segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

não há revoluções gratís!

Um excelente artigo de Opinião de Rui Ramos, para mais tarde recordar:

« No exterior, o clube de fãs do Syriza agora vai tentar fingir que este foi apenas mais um caso de prepotência alemã »  …
só que, já todos sabemos(?), o que conseguiu o Syriza: em vez da troika, passou a haver “instituições”; em vez do programa, “acordo”; em vez de credores, “parceiros”; em vez de austeridade, “condições”. …
à esquerda e à direita, já muita gente percebeu a “ilusão” encenada por Tsipras e Varoufakis. Manolis Glezos, o patriarca do Syriza, com um sentido da decência que os seus correligionários mais novos não têm, pediu entretanto as devidas desculpas ao povo grego.»
mas
neste artigo de opinião também se fala da Lei Macron na França e do “modelo” do Syrisa: a Venuzuela!
Vale a pena ler (mesmo que se não concorde como alguns troll’s que o comentaram!)

ps: a capa é do unico jornal de esquerda que não se disfarça de multi-partidário  

domingo, 22 de fevereiro de 2015

dicionário do nosso tempo mediático

O que distingue a Grécia da Venezuela? A crise humanitária. Ou seja, a Grécia vive, no dizer de muitos jornalistas portugueses, uma crise humanitária. Já a Venezuela, com as prateleiras vazias, presos políticos e uma criminalidade elevadíssima, que por sinal afecta e muito a comunidade portuguesa, vai vivendo com algumas dificuldades, 
Quanto a Portugal, é mediaticamente inquestionável que desde 2011 tem vivido em crise humanitária.
…e que confirmadamente levará os portugueses a dormir debaixo das pontes ou quiçá a fazê-los regressar às grutas do vale de Alcântara e da Pedreira da Serafina,

A este grupo de sensíveis juntou-se agora a legião da sensibilidade social, conceito mais ou menos vago que na prática se traduz por usar um linguarejar que não dizendo nada sobre a vida é um verdadeiro livre-trânsito político-mediático para a bondade.

A austeridade. Aqui está uma palavra a pronunciar como se se estivesse sofrendo de uma nevralgia. Declarar-se anti-austeridade tornou-se uma espécie de pensamento mágico. Nesta luta contra a austeridade os anti-austeritários aproximam-se muito na sua fé daqueles criadores de produtos virtuais do mundo financeiro que prometem ganhos extraordinários sobre o nada: um homem sonha, anuncia e o dinheiro aparece.
Curiosamente este grupo é o mesmo do tempo em que a austeridade foi revolucionária mas isso aconteceu apenas nos governos de Vasco Gonçalves que, desde a sua tomada de posse em Junho de 1974 até que deixou o poder no Verão de 1975, nunca se cansou de falar da necessidade de Portugal e os portugueses adoptarem uma política de austeridade.

A fome. Antes da presente crise humanitária, aquela a que a austeridade decidida por pessoas sem sensibilidade social nos conduziu, a fome era uma referência nos romances neo-realistas e nos versos da Internacional cantada por comunistas e socialistas nos seus encontros magnos.
No caso dos comunistas o assunto é mesmo sério pois não se limitam a cantar “De pé, ó vítimas da fome!” 

As desigualdades. Mal se pronuncia ou escuta a palavra “desigualdade” deve fazer-se uma expressão de indignação. Faz parte da ordem mediática que a desigualdade é uma chaga social, ou seja uma espécie de ferida cruelmente aberta na sociedade. Não fosse esse iníquo prego da desigualdade cravado no mundo e nós seríamos todos iguais.
…a condenação obrigatória das desigualdades não se limita a transformar o comunismo uma espécie de paraíso perdido da sociedade. Pressupõe também que a desigualdade só existe porque uns se apropriam do que é dos outros. E mais perversamente ainda que os ricos são ricos porque ficaram com aquilo que é dos pobres.

