Entre 2011 e 2015, nunca pôde haver
boas notícias.
Depois de 2013, as exportações
aumentaram, o desemprego caiu (de 16,2% em 2013 para 13,9% em 2014), o défice
diminuiu, a economia voltou a crescer, o turismo começou a alastrar a Lisboa e
ao Porto. Mas ai de quem se mostrasse animado. Eram só “números”. Se o
desemprego caía, era porque os desempregados desistiam de procurar emprego. Os
jornais e as televisões dispunham então de uma reserva inesgotável de “casos
dramáticos” para desmontar as estatísticas. A economia estava destruída, o
Estado social tinha acabado.
e até
Se Salvador Sobral tivesse ganho a Eurovisão em
2015, teria havido editoriais a lamentar a importância dada a um festival. (in “O país
onde todas as notícias são boas” por Rui Ramos)