sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O outro lado

Por vezes parece que o acaso se encarrega de fazer justiça poética.
Isso vê-se nas dificuldades recentes do senhor presidente da Câmara de Lisboa, Dr. António Costa, com a Lei das Finanças Locais do anterior ministro da Administração Interna, Dr. António Costa. Muitos problemas sociais nascem da distância entre quem manda e quem obedece. O que parece fácil ao que decide é muito difícil para quem sofre a decisão.
Por exemplo, soube-se há pouco que a «Sede da ASAE [no Porto] não cumpre regras impostas pela ASAE» (JN, 17 de Fevereiro). É fundamental para todos conhecer o lado que ignoramos da nossa actividade.
Todos os médicos e, sobretudo, enfermeiros deviam partir uma perna ou um braço antes de obterem licença para exercer. Igualmente era excelente se todos os polícias e juízes passassem, como parte da formação, uns meses na cadeia e os motoristas de autocarro deviam ser forçados a andar de transportes públicos. Se patrões e trabalhadores trocassem de lugar uns meses veriam o que custa o outro lado, que tanto criticam.
Os professores, felizmente, só o podem ser depois de terem sido alunos. Mas como, em geral, os docentes foram estudiosos, desconhecem o que sofre um cábula. O Dr. António Costa obteve agora uma das lições mais úteis da vida de um governante. Na secretária do ministro e nas bancadas do parlamento as leis parecem muito diferentes do que quando sentidas na pele pelos cidadãos. Talvez não chegue para aprender, mas ao menos um ministro da tutela viu de perto o que um autarca sofre. É justo! João César das Neves naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt Destak 28 02 2008 08.45H

Farpas!


«O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!» in "As Farpas" 1871

Como as sondagens dizem o contrário... Eça deve escrever sobre um outro país!

Contudo, pergunto-me se a ileteracia terá alguma relação próxima aos "estudiosos de opinião"?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

INE? Não "dá" para acreditar!



dados demográficos do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2006 indicam que

Gente da serra vive menos dez anos

Quando nascem, as crianças da Serra da Estrela, Beira Interior Sul e Cova da Beira têm menos dez anos de esperança média de vida do que as do resto do País, mostram os dados demográficos do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2006. Enquanto as restantes populações olham para o futuro e vêem pela frente a possibilidade de viver até aos 78 anos, em concelhos como Gouveia, Seia ou Vila Velha de Ródão os mais idosos correm o risco de só chegar aos 68 anos. “É a questão da interioridade.
O Interior, de Norte a Sul, é uma zona que está a morrer do ponto de vista demográfico”, alerta Mário Leston Bandeira, presidente da Associação Portuguesa de Demografia e professor no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

Apesar de estas regiões oferecerem, à partida, maior qualidade de vida, “toda esta zona é muito deprimida, económica, social e demograficamente”. “Se tem mais qualidade porque não existe o stress e a confusão do Litoral, o Interior está também mais esquecido”, sublinha o especialista, lembrando que “se tem fechado maternidades, centros de Saúde e Serviços e as pessoas desta região estão cada vez mais esquecidas e isoladas”. Além disso, o envelhecimento populacional tem um forte peso na saúde mental destas pessoas. “Não têm contacto com pessoas mais novas, vivem num mundo fechado, o que em termos psicológicos prejudica a saúde da população” e contribui para uma menor longevidade, diz Leston Bandeira.

“NÃO PODE SER VERDADE”

Os autarcas da região da Serra da Estrela ficaram surpreendidos com os dados do INE, garantindo que os números “não podem corresponder à verdade” porque as pessoas dispõem hoje de “melhores condições de vida e de apoio social”. Eduardo Brito, presidente da Câmara Municipal de Seia, garante que o que se passa no seu concelho é precisamente o contrário. “Deve haver qualquer anomalia no objecto de estudo. As pessoas vivem hoje mais tempo e têm cada vez mais cuidado com a saúde, alimentação e comodidade”, diz o autarca, que está também ligado ao Centro Social da Quinta do Monterroso, com um lar onde a média de idades é de 90 anos. “O INE é que deve estar velho e a sofrer de outros problemas”, ironiza. Quem também ficou surpreso com os números da estatística foi o presidente da Câmara de Gouveia. Álvaro Amaro vai analisar os valores e agir em conformidade, caso se confirme a sua veracidade.
“A realidade diz-me que as pessoas desta região estão a viver cada vez mais anos. Gouveia, por exemplo, distingue-se pela qualidade do ar que os habitantes respiram. Somos procurados por doentes asmáticos que vêm para aqui curar as maleitas”, diz, garantindo que vai estudar os números porque essa situação o preocupa. “Se isso se verificar é muito grave e temos de rapidamente inverter a tendência. Dez anos a menos é muita diferença.”

