domingo, 25 de fevereiro de 2007

Universidade Lusíada do Porto

Aluno que se barricou na Universidade Lusíada do Porto nega evocação de Salazar "Arrependido da asneirada" "Cometi um acto ilícito do qual estou arrependido. Cometi aquela asneirada e já disse aos meus colegas que não quero que isto sirva de exemplo para ninguém", disse à Lusa Miguel Mota Cardoso. O estudante de 42 anos que sexta-feira se barricou na Universidade Lusíada do Porto negou à agência Lusa que tenha evocado a figura de Salazar e manifestou-se arrependido da "asneirada" que fez. Este aluno do segundo ano de Direito barricou-se cerca de três horas numa sala de espera da Universidade Lusíada do Porto, exigindo uma sindicância aos seus exames. "Deitou combustível nos sofás e ameaçou incendiar-se. Tentámos conversar com o aluno, à distância, porque ele não deixava ninguém aproximar-se, e percebemos que havia da parte dele uma ideia má sobre a universidade", disse o vice-presidente da Fundação Minerva, proprietária das Universidades Lusíada, António José Moreira. De acordo com António José Moreira, o aluno só saiu cerca das 14h00, "sem oferecer resistência, acompanhado pelo coordenador da Polícia Judiciária que esteve a dialogar com ele cerca de meia hora e depois de ter falado com uma jornalista da SIC". "Demonstrava distúrbios psicológicos e invocava figuras políticas do passado, como Salazar, Hitler e outros", disse António José Moreira, acrescentando que, enquanto esteve barricado, o aluno "pediu uma auditoria ao curso de Direito por parte do ministério da tutela". O estudante barricou-se cerca das 11h00 numa sala de espera do edifício administrativo da universidade, para onde se dirigiu dizendo que aguardava pela revisão de uma prova para a qual teria sido notificado, acrescentou António José Moreira. O vice-presidente da fundação referiu que este aluno está a frequentar o segundo ano do curso de Direito, tendo completado com sucesso todas as disciplinas do primeiro semestre, não lhe sendo conhecidos antecedentes que expliquem o seu acto. O estudante negou neste domingo que tenha falado em Salazar e garantiu que só se referiu a Hitler ao criticar uma professora que disse numa aula que "Hitler nunca foi nazi, apenas estava a cumprir a constituição alemã". "Não é verdade. Não sei onde é que o professor António José Moreira foi buscar isso. Nunca falei sobre Salazar. Não estou louco. Estava ali a pedir uma sindicância às minhas provas", afirmou Miguel Mota Cardoso, garantindo que nunca manifestou intenção de se imolar pelo fogo. O estudante referiu que já deu indicações ao seu advogado para "instaurar um processo de difamação por injúrias à idoneidade psicológica e direitos fundamentais". "Destruí a minha vida e não sei o que vai ser de mim", disse Miguel Cardoso, manifestando-se convencido de que será expulso da Universidade Lusíada e que dificilmente será aceite noutra universidade.Lusa SIC 25 FEV 07 17:37 Crime: PGR fala num problema de mentalidades Corruptos tolerados O Procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, considera que os portugueses encaram a corrupção como natural e inevitável, o que dificulta o combate àquele tipo de crime. CM 2007-02-25 - 00:00:00