sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Para memória futura 25 de Novembro 1975

O dia 25 de Novembro, que é entendido pela extrema esquerda folclórica como uma tragédia, foi o dia em que pessoas normais, impediram que o nosso Pais se transformasse numa Cuba Atlântica, ou fosse condenada à pobreza e à miseria,

Para outros o dia da derrota dos totalitários, o que é manifestamente verdade,
Julgo que o dia 25 de Novembro significa o dia em que uma extraordinária geração de Portugueses, cumpriram a sua missão,
A geração de portugueses que combateu 13 anos em Africa, que fez o 25 de Abril, e quando foi necessário o ultimo esforço para entregar o Pais ao soberano disseram presente,
Muitos dos homens do Coronel Neves estavam na disponibilidade, foram chamados nos dias que antecederam ao 25 de Novembro, para cumprirem a sua ultima missão, fazer respeitar a vontade da Assembleia Constituinte, a vontade popular, fizeram-no de forma brilhante, com disciplina, contenção e bravura, como o haviam feito durante anos na Guerra Colonial, quando o Pais lhes pediu,
Esta extraordinária geração de Portugueses fez imenso, combateu quando foi pedido, deitou abaixo um regime quando foi necessário, e no meio da confusão, defendeu a democracia,
Cada dia tem um símbolo, o 25 de Novembro o General Neves, e muitos heróis, dois, o Tenente Coimbra e o Furriel Pires foram até ao limite, morreram, impediram uma tragédia, honra lhes seja feita

Para memória Futura fica aqui um artigo de um "marinheiro" negacionista do 25 de Novembro.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

cheias 25 Novembro 1967

eram seis da tarde quando, na Praça da Figueira (seria Martim Moniz), apanhei, de volta, a “excursão de fim-de-semana” que nos levava ao COM em Mafra. Na altura, sem auto-estradas ou vias rápidas, o trajecto era por Odivelas, Loures e Malveira. Uma chuva “miudinha” mas intensa à saída de Lisboa, na Calçada de Carriche transformada em “ribeiro”, deu-nos uma terrível sensação que alguma coisa estava errada. Pressentimento que se confirmou à “porta d’armas” quando nos foram dispensados os “cumprimentos da praxe” e nos ordenaram a mudança imediata para a “farda numero 3”. Cumprida a ordem e formados na Parada – a chuva “miudinha mas intensa continuava- seguimos em “bicha pirilau” para as “arrecadações” onde nos foi entregue uma pá ou uma picareta. As camionetas já nos esperavam e seguiram para vários destinos. Coube ao meu pelotão a zona de Oeiras e por lá andámos 3 ou 4 dias... 
O resto é história. A minha história!

25 de Novembro: as Cheias!

 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

O que está a acontecer nas escolas portuguesas?

A degradação da escola pública é uma das consequências mais gravosas da geringonça. 
Percebeu-se rapidamente que as correntes mais esquerdistas iam liderar este campo quando, logo em 2016, contra toda a racionalidade, foi decidido acabar com vários contratos de associação: não era a qualidade da escola que estava em causa, era o seu controlo. 
Ao longo destes seis anos, os dados sobre o desempenho escolar dos alunos foram-se tornando mais opacos; reduziu-se a exigência; o dinheiro gasto não se traduziu em melhores equipamentos ou em melhor ensino (os alunos saem em média mais caros no ensino público que no privado). 
A presente dificuldade de contratação de professores é um dos sinais mais evidentes dessa degradação de que pouco ou nada se fala. (Helena Matos)

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

ainda sobre a (má) reforma das Forças Armadas!

O GREI, Grupo de Reflexão Estratégica Independente, que reúne vários antigos chefes militares, lançou esta quarta-feira um livro crítico da reforma na estrutura superior das Forças Armadas implementada pelo actual Governo, insistindo no debate sobre a mesma.
Durante a apresentação do livro
"A Reforma na Estrutura Superior das Forças Armadas -- Um processo apressado e sem propósito entendível",
o presidente da direcção do GREI, general Pinto Ramalho, considerou que a obra "é suficientemente clara quanto às críticas" relativas à forma como o processo foi conduzido.
ler mais AQUI
À margem da sessão, Pinto Ramalho, fundador do GREI (Grupo de Reflexão Estratégica Independente), instado por jornalistas, também comentou a investigação a militares portugueses por tráfico de diamantes e a má actuação do ministro da Defesa que a ocultou dos Presidente da Republica e do Conselho.
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sábado, 6 de novembro de 2021

Aldeia da Glória - RARET

Em 1951, com o mundo dividido entre dois blocos - um capitalista, encabeçado pelos EUA, e outro, comunista, pela URSS -, uma pacata freguesia portuguesa, Glória do Ribatejo, passou a ter um papel na forma como ele se moldou nas décadas seguintes. Tudo a partir da Raret, um centro retransmissor em onda curta da Radio Free Europe.