Mais a sul, em Vila Velha de Ródão, a incredulidade mantém-se. “A taxa de envelhecimento no meu concelho é elevadíssima, não acredito que as pessoas desta região vivam menos dez anos. Cerca de 80 por cento das pessoas que estão nos lares espalhadas pelo concelho tem mais de 90 anos. Os problemas em Vila Velha de Ródão prendem-se com a natalidade e com a fuga dos jovens, e não com a longevidade das pessoas”, concluiu Maria do Carmo Sequeira, presidente da autarquia. Kaminhos quinta-feira, 28 de Fevereiro 2008



Com estes dados como é que é possivel governar? Até no Iscte se somam-se as Trapalhadas sobre novas Trapalhadas!



O Professor Leston Bandeira devia fazer uma visita aleatória aos cemitérios locais e, com simples subtrações, verificar as idades com que morreram fregueses e municipes... e, de seguida, deixar de acreditar nos dados do INE.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

“Tenciono levar avante as reformas desta forma, explicando”

A avaliação do desempenho dos professores acabou por ser o tema mais quente do debate, esta segunda-feira, no programa Prós e Contras da RTP1.
«Tenciono levar avante as reformas desta forma, explicando», lançou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, logo no arranque do programa, para enunciar aquilo que considera serem os «equívocos» acerca da sua política. A ministra frisou, por várias vezes, que «as medidas não são contra os professores», explicando que o sistema de avaliação de desempenho dos docentes que tanta polémica tem causado foi criado «para permitir distinguir, reconhecer e premiar os melhores». Maria de Lurdes Rodrigues reconheceu que «não há avaliações perfeitas», mas realçou o facto de o modelo proposto pelo ministério privilegiar «a diversidade dos agentes da avaliação» e consagrar «o respeito pela diversidade das actividades dos professores». Um modelo que, de acordo com o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, «não distingue o mérito porque é feito por quotas» e apresenta «graves erros» por conter «itens para os quais não há unidade de medida», como a disponibilidade ou o empenho dos professores. Outro ponto muito criticado foi o facto de os resultados escolares dos alunos terem um peso de cerca de 10% na avaliação dos docentes. Acusada por vários intervenientes no debate de atacar a imagem dos professores e de promover o facilitismo, a ministra refutou a ideia de ser responsável por um ataque à classe docente e saiu em defesa do programa Novas Oportunidades, contrariando a ideia de que este projecto de formação para adultos seja feito sem critério ou mérito. «É preciso continuar a trabalhar, é a lição que retiro deste debate», comentou Maria de Lurdes Rodrigues no final do Prós e Contras, mostrando-se disponível para «continuar a trabalhar com as escolas». Mário Nogueira anuncia que Ministério terá de pagar horas extraordinárias Mário Nogueira anunciou, durante o programa Prós e Contra, que tem já em seu poder seis decisões judiciais que fazem jurisprudência no sentido de obrigar o Ministério da Educação a pagar como horas extraordinárias o tempo despendido pelos professores em aulas de substituição. De acordo com o responsável da FENPROF, estas sentenças vão permitir aos docentes «requerer nas escolas as substituições que fizeram e o Ministério da Educação vai ter de pagar». Maria de Lurdes Rodrigues afirmou desconhecer as decisões dos tribunais em causa. «Não estou em condições de responder, porque não conheço os pormenores do processo e já vi muitas vezes o prof. Mário Nogueira anunciar catástrofes destas, na televisão, que depois nunca se concretizaram», reagiu a ministra, salientando que, nesta matéria, «o problema do Ministério da Educação nunca foi financeiro». margarida.davim@sol.pt

A Minha Guerra...


