O país vive um dos momentos
mais graves do regime democrático. O presidente da República e Comandante
Supremo das Forças Armadas não pode ficar amuado, calado, nem acantonado em
Belém. .
Não é possível esquecer o que se passou na Comissão Parlamentar de Inquérito a Tancos. Mesmo quando alguns querem afastar a vergonha da campanha eleitoral. Agora, Bloco de Esquerda e PCP começam a revelar grande inquietação: desde Catarina Martins a ziguezaguear em relação a Tancos a Jerónimo de Sousa a sacudir a água do capote.
De Tiago Barbosa Ribeiro nem uma reacção... De Carlos César só o mesmo vazio eloquente... E o SMS de Azeredo Lopes pesa como chumbo, enquanto o António Costa, cada vez mais acossado, chancela a lenga-lenga passada do PS quando está a braços com a Justiça. Resta o olhar embaraçado da generalidade das pessoas na rua, cuja indignação por vezes é verbalizada aqui e ali, à medida que se vai sabendo uma parte do que se passou em Tancos. ( por RuiCostaPinto no Mais Actual)
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Não é possível esquecer o que se passou na Comissão Parlamentar de Inquérito a Tancos. Mesmo quando alguns querem afastar a vergonha da campanha eleitoral. Agora, Bloco de Esquerda e PCP começam a revelar grande inquietação: desde Catarina Martins a ziguezaguear em relação a Tancos a Jerónimo de Sousa a sacudir a água do capote.
De Tiago Barbosa Ribeiro nem uma reacção... De Carlos César só o mesmo vazio eloquente... E o SMS de Azeredo Lopes pesa como chumbo, enquanto o António Costa, cada vez mais acossado, chancela a lenga-lenga passada do PS quando está a braços com a Justiça. Resta o olhar embaraçado da generalidade das pessoas na rua, cuja indignação por vezes é verbalizada aqui e ali, à medida que se vai sabendo uma parte do que se passou em Tancos. ( por RuiCostaPinto no Mais Actual)
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Em Outubro de 2018 o
primeiro-ministro deixava no ar uma espécie de profecia. “Um dia haveremos de
saber o que é que cada um sabia sobre esta história de Tancos”, dizia António
Costa. Esse dia foi esta quinta-feira, quando o Ministério Público divulgou o seu despacho
de acusação a 23 pessoas, entre as quais altas figuras das Forças Armadas e
o ex-ministro Azeredo Lopes. Nesse dia, haja ou não haja condenações, ficou
provado que um assalto de criminosos de pacotilha destinado a entrar no
anedotário nacional deu origem a uma grave crise de regime. Meter no mesmo saco
armas, mentiras e jogos de poder e acrescentar à história manobras de
intoxicação envolvendo o Presidente da República é um sintoma grave de
degenerescência dos assuntos públicos.
O rebentamento de uma mina
com este potencial explosivo a escassos dias das eleições pode influenciar os
resultados, o Governo deve explicações ao país sobre o que aconteceu. Não se
trata de ceder ao populismo especulativo para insinuar que se o ministro sabia
o chefe do Governo também sabia ou devia saber – todos os factos que conhecemos
sugerem o contrário.
Trata-se, sim, de saber como
foi possível um membro do Governo ocultar
informação sensível que, acusa a procuradoria, tinha acumulado sobre a
encenação de Tancos entre o final do Verão de 2017 e Dezembro
de 2018. Com o país a indignar-se com o roubo das armas e a indignar-se
ainda mais quando soube do deplorável drama da encenação da sua “descoberta”, é
fundamental saber como foi possível o Conselho de Ministros andar um ano a
conviver com uma mentira. E saber também o que perguntou o primeiro-ministro ao
seu ministro sobre o caso e que respostas lhe foram dadas. ( in“Tancos:
ainda há muito por esclarecer” por Manuel Carvalho)