Chanceler
do seu país de 1982 a 1998. Católico e democrata cristão, aderiu à CDU em 1947.
Depois de Bismarck, Helmut Kohl é
seguramente o maior estadista da história alemã. Recebeu um país dividido em
dois pela cortina de ferro, com a metade ocidental ainda a expiar a culpa do
nazismo, e começou pacientemente a reerguer a Alemanha. Primeiro declarou que a
Alemanha ia abandonar a tradicional expiação colectiva, indicando o seu próprio
caso pessoal: "Eu tinha 15 anos quando a guerra acabou. Não tenho culpa
nenhuma do que se passou lá". Depois foi o primeiro a exigir, após a queda
do Muro de Berlim, a imediata reunificação da Alemanha.
Kohl exigia uma reunificação
imediata. Para a obter, pagou tudo o que lhe pediram por ela. Primeiro, aceitou
converter o marco DDR numa paridade 1:1 com o Deutsche Mark, o que fez aumentar
enormemente o custo da reunificação. Depois aceitou abandonar o próprio marco a
troco do euro, o preço que os parceiros europeus lhe pediram para não se oporem
à reunificação, julgando que assim controlavam a Alemanha.
Tudo aceitou para devolver à
Alemanha o lugar que entendia lhe ser devido na Europa.
O estado actual do seu país
demonstra bem como ganhou a aposta. (por Luís Menezes Leitão in Delito
de Opinião)