Furriel Armando Lopes

Nunca mais me esqueço da viagem para a Guiné, a bordo do paquete Uíge. Embarcámos em 3 de Abril de 1973, na Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa. Marcou-me a vida dos cabos e soldados durante os quatro dias de mar até Bissau: viajaram no porão mal ventilado, dormiam em camas encavalitadas umas nas outras e muitos eram obrigados a comer de pé, por falta de espaço.Chegámos ao porto de Bissau no dia 7 de Abril. Lembro-me das águas barrentas do Rio Geba. Após as formalidades do costume, como o desfile das tropas perante o governador e comandante-chefe, general Spínola, lá seguimos para Bula – destino do meu esquadrão de reconhecimento constituído por carros de combate blindados Panhard.

O Sul da Guiné era então a mais dura zona de guerra. O aquartelamento era constantemente flagelado pelos foguetões que os guerrilheiros disparavam a partir da Ilha de Como: nós corríamos para as valas de abrigo enquanto os camaradas artilheiros respondiam com fogo de obuses.Numa operação, tocou-nos dar protecção a uma coluna de reabastecimento para Guidage – um aquartelamento da nossa tropa, praticamente em cima da fronteira com a Guiné-Conacri, país onde o PAIGC tinha instaladas as bases de apoio. A zona de Guidage escondia as principais rotas dos guerrilheiros para o interior da nossa província. Dias antes da operação, estalara um violento combate entre a nossa tropa e a guerrilha. Quando seguimos para Guidage, colados à coluna de reabastecimento, encontrámos pelo caminho as marcas dessa batalha: vimos as enormes crateras na picada e os destroços calcinados e retorcidos de camiões Berliet de transporte de pessoal. Soubemos, depois, que a tropa portuguesa tinha conseguido aguentar o ataque mas deixou para trás algumas viaturas. A Força Aérea bombardeou as Berliet abandonadas para impedir que caíssem nas mãos dos guerrilheiros. Chegámos sem problemas a Guidage, onde passámos a noite, e no dia seguinte segui com o meu esquadrão a caminho de Mansabá. Em Farim, atravessámos o rio de jangada. Pouco tempo depois, sofremos uma forte emboscada. A viatura com soldados atiradores que seguia atrás da minha Panhard foi fustigada por granadas-foguetes e rajadas. Dois homens morreram imediatamente e vários ficaram gravemente feridos. Nós, na Panhard, ripostámos ao fogo dos guerrilheiros – e recordo com gratidão a perícia dos tripulantes do meu carro de combate, o Vicente e o Sousa. Dias depois, sofremos nova emboscada no mesmo local: perdi um amigo, o Tojó, que caiu morto em combate.Um dos ataques que mais me impressionou ocorreu em Setembro de 1973, na zona de Có, perto de Bula. Os guerrilheiros emboscaram a nossa coluna. Viaturas civis que transportavam guineenses foram apanhadas pelo tiroteio. Vi a matança. O fogo dos guerrilheiros não poupava ninguém. Morreram mulheres, crianças e velhos. Ainda hoje, recordo o sangue a escorrer das viaturas. No meio deste horror, apercebi-me de que um alferes amigo estava gravemente ferido. Uma granada-foguete arrancara-lhe um pé. Um guineense fez-lhe um garrote para travar a hemorragia. Quando me aproximei, o alferes olhou-me com coragem. Não lhe ouvi um lamento. Só me pediu um cigarro. Ele ia de férias daí a oito dias – para se casar, segundo me disseram.Uma noite, estava eu de prontidão no quartel de Bula, houve necessidade de mandar uma ambulância para evacuar uma mulher grávida em Binar. A ambulância não podia ir sozinha: teria de sair sob protecção de, pelo menos, três blindados. Fui acordar o furriel Ferreira e o aspirante Daniel, que imediatamente aprontaram as suas Panhard e respectivas tripulações. Lá saímos, um pouco depois das onze da noite.Chegámos à guarnição de Binar. Os maqueiros e o enfermeiro colocaram a mulher na ambulância e arrancámos de regresso. Uma Panhard à frente, a ambulância a seguir e mais duas Panhard a fechar a coluna. A minha era a última. De noite, circulávamos apenas com os mínimos acesos para evitar que os guerrilheiros nos localizassem. Deu-se