As narrativas que sustentam a pretensa “necessidade” de imigração para o funcionamento da economia são, na verdade, construções ideológicas ao serviço de lóbis empresariais. O Professor Jesús Fernández-Villaverde (Universidade da Pennsylvania) desmonta duas dessas falácias centrais, em termos que coincidem com os que já aqui temos defendido.
Primeira falácia: a ideia de que precisamos de imigrantes para os trabalhos que os nacionais não querem.
Segundo Villaverde, esta tese ignora a lógica económica elementar: os salários são endógenos. Se há escassez de trabalhadores em certos sectores, os salários aumentam e a automatização substitui parte da mão-de-obra. O mercado ajusta-se. O que os empresários querem é manter salários baixos, mesmo que isso implique substituir trabalhadores locais por imigrantes dispostos a aceitar condições piores.
Segunda falácia: o argumento de que mais imigração traz crescimento económico.
Villaverde é claro: não lhe interessa maximizar o PIB, mas sim o bem-estar da população autóctone. Um PIB mais elevado, obtido à custa de mão-de-obra desqualificada, pode coexistir com salários mais baixos, maior desigualdade e degradação social. O suposto “crescimento” beneficia sobretudo dois grupos: os empregadores e os imigrantes, enquanto os custos recaem sobre a sociedade em geral.
A escolha que se coloca à Europa não é entre “crescimento” e “decadência”. É entre diferentes modelos sociais. Submeter as nações ao imigracionismo económico não é inevitável nem desejável — é apenas uma escolha política, que tem demonstrado consequências nefastas para a coesão social e para o bem-estar dos povos europeus.