sábado, 16 de agosto de 2025

a identidade íntima da Europa


A Europa esqueceu a fé que construiu as suas catedrais e universidades, inspirou a sua arte e moldou a sua política.
Em troca, abraçou um pragmatismo sem horizonte, uma neutralidade que é, afinal, vazio. Sem Deus, não há visão. Sem visão, não há liderança. E sem liderança, a Europa torna-se irrelevante.
Foi assim que o pontificado de Bento XVI ficou marcado por sucessivos convites para a Europa fazer exame de consciência a respeito da sua identidade mais profunda, sublinhando como só se entende o projeto europeu com base no Direito romano, na Filosofia grega e na Ética judaico-cristã.
A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma(Bento XVI, Discurso, 22 de Setembro de 2011)
A sombra do actual declínio político reflete a perda das raízes judaico-cristãs que estruturaram a alma da Europa.
A ética cristã foi o espaço legítimo de expressão da civilização europeia. Hoje, em muitos círculos, ela é vista como opcional, irrelevante, desprovida de toda a força e influência.
O momento é sério, mas não sem esperança. A crise pode ser um convite à conversão – um retorno consciente às fontes que forjaram nossa identidade.
Em Primeiro lugar, é necessário ter memória. Recuperar a memória das raízes judaico-cristãs, não como nostalgia, mas como renovação inteligente de uma cultura que promove o bem comum, a dignidade de cada pessoa e a verdade que torna a convivência humana possível.
O Segundo desafio é de intervenção na vida pública. É necessário integrar essas raízes na vida pública não como vestígios, mas como horizonte que sustenta o futuro.
No Terceiro desafio premente, temos de construir uma presença europeia capaz de dialogar com o mundo que reforce a relevância internacional da Europa como actor moral e civilizacional.

Este é o momento de sermos europeus com raízes fortes, que entendem que a relevância não se reconquista apenas com poder ou tecnologia, mas com verdade,
Este é o momento de sermos europeus novamente, farol de civilização, guiando o mundo de volta à dignidade, ao respeito e ao horizonte transcendente.