um acidente. A Panhard que seguia à minha frente, comandada pelo furriel Ferreira, capotou – e a minha chocou contra ela. O primeiro blindado e a ambulância rodavam mais à frente, não se aperceberam do acidente e continuaram o caminho. Dois Panhard ficaram para trás. Os três camaradas que seguiam no Panhard à minha frente, e que capotou, ficaram feridos – e, entre eles, o que estava pior era o furriel Ferreira. Era noite cerrada. Não tínhamos rádio. Eu e um tripulante do meu blindado pegámos em granadas de mão e voltámos a pé para o destacamento de Binar. Caminhámos mais de uma hora pela picada. Regressámos com reforços o mais depressa possível ao local do acidente – e, para grande tristeza minha, o Ferreira já estava morto: não resistiu aos ferimentos que resultaram do capotamento da Panhard. O Ferreira tinha sido pai há oito dias.Noutra ocasião, fomos com os blindados dar apoio a uma operação que uma companhia de Comandos levou a cabo na zona de Bula. Entre os Comandos estava um amigo meu – o Ribeirinho. Ao final da tarde, os Comandos deram início à operação. Entraram na mata divididos em grupos de combate. Ao longo da noite, sucederam-se os períodos de fogo – que nós acompanhávamos da picada e prontos para intervir em caso de necessidade. Temia, face ao volume das explosões e das rajadas, que os Comandos sofressem mortos ou feridos. Mas, felizmente, regressaram todos bem. Um deles, por sinal o meu amigo Ribeirinho, que entrara na mata com o camuflado limpo, vinha todo sujo. Apareceu-me com um sorriso rasgado. Trazia nos braços duas crianças pequenas. Tinham sido abandonadas e ele resgatou-as. Os Comandos cuidaram das crianças. Não sei se vieram para a Metrópole depois da independência ou se ficaram na Guiné.Uma madrugada, acordei com tiros disparados dentro da caserna. Um camarada do esquadrão acordou com pesadelos, deu um salto da cama, pegou na G-3 e desatou aos tiros. Felizmente que disparou para o ar. Foi evacuado e nunca mais fez operações no mato.Quando se deu o 25 de Abril, ainda eu estava na zona operacional de Bula. Às tantas, recebi ordem de marcha para Bissau – a fim de aguardar transporte para Lisboa. A guerra para mim chegava ao fim. Mas ainda havia de passar por um momento de profunda tristeza. Soube de um episódio que me deixou transtornado. Um alferes sapador, que eu conhecia, tinha por missão levantar um campo de minas devidamente sinalizado. As chuvas deslocaram uma mina e o alferes desesperava para a encontrar. Quando finalmente a achou, tinha os nervos à flor da pele. Fez o que não passa pela cabeça de ninguém no seu juízo perfeito. Deu um pontapé na mina. Ficou sem um pé.


O furriel miliciano Armando Viegas Lopes passou 17 meses na Guiné. A revolução de 25 de Abril abreviou-lhe a comissão. Regressou são e salvo a Lisboa, a bordo de um avião, em 2 de Setembro de 1974. “Tive muita sorte na Guiné” - diz Armando Lopes. Chegado da guerra, fez férias. Em 1975 fez parte de uma cooperativa de construção e de reparação naval – que abandonou cinco anos depois, em 1980. Trabalhou numa empresa de construção civil, de onde saiu em 1983 para se dedicar a um restaurante, na zona de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa. Armado Lopes casou-se duas vezes. Tem três filhos. CM 2008-02-24

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sócrates e o lixo debaixo do tapete


José Sócrates está tramado. Não há forma de sair airosamente deste novo Civilgate, agora descoberto na Guarda. Se a notícia do Público for verdadeira e ele realmente tiver andado a assinar projectos alheios, é uma tragédia ética. Se a notícia for falsa e aquelas moradias tiverem mesmo saído da sua cabecinha, é uma tragédia estética. Entre o bem e o belo, é natural que Sócrates se agarre ao bem, que é qualidade mais apreciada num político, mas quando olhamos para aquelas fotografias de casas de emigrantes horrendas made by José damos todos graças a Deus de o homem ter optado pela política em detrimento da engenharia.