Nem mesmo o 25 de Abril de 1974 viria a mudar a conjuntura. Logo depois da revolução, a Raret foi ocupada por um pelotão militar e coube ao capitão Tomás Rosa, da Força Aérea, nomeado pelo Governo, a sua manutenção, que mesmo durante o PREC acabaria por decorrer sem grandes sobressaltos. “Foi criada uma comissão de trabalhadores e, ao contrário do que se passava noutras empresas, ali, o que se pedia era que a Raret continuasse a funcionar”, realça o investigador.

Se, antes da revolução, muitos justificavam o trabalho da Raret como de combate a um inimigo comum, o comunismo, que também o era para Salazar, sobretudo nas colónias, depois, os ares de liberdade foram o que motivou os trabalhadores a promover essa luta no leste da Europa, como recorda José David: “Já depois do 25 de Abril, nós, que tínhamos tido a experiência de viver com censura, sabíamos que o nosso papel era ajudar o leste europeu a conquistar também essa liberdade.”

Foi um trabalho como outro qualquer. Cumpri sempre as minhas obrigações, nunca extrapolei em caso algum e fui sempre muito bem tratado.” João Luís Rodrigues ainda hoje guarda com nostalgia as memórias do tempo que passou na Rádio Retransmissão (Raret), instalada em Glória do Ribatejo, em 1951, onde trabalhou por três décadas. “Ainda hoje tenho boas recordações do tempo que lá passei. Ali vivi, casei e vi o meu filho crescer. Fazíamos uma vida completamente à parte do mundo exterior, mas tínhamos tudo.”

Em 1968, quando pela primeira vez passou os portões do complexo actualmente em ruínas, nada fazia prever que a sua estadia naquela localidade se prolongaria por tanto tempo e que seria hoje testemunha de uma realidade oculta na história portuguesa da segunda metade do século XX. Agora que passam 70 anos da criação da Raret, essa história que se manteve na sombra é trazida à luz em “Glória”, a primeira série de ficção portuguesa com o carimbo da Netflix, com realização de Tiago Guedes e argumento de Pedro Lopes. Ficção à parte, uma história em período de Guerra Fria e de Estado Novo, num século dominado pelas lutas doutrinárias e ideológicas, com vozes e costumes ribatejanos à mistura.

Mas o que foi, afinal, a Raret? Esta exacta questão era a mesma que colocavam muitos dos trabalhadores da Raret quando lá entraram pela primeira vez, mas também por Vítor Madail, investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE que, depois de lhe dedicar uma tese de mestrado, está agora a concluir o doutoramento sobre o impacto deste projecto em Portugal. Para encontrar uma resposta teve de recuar 70 anos e até à Herdade da Nossa Senhora da Glória, onde a 4 de Julho de 1951 foi instalado a Raret. O seu objectivo? Combater o expansionismo soviético na Europa e incentivar a libertação dos países de Leste, sob alçada comunista.

Meses antes dessa data, o embaixador dos Estados Unidos em Portugal, Lincoln MacVeagh, fora recebido pelo presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar. A audiência tinha dois propósitos: revelar às autoridades portuguesas os esforços realizados pelos EUA no combate à expansão do comunismo na Europa e, ao mesmo tempo, convidá-las a participar nessa luta, autorizando a construção de um centro de retransmissão em Portugal da Radio Free Europe (RFE), organização fundada em 1949 pelo Governo norte-americano, que a financia até hoje, actualmente com sede em Praga e sob o nome Radio Free Europe/Radio Liberty.

Um combate hertziano
Até hoje não se sabe o que realmente ficou decidido nessa audiência, mas certo é que em poucos meses se deu a constituição da Sociedade Anónima de Rádio Retransmissão, que detinha a Raret, e que se procedeu à implementação de diferentes instalações: um centro receptor na Maxoqueira, que recebia os programas a serem utilizados em contexto propagandístico, o centro retransmissor da Glória e ainda uma sede, localizada na Avenida Padre Manuel da Nóbrega, em Lisboa, onde se realizaram muitas das entrevistas dos novos trabalhadores. É entre as duas primeiras que se passa o primeiro episódio da série produzida pela SPi para a Netflix.

