Ao tentar controlar toda a
comunicação pública, o governo de António Costa enterrou-se mais do que se
tivesse sido mais moderado. Tentou ocupar todo o espaço mediático desde o
primeiro momento, como se estivesse a controlar a situação (não estava). Encheu
os ecrãs de ministros e secretários de Estado, que pareceram baratas tontas a
dizer coisas. Avançou com um número de vítimas mortais errado, não dando a
conhecer a verdade terrível. Aparentemente, mandou avançar o director nacional
da Polícia Judiciária que, para sua eterna vergonha, lançou logo a
"tese" falsa do raio que partiu a árvore (deveria ser demitido de
imediato); mandou avançar o director do IPMA com a "tese" falsa do
raio e da "trovoada seca" (idem); o IPMA censurou a sua própria
informação sobre raios e trovoadas no seu site. Aparentemente, no primeiro dia,
mentiram ao presidente da República, levando-o a dizer que se tinha feito tudo
que se podia fazer. Era falso. Marcelo teve de recuar. O governo escondeu que o
corrupto SIRESP falhou por completo. Costa pediu relatórios apressados e
auto-justificativos à GNR, etc., para se defender em entrevistas e declarações
nos primeiros dias. Este comportamento comunicacional do governo, com mentiras,
omissões e desinformação, abafando vozes discordantes e o povo ressentido,
funciona em ditadura, mas não em democracia. Não funcionou. (in
“Propaganda
do Governo fez ricochete” por Eduardo Cintra Torres)