Entalado entre dois desastres, Sócrates reagiu de forma desastrada. Eu começo a desconfiar que quem assina o boletim de militante socialista deve ser inoculado com algum vírus que o leva a gritar "cabala" sempre que confrontado com factos desagradáveis. Eu tinha o nosso primeiro-ministro em melhor conta. Transformar uma notícia perfeitamente legítima, bem fundamentada e assinada por um dos poucos jornalistas que em Portugal ainda fazem investigação a sério, num "ataque pessoal e político" é uma pouca-vergonha. Se Sócrates entende que se trata de uma calúnia, então apresente factos – e não gritinhos histéricos. Eu, pelo meu lado, o que gostava de saber não é porque é que o Público persegue José Sócrates – é porque é que o Público, tendo uma notícia deste calibre nas mãos, optou na primeira página por a colocar em rodapé. É que convém estar atento aos detalhes. Para quem não reparou, a manchete do Público na sexta-feira foi "Democracias fecham os olhos aos abusos das ditaduras, denuncia ONG", o que para além da elegância da formulação é algo de tão original quanto dizer que as galinhas têm penas e que os cães fazem ão-ão. Ou seja, aquela primeira página não mostra que Sócrates é perseguido – mostra, pelo contrário, que Sócrates mete demasiado medo a demasiada gente, como depois se comprovou pelo manto de silêncio que caiu sobre as pessoas envolvidas na notícia. E este silêncio, francamente, começa a cheirar muito mal.
É que por muita tolerância que o povo português tenha para com a pequena trapaça - e tem, e muita -, há sempre um momento em que se esgota o espaço debaixo do tapete: empurra-se o lixo, mas ele já não cabe. Para Sócrates, este pode muito bem vir a ser esse momento. Ao garantir, preto no branco, que todos aqueles projectos são da sua autoria e responsabilidade, ele cometeu um erro estratégico: enterrou-se neste caso até ao pescoço. Agora, se for apanhado, não tem como sair de mansinho. Uma mentira destas nem o padre Melícias consegue absolver.
Kaminhos, 13Fev08 Opinião: João Miguel Tavares

Guarda analisa projectos ...


Câmara nomeou comissão para investigar alegadas irregularidades
O presidente da Câmara da Guarda (PS) anunciou hoje a nomeação de uma comissão para averiguar alegadas irregularidades no licenciamento de obras particulares no concelho na década de 80, relativas a projectos assinados por José Sócrates.

"Fundamentalmente o que queremos que fique claro é se, pelo facto de ser o engenheiro José Sócrates o responsável pelos projectos, houve violação da legislação", referiu hoje Joaquim Valente à Agência Lusa.

A comissão será composta por José Guerra (director do Departamento Administrativo da autarquia), Delfim Silva (director do Departamento Planeamento e Urbanismo) e pelos juristas Alberto Garcia, Daniela Capelo e Tatiana Adro.

As alegadas irregularidades foram recentemente denunciadas pelo jornal "Público", que revelava que vários projectos submetidos a aprovação entre 1981 e 1990 tinham em comum o facto de serem rapidamente aprovados, apesar dos reparos e observações críticas dos arquitectos da repartição técnica da Câmara da Guarda e até de pareceres contrários da administração central.
Segundo o "Público", José Sócrates, na qualidade de engenheiro, também terá assinado numerosos projectos de arquitectura e engenharia relativos a edifícios na Guarda, ao longo da década de 1980, cuja autoria os donos das obras garantem não ser dele, uma situação desmentida pelo actual primeiro-ministro, que garantiu "a autoria e a responsabilidade de todos os projectos" que assinou.

