domingo, 27 de março de 2016

senhor Feliz e senhor Contente!

Tanta felicidade quase que emociona.
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Por mim, dado o estado do país, prefiro líderes preocupados do que líderes contentes. Dão-me mais confiança. Mas sei que pertenço a uma minoria. A maioria dos portugueses gosta de líderes felizes. Sobretudo depois de quatro anos de “austeridade.”
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Marcelo e Costa acreditam que gozam do talento de usar a retórica adequada para mudar o humor dos portugueses. E não é um talento menor, longe disso.
Quando olhamos para fotografias dos dois juntos, sentados em Belém ou na escadaria de São Bento (gosto de perder algum tempo a olhar para as fotografias, dizem muito), transpira uma imensa felicidade. Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa são dois homens felizes (parecem a versão política do “Sr. Feliz e do Sr. Contente“). Fazem-me lembrar dois meninos que receberam os brinquedos dos seus sonhos. Cada vez que olho para uma fotografia dos dois, o desafio é tentar perceber qual deles está mais feliz.
Tanta felicidade quase que emociona.

Por mais boa vontade e voluntarismo que haja, o factor central da política portuguesa continua a ser o extremo endividamento do país. O sector público, o sector privado, o sistema financeiro, as famílias, estão todos endividados. Um país afogado em dívidas, sem moeda própria, perde poder e depende dos seus credores. Posso estar enganado, mas desconfio que nem Marcelo nem Costa, com todo o talento político que possuem, serão capazes de alterar a realidade. (por João Marques de Almeida no Observador)