Por responder fica sempre esta pergunta: se formos todos igualmente pobres já não há problema? (in Pequeno dicionário do nosso tempo mediático por Helena Matos no Observador)

sábado, 21 de fevereiro de 2015

saida de sendeiro…

Recapitulemos:
1 - A promessa eleitoral do Cipras era que iria renegociar a dívida, obter um perdão substancial e formar uma coligação de convocasse uma conferência europeia sobre as dívidas soberanas
mas
o acordo diz taxativamente que a República Helénica se compromete a honrar as suas dívidas e os seus prazos de pagamento.

2 - Cipras proclamou que o memorando tinha acabado e troika também.
mas
no acordo o que ficou escrito foi que o “memorando” se passa a chamar Master Financial Assistance Facility Agreement (MFAFA) ou “o actual acordo” e a troika, nome inventado e propagado pelo nosso reviralho, muda de nome para “as instituições” que continuarão a ser o BCE, a CE e o FMI e, claro, os técnicos (da troika) que costumavam visitar Atenas vão continuar a visitar e a vigiar Atenas.
Quanto ao dinheiro, esse só voltará a fluir para a República Helénica quando “as instituições” e o Eurogrupo o aprovarem.

2 - Na primeira reunião do Governo Helénico, realizada com as televisões a transmitirem em directo, foram anunciadas medidas como o imediato aumento do salário mínimo ou a suspensão das privatizações.
mas
no acordo com o Eurogrupo, a Grécia aceitou que não tomará “medidas unilaterais”.

E agora, o que se segue?
Porque o “acordo” é apenas um pré-acordo, o governo helénico, de extremas direita e esquerda, terá de ser "vendido" aos seus próprios deputados e aos seus votantes.
Algo que para quem leu The Pig’s Farm de Orwell parece fácil
mas
no final de Abril haverá nova avaliação, pouco antes de o período de extensão do financiamento caducar no final de Junho e
em Julho e Agosto quando a República Helénica terá de pagar 6.9 mil milhões de euros dos empréstimos vencidos.
Aqui já começará a ser dificil aplicar as premonições de Orwell. (JMF in Observador)

Em Outubro haverá eleições em Portugal, depois serão as da Espanha e antes destas os eleitores ditarão as da Finlandia…

Até lá…

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

do desemprego

2014
A taxa de desemprego foi de 13,9% no ano passado, uma diminuição de 2,3 pontos percentuais face a 2013
2013
A taxa de desemprego em 2013 foi de 15,3% abaixo das previsões de 16,3%.
2012
A taxa de desemprego em Portugal aumentou 0,2 pontos percentuais em Dezembro de 2012 e atingiu um novo máximo histórico de 16,5%-
2011
A taxa de desemprego em Portugal subiu para 14% no quarto trimestre de 2011
2010
A taxa de desemprego atingiu um novo recorde. Fixou-se nos 11,1%, no quarto trimestre,de 2010.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

…dos pequenos e médios (e medíocres)

«Quem não atinge os 50% demonstra “fragilidades significativas”, diz o Helder de Sousa, explicando que “não é preciso saber matemática” para o fazer…»

De vez em quando espanto-me com o espanto de certas personalidades!
Claro que a maioria dos menores de 50 anos, não fazem ideia de como, por quem e porquê, foram criadas as Associações, Federações e Confederações dos “pequenos e médios”.
De resto ainda persistem, e têm direito a tempo de antena e espaço nos jornais, a Associação Nacional dos Pequenos e Médios Agricultores, Empresários, Vitivinicultores, Armadores e quase houve uma dos Pequenos e Médios Investidores que não avançou por ter um nome “esquisito” para a esquerda, a que tivemos e temos direito, e que entende que “investidor” é nome “faxista”.
Obviamente que com esta gente só podiamos ter pequenos e médios jornalistas, professores e similares.
Ainda me lembro dos tempos em foram admitidos no Ensino Superior com pequenas e médias médias de “sete e meio” como se fossem a um jogo de “sorte ou azar”…

Leia a entrevista AQUI e pasme-se