Era o início de um longo combate hertziano. Ao NOVO, o historiador Vítor Madail explica como, no caso português, a implementação da Raret surge em concordância com várias decisões tomadas por Salazar nos anos posteriores ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. “É mais uma peça do puzzle da inserção de Portugal nas políticas norte-americanas. Portugal tinha acedido às negociações do Plano Marshall em 1946, no ano seguinte acedia aos fundos, em 1949 tornava-se membro da NATO e em 1951 faziam-se os acordos da base das Lajes, nos Açores, e do estabelecimento da Raret.”

O período é de transição para a ditadura portuguesa, que pretendia afastar-se das ditaduras de cunho totalitário acabadas de implodir com a guerra e reenquadrar-se num quadro internacional. Para o investigador, é nesse âmbito que se deve olhar para a Raret como exemplo de soft power. O papel de Portugal seria, inicialmente, o de retransmissão de conteúdos provenientes de Munique, na Alemanha.

Era lá que estava a sede da RFE, patrocinada pelo National Committee Free Europe (NCFE) e financiada pela CIA e por fundos angariados pela Cruzada pela Liberdade (Crusade for Freedom), pelo menos até finais da década de 1960. “Repare-se como não permitimos que a partir do nosso território fossem enviadas para outros países soberanos emissões que pusessem em causa essa mesma soberania. O que se fazia era apenas retransmitir. No fundo, fomos apenas um veículo facilitador.”

Ondas de propaganda
A RFE iniciou as suas emissões a partir de Munique, Biblis e Holzkirchen, localizadas no sector americano da Alemanha ocupada, em onda curta e média. Os alvos eram os países da Cortina de Ferro, mas a interferência causada pelos emissores soviéticos era tanta, como de resto retrata “Glória”, que os responsáveis acabaram por encomendar um estudo com o objectivo de identificar localizações alternativas que pudessem melhorar as condições de radiodifusão. É aqui que entra Portugal e, em concreto, a região do Ribatejo, aconselhada pelos engenheiros Manuel Bivar e Henrique Leotte.

A localização central do país no quadro geopolítico, a zona relativamente plana do território nacional e a proximidade ao Tejo e a Lisboa foram aspectos cruciais para que se criasse um verdadeiro circuito que começava em Munique e chegava a Portugal através da Maxoqueira. Era lá que estava José David, um dos operadores do centro receptor, que relembra ao NOVO os desafios que a operação impunha: “Controlávamos os programas que chegavam e tínhamos de ir mudando as frequências porque havia interferências por parte dos russos. Os que estavam na Glória recebiam os nossos sinais. Funcionávamos como um espelho. Recebíamos e mandávamos os programas em UHF. O desafio era encontrarmos forma de passar estes sinais na melhor qualidade possível para darem o salto.”

Em onda curta, cada salto, explica José David, podia percorrer cerca de mil quilómetros, ao reflectir-se nas camadas da ionosfera, permitindo que os conteúdos fossem audíveis na Polónia, Checoslováquia, Hungria e Roménia. “Dependendo da forma como estavam orientadas as antenas, era assim que lá chegava a propaganda americana.” Mas a Raret não estava sozinha nesta guerra. Em Portugal também se podia escutar a Rádio Moscovo e emissões de rádios britânicas ou alemãs que não se coibiam de contornar a censura, mesmo que isso não fosse do agrado do regime do Estado Novo.

Secreto... e com espiões?
Com o passar dos anos, a Raret tornou-se um verdadeiro complexo, uma “base americana”, sustenta Vítor, onde havia supermercado, campos de futebol e de básquete, uma piscina, uma clínica, uma maternidade e uma escola industrial, o que motivava o tom elogioso da imprensa local face ao contributo social da empresa para a região. Os jardins das casas eram cuidados por jardineiros e mesmo em tempos de maior crise havia abundância dos produtos que os salários “acima da média” permitiam comprar.

