Reunida em Maputo, no dia 20, a IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, “reafirmou o princípio de tolerância zero, nas palavras e nos actos, em relação a golpes de Estado" e é por isso "que a Guiné-Bissau esteve aqui presente nesta cimeira representada pelos seus legítimos representantes". "No futuro, depois de uma análise cuidada, um Estado pode sofrer sanções no caso de uma violação dos princípios estruturantes da comunidade", afirmou Cavaco Silva. "Pensamos, mesmo, que tal pode contribuir para reduzir as tentações de golpes de Estado nalgum dos países", acrescentou.
O Presidente da Republica de Portugal considerou que a "posição firme e inequívoca da CPLP" face à Guiné-Bissau teve influência na União Europeia, que pela voz de Durão Barroso, em Maputo, reiterou que não serão tolerados atentados à vida democrática naquele país.
Cavaco Silva recordou que a CEDEAO, a organização regional da África Ocidental que integra a Guiné-Bissau, tem tido uma posição diferente mas manifestou-se no diálogo entre as diferentes organizações envolvidas no processo.
Recorde-se que a CEDEAO (Comunautée Economique des États de l’Afrique Ocidentale) tem como objectivo acelerar a integração económica e aumentar a cooperação na esfera política, incluindo o estabelecimento dum Parlamento Oeste-Africano, um Conselho Económico e Social e um Tribunal para assegurar a execução das decisões da Comunidade.
No caso particular da Guiné-Bissau os objectivos da CEDEAO serão dois:
um mais visível que se resume ao petróleo, por explorar, das regiões do Casamança e do sul da região do Tombali,
outro que se prende com a plataforma da droga, ao que consta gerida por elementos das forças armadas da Guiné-Bissau e do Senegal.
Não se deve também esquecer a luta independentista dos povos do Casamança que se pretendem libertar do Senegal e de acrescentar á confusão mais de 30 línguas e culturas e duas importantes religiões a par com o animismo maioritário. Os factores de união resumem-se às linguas nacionais (Creoulo da Guiné e o Português). Obrigar a CPLP a excluir os golpistas apoiados pela CEDEAO e a aceitar os legitimos representantes saidos de eleições democráticas, foi uma enorme vitória para o Ministro Portas e para a diplomacia de Portugal.
ps: As ligações da Guiné-Bissau a Portugal podem ser “consultadas” no Memorial, que abraça o Monumento aos Mortos em Combate, no paredão do Forte do Bom Sucesso, em Belém e “vistas”, também ali, nos 10 de Junho… mas é politicamente incorrecto falar disto!