sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

JMJ as polémicas

o Papa-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tornava-se num verdadeiro palcogate, tantas as reações, declarações e desmentidos. Depois da notícia do Observador de que a estrutura iria custar 4,2 milhões de euros, a polémica cresceu: o coordenador do projeto, e representante do governo, José Sá Fernandes, fez acusações sobre um aumento dos custos, que disse desnecessários; Marcelo negou ter sido informado desses custos pelo Patriarcado, pediu mais moderação, e sugeriu cortes; a Igreja viu-se obrigada a dar esclarecimentos, e numa longa conferência de Imprensa o bispo D. Américo Aguiar, presidente da JMJ, disse que o valor, que também desconhecia, o “magoou”, pelo que tentará eliminar o que não for essencial; e assim Carlos Moedas acabou o dia indignado, dando o corpo “às balas” por esses custos do evento — desde que não passem os 35 milhões previstos –, mas prometendo fazer o que a Igreja e o Presidente quiserem. O autarca de Lisboa revelou mesmo que há outro número que dará que falar, este a pagar pelo governo: os ecrãs, a iluminação e casas de banho podem custar mais de 8 milhões. E o seu vice também já avisou que vai ser difícil alterar os valores.


No meio de tudo isto, o palco-altar é para manter ou não? Vai ser reduzido, modificado ou terá um novo projeto? Acossado pelas críticas, e sobretudo irritado com a falta de solidariedade de (praticamente) todos os envolvidos no processo, Carlos Moedas (e a sua equipa) ensaiou o tiro a dois alvos: Fernando Medina e José Sá Fernandes. As pressões de Marcelo e da Igreja (que também não são poupados) deixaram o autarca isolado, mas já não haverá mesmo margem para recuar.