(extracto da entrevista
em 22-10-2014 2:59 por Raquel Abecasis,
em Nova Iorque)
Há casos portugueses?
No caso português já há dois ou três,
sobretudo raparigas, que se deixaram encantar pelo entusiasmo dos noivos ou por
um espírito de aventura, que agora estão a querer voltar. [No total] Há 12 ou
15 [portugueses no Estado Islâmico], não sabemos exactamente bem, mas é um
número muito reduzido.
Essas duas ou três jovens pediram
apoio ao Ministério para regressar a Portugal?
Não pediram apoio ao Ministério. Isto
não se passa nada em termos burocráticos, de requerimento, de pedido de apoio,
passa-se através das famílias.
Mas precisam de autorização para
poderem regressar?
Tal como não tiveram autorização para
sair, também não pedem autorização para voltar, mas depois temos um problema de
saber…
Estão registados. E quando
quiserem entrar no país?
Sim, esse é um dos problemas que
temos e é um problema que não podemos ignorar, porque não podemos deixar que as
pessoas voltem sem fiscalização. Neste momento, em Portugal, esse problema não
se põe com nenhuma acuidade, porque o número é ainda muito restrito.
Mas já há casos de pessoas que querem
voltar a Portugal?
Há dois ou três casos que os pais
dizem que querem voltar. Não temos ainda um conhecimento seguro sobre isso. Não
vai ser apenas um problema do Ministério porque envolve vários ministérios,
desde o Ministério da Saúde, porque, muitas vezes, essas pessoas precisam de
tratamento, apoio psicológico. Depois, há problemas de polícia. Teoricamente,
sabe-se que houve casos de pessoas que cometeram crimes e esses crimes têm que
ser analisados e avaliados se são susceptíveis de processo penal nos próprios
países. Há um conjunto muito complexo de circunstâncias que têm de ser
analisadas devidamente.