Essa “fachada” contribuía para o desviar de atenções. Como uma mão lava a outra, a Raret investia continuamente na região: a primeira luz eléctrica em Glória do Ribatejo foi instalada ainda nos anos 50. E também uma casa do povo, a junta de freguesia, o campo de futebol e a sede do clube local, construídos a expensas da Raret ou em terrenos cedidos pela empresa. Ainda hoje, Glória do Ribatejo é atravessada por uma avenida chamada Estados Unidos da América, como lembrança desses tempos.

Sobre aquilo que verdadeiramente ali se fazia, João Luís Rodrigues e José David, que se cruzaram como colegas, sublinham que nunca lhes foi ocultado o propósito das suas funções, mas que o desconhecimento das línguas em que vinham os programas também não lhes permitia um conhecimento mais profundo da realidade em que participavam. “Aquilo, para nós, era chinês. Não sabíamos o que se passava. Não sabíamos se haveria guerra ou não, estávamos só a fazer o nosso trabalho.”

Já a possibilidade de terem existido espiões, como sugere a premissa de “Glória”, o historiador Vítor Madail não tem como confirmar. Não há, pelo menos, evidências históricas disso. “O que houve foi tradutores dos países para os quais emitiam, porque muitas vezes era necessário fazer acrescentos de última hora às peças que saíam. Os operadores, aqui, não sabiam aquelas línguas. Era necessário ter pessoas que falassem polaco, húngaro ou checo para dizer ‘corta aqui’, ‘acrescenta ali’.”

Nem mesmo o 25 de Abril de 1974 viria a mudar a conjuntura. Logo depois da revolução, a Raret foi ocupada por um pelotão militar e coube ao capitão Tomás Rosa, da Força Aérea, nomeado pelo Governo, a sua manutenção, que mesmo durante o PREC acabaria por decorrer sem grandes sobressaltos. “Foi criada uma comissão de trabalhadores e, ao contrário do que se passava noutras empresas, ali, o que se pedia era que a Raret continuasse a funcionar”, realça o investigador.

Se, antes da revolução, muitos justificavam o trabalho da Raret como de combate a um inimigo comum, o comunismo, que também o era para Salazar, sobretudo nas colónias, depois, os ares de liberdade foram o que motivou os trabalhadores a promover essa luta no leste da Europa, como recorda José David: “Já depois do 25 de Abril, nós, que tínhamos tido a experiência de viver com censura, sabíamos que o nosso papel era ajudar o leste europeu a conquistar também essa liberdade.”

O tempo dos satélites
Os anos 80 foram de grandes mudanças para o sector das telecomunicações. O aparecimento dos satélites facilitava a transmissão, o que levou ao abandono progressivo da Maxoqueira, primeiro transformada também em centro retransmissor e posteriormente desactivada. Restava o centro da Glória, que mantinha as suas funções numa altura em que os avanços tecnológicos iam já permitindo outras possibilidades. A Raret passou a ter mais capacidade de alcance e, com o início da Guerra do Afeganistão, a RFE passou também a produzir programas em farsi, destinados aos territórios invadidos pela União Soviética. Paralelamente, a Raret passou a emitir programas da Antena 1 para as comunidades portuguesas localizadas nestes países.

A queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim da União Soviética (que as personagens de “Glória” vão prevendo) precipitaram o fim da Raret. José David conta como ainda guarda em casa a carta que marca o fim de um percurso com mais de 20 anos, assinada pelo Presidente norte-americano na altura, Bill Clinton. Mas não é caso único: em 1994, face ao fim anunciado, todos os trabalhadores receberam uma igual. Em forma de louvor, Clinton agradece-lhes pelos bons serviços prestados em prol do desenvolvimento da democracia nos países da Europa de leste e na ex-URSS: “The world will feel the impact of your loyal service and your dedication to the cause of freedom for years to come.” [“O mundo sentirá por muito tempo o impacto dos vossos leais serviços e da vossa dedicação à causa da liberdade.”]

Para um punhado de trabalhadores surgiu ainda a oportunidade de fazerem parte da equipa de instalação dos emissores da Raret nas Ilhas Marianas do Norte, onde é criada a Radio Free Asia, em 1996. Vinte e cinco anos depois da última emissão feita a partir de território nacional, restam as lembranças e a nostalgia de um trabalho “como todos os outros”, mas que dava forma a uma verdadeira aventura nos bastidores da Guerra Fria.
Por Ricardo Ramos Gonçalves em 05.11.2021 no NOVO

 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Revolução húngara de 1956

História para os mais novos e para os putos e as chavalas a quem a extrema-esquerda colocou antolhos (ou vendas)