terça-feira, 13 de agosto de 2013

swaps, juízes e autárquicas

As várias e díspares decisões tomadas nos tribunais sobre o assunto levaram-me a comparar a gestão dos swaps e a gestão da lei.

É pouco, ou nada, referido pelos mídia, que apenas uma pequena quantidade de “swaps” tiveram um comportamento que originou grandes perdas de capital e apenas nos casos geridos por gestores incompetentes e totalmente desconhecedores da matéria.
Quase todos os gestores que tomaram uma decisão errada acabaram, ou acabarão, por sofrer as consequências da sua ignorância técnica.

A Lei das limitação de mandatos com origem nos deputados eleitos para a Assembleia da Republica, é, como quase toda a legislação nacional, suficientemente vaga para que juristas das várias das várias áreas da disciplina a possam gerir de diferentes maneiras.

Mais cedo ou mais tarde o Tribunal Constitucional (o único tribunal onde a maioria dos juízes foi democraticamente escolhida) vai ter que se pronunciar sobre as candidaturas de presidentes com mais de três mandatos autárquicos.

Decerto a decisão do TC estará de acordo com a decisão de alguns juízes e contra a decisão de outros.

...mas, diz a Constituição, ao contrário dos gestores, os juízes são irresponsáveis!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

a Ponte...

Corria o ano de 1953 quando foi criada uma comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Tejo. Eram várias as soluções que tinham surgido após uma primeira em 1876. Como curiosidade registe-se que todas foram apresentadas em anos de profunda crise económica ou política (em 1888, 1889, 1890, 1913, 1929 e 1935).
Em 1958 decidiu-se oficialmente a construção de uma ponte e aberto um concurso público internacional para que fossem apresentadas propostas para a construção. Em 1960, após a apresentação de quatro propostas, a obra foi adjudicada à norte-americana United States Steel Export Company, que, já em 1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.
A 5 de Novembro de 1962 iniciaram-se os trabalhos de construção.
Quatro anos após, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo foi inaugurada a 6 de Agosto de 1966, seis meses antes do prazo previsto...
O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, 15 milhões de euros na actualidade.
A ponte, que se chamou de Salazar e foi rebaptizada de “vinte e cinco de abril” sempre foi conhecida pelos alfacinhas como a “Ponte”. Assim o continua a ser por aqueles que a”viram” construir...
Contudo o facto menos falado e muito escondido (a bem de uma certa “transparência”?) é que, para se construir a ponte, pela primeira vez desde o século XIX, se recorreu, com êxito, ao crédito externo.
Não pensem que, como foi, e é, amplamente propagado existia, por parte do “estado novo”, uma aversão a que se recorresse a dinheiro que fosse emprestado por aquilo a que hoje chamamos “mercados”.
O problema é que ninguém nos emprestava um “chavo” enquanto não pagássemos aquilo que devíamos!
Durante meio século fomos párias nos mercados internacionais e nem o ouro acumulado, em tempo de guerra, nos libertou de ter que pagar, já no sec. XXI, as prestações e respectivos juros da divida que já vinha do sec. XIX.
A “Ponte”, além de ligar o Norte ao Sul, ligou-nos ao mundo moderno da finança internacional.

domingo, 4 de agosto de 2013

…só pra vender papel!


…e os jovens informáticos?
e os jovens licenciados que estão “caixas” do Pingo Doce?
e os jovens arquitectos, policias, economistas, biólogos, contabilistas?
sem esquecer os jovens músicos, engenheiros, publicistas, mecânicos e os, já muitos, jovens desempregados!

Ainda bem que há os jovens “jornalistas”
(os do CM, claro) que escapam aos “quinhentos”, em especial, porque têm emprego e uma carreira profissional aberta até vice-primeiro… pelo menos!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

especialistas em generalidades

Ao longo deste e de uma boa parte do ano anterior descobri que os “tugas” tem “capabilities” (desculpem mas a tradução é difícil!) que vão muito para além daquilo que lhes ensinamos nas nossas escolas. O Ministro Crato devia avaliar este tema!
Vejamos o que eu já sabia:
- quase todos são especialistas em Futebol e direcção clubistica do dito. O Costa ou o Vieira podem descansar porque têm a sucessão garantida e, porventura, melhorada.
- uma grande maioria, talvez todos, são especializados em Governabilidade. Ao actual, ou ao próximo Primeiro, bastará digitar, ao acaso, uns números de telemóvel e terá em pouco tempo constituído um governo curto ou longo (todo o cidadão que se presa tem um ou mais celulares e centenas, senão milhares de soluções eficientes).
agora o que eu não sabia:
- são aos milhares os especialistas em Constitucional que desafiam os saberes do Quadros, do Miranda ou do Canotilho e debitam valorosas interpretações da nossa lei fundamental, que por acaso nunca a leram nem sequer um resumozito e alguns até se alcunham de “deputados”. Fico a pensar no quanto pouparíamos se se encerrassem as Escolas que o debitam, já que os especialistas existentes são quase dez milhões.
- mais recentemente descobri que temos para dar e vender, especialistas que tratam por tu a tecnologia da "permuta em risco e rentabilidade” (até as chamam pelo petit nom de “swap”). O Ministro Lima tem aqui muito recurso para explorar e, porque não, para exportar dada a falta desta especialização na estranja.
E o que eu não percebo:
- nunca fomos campeões em futebol e nas coisas das “permutas” só fizemos asneira!
porque é que, com tantos especialistas em generalidades, tanto no Futebol quanto nas Swaps “as coisas” nos correm sempre tão mal?
...talvez por isso me tenha lenbrado do Pragmático William James que um dia escreveu:
“”generalismo” é saber-se cada vez menos de cada vez mais, até não se saber nada de tudo."