, ou os que já não veem futuro no SNS, desacreditaram no sistema porque é impossível tornar atractivas carreiras quando tudo é centralizado, quando o mérito vale pouco, quando as promessas ficam sempre por cumprir, quando, quando, quando… Não nos venha com números que são areia para os olhos – verifique antes quantos concursos ficam desertos, quantos hospitais não conseguem contratar quem procuram, e não faça de conta que o problema é sempre dos outros.

E depois, por fim, que confiança podemos ter em timoneiros que parecem andar às cegas, quando nem sabemos se nas cartas de marear têm as coordenadas certas? Perdi as contas às vezes que protestei pela pouca qualidade da informação que a Direcção-Geral de Saúde fornecia, mas é espantoso como ela tem conseguido piorar ao longo do tempo em vez de melhorar. É escandaloso – repeti-o até me doer a voz – que até aos cientistas e às Universidades fosse sonegado acesso à informação essencial, às bases de dados, que numa altura não crítica não se mobilizassem todos os recursos para estudar a doença e procurar compreender o que se estava a passar. Descobre-se agora que o estado de desconchavo da Administração Pública é tal que uma das poucas bases de dados que foi fornecida incluía homens grávidos, uma pessoa com 134 anos e dela tinham desaparecido mais de 4.000 casos.

O natural seria que desde o início da pandemia existisse um gabinete de crise, que houvesse cientistas conhecidos e reconhecidos responsáveis por aconselhar o governo e por comunicar ciência. Mas não. Tudo ficou por conta das inenarráveis conferências de imprensa e, para efeitos de propaganda, inventaram-se as reuniões do Infarmed, até que as coisas começaram as complicar-se. Nessa altura deixaram de interessar e silenciaram-se os cientistas.

No meio deste nevoeiro o primeiro-ministro diz-se agora “surpreendido” por uma “segunda vaga” que quase todos tinham anunciado, que começara antes noutros países e que em Portugal se desenvolve sem grandes barreiras, pois aquilo para que alguns tinham avisado – que não houvera nenhum “milagre português”, apenas um feliz conjunto de coincidências – nunca foi levado a sério pelas autoridades, que passaram o Verão sem prepararem devidamente o que aí vinha.

Sabemos agora, por exemplo, que as estruturas de apoio de retaguarda já funcionam. É espantoso. Antes de tudo começar já sabíamos que além de o nosso SNS ter poucas camas, também tinha períodos de internamento demasiado longos – uma média de 9 dias. Porquê? Essencialmente porque os hospitais se substituem muitas vezes à Segurança Social e ficam com idosos que deviam ter alta mas não têm a quem os entregar. É um problema antigo. É um problema que podia ter sido antecipado durante o Verão para libertar camas nos hospitais para a “segunda vaga”. Mas não. Chegámos a Novembro, o céu caiu-nos em cima da cabeça, e agora lá anunciam que já há as tais estruturas de apoio. Porque só agora? E porquê tão poucas?

Não poderia o senhor primeiro-ministro ter posto a sua ministra da Saúde a falar com a sua ministra da Segurança Social? É assim tão difícil?

Deve ser. Mais fácil é quando a população tem medo e fica em casa. É certo que isso tem um custo – associado às consultas, aos exames e às operações que têm ficado por fazer, tudo tem contribuído para um brutal aumento da mortalidade. Os mortos “não-Covid” de que ninguém fala, que não são notícia a não ser de quando em quando, mas que já serão quase 6.000.

E resulta. O medo resulta. Este gráfico que encontrei aqui mostra que doentes graves já começaram outra vez a deixar de ir às urgências. Muitos irão directos para as morgues. Nunca serão portanto um problema político.

Fig 2

Como já notei, até 22 de Setembro só seis dos 21 países da OCDE tinham registado até um excesso de mortalidade superior ao nosso e todos eles por efeito do Covid. Em Portugal a explicação era outra. Agora, com a mortalidade Covid a juntar-se à mortalidade não-Covid, podemos ter pela frente o pior de dois mundos.

E não, senhor primeiro-ministro, a culpa não é dos portugueses.

 https://observador.pt/opiniao/nao-dr-antonio-costa-a-culpa-nao-e-dos-portugueses/?fbclid=IwAR0HVzOJUwzSfHAKYa783SlMI8yqy8lJET5Qf-kVL-iiNnIpXWTRkg8ohjg