Segundo Joaquim Valente, o processo de averiguações também visa apurar "se houve facilitação nos procedimentos que visavam a aprovação dos projectos, porque o que se evocava [na notícia do jornal] era que teria havido violação da legislação no que se refere [a autorizações de construções] a Reservas Agrícolas e Ecológicas". O presidente socialista explicou que a comissão nomeada irá procurar esclarecer "a verdade" sobre as situações relatadas pelo diário e não apenas sobre o facto de os projectos serem ou não da autoria do actual primeiro-ministro. "O autor dos projectos assume-os e isso não me causa qualquer tipo de dúvida. Se os projectos têm o termo de responsabilidade do então engenheiro José Sócrates, não subsistem dúvidas nenhumas", concluiu o autarca.

"Há pessoas que estão a ser acusadas injustamente, por factos não praticados", acrescentou Joaquim Valente, numa alusão a técnicos da câmara referidos na peça do "Público", defendendo que o processo de averiguações servirá "para defesa da verdade" e "para que a verdade seja apresentada com clareza". Segundo o autarca, o grupo de trabalho "fará uma análise aos processos" e tirará conclusões que serão fornecidas à autarquia, possibilitando "actuar de acordo com os resultados".

Os três vereadores do PSD (Ana Manso, José Gomes e João Bandurra) concordam com a decisão do presidente da Câmara da Guarda mas consideram que "era importante que fosse uma comissão independente" visto que os elementos indigitados têm ligações à autarquia. "Não está em causa o rigor e a honestidade das pessoas", justificou Ana Manso, considerando que "o processo é demasiadamente importante para ficar restrito a uma comissão com ´gente da casa` [da Câmara Municipal]". A vereadora admitiu, durante a reunião do executivo municipal, que a situação que envolve o primeiro-ministro "é uma situação rara que não tem antecedentes".
"Não é um processo qualquer, é um processo onde está envolvido o primeiro-ministro", afirmou Ana Manso para justificar a posição assumida pela oposição na Câmara da Guarda. Kaminhos 13Fev08

«Para conhecer os homens é preciso vê-los actuar.» - Jean-Jacques Rousseau


Deputado Vitor Pereira ameaçado com pistola

O agressor ordenou-lhe que deixasse de investigar os processos urbanísticos da C. M. Covilhã.

Homem de raça branca, aspecto geral cuidado, com idade entre os 35 e os 40 anos, aproximadamente um metro e oitenta de altura, compleição física de atleta, cabelo castanho de corte médio.

Este é o retrato robot do homem que ameaçou um deputado da Assembleia da República com uma pistola. Vítor Pereira, que também é deputado na Câmara da Covilhã, foi ameaçado por volta da meia-noite, ao chegar a casa, situada num local isolado.

O indivíduo estava à espera dele num carro preto e fez-lhe sinal de luzes para se aproximar. O deputado que exerce advocacia julgou tratar-se de um cliente, mas quando abriu o vidro ouviu a ameaça «vê se paras de meter o nariz nos assuntos do urbanismo da câmara da Covilhã».
Kaminhos 13Fev08

Nao acredito em bruxas. Pero que lASAE... lASAE



ASAE fecha fábrica de refrigerantes na Guarda
Pode ser o fim da empresa e desemprego para os 13 funcionários

A fábrica de refrigerantes Sepol, sedeada na Guarda, na Avenida Afonso Costa, está com a produção suspensa desde 22 de Janeiro, por determinação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e pode já não reabrir, admitiu hoje fonte da empresa.
Segundo o sócio-gerente Carlos Soares, a unidade fabril suspendeu a actividade por decisão da ASAE que, numa inspecção, encontrou "deficiências na empresa, fundamentalmente ao nível estrutural do edifício".

O responsável admitiu que a medida pode representar "o princípio do fim" da empresa que laborava desde 1969 e lançar 13 funcionários para o desemprego, que já estão sem trabalho desde aquele dia.

"Tivemos uma visita da ASAE e os inspectores entenderam que havia deficiências na empresa, fundamentalmente ao nível estrutural do edifício, que não permitia boas condições para a laboração", disse Carlos Soares.
Segundo o sócio-gerente, a inspecção da ASAE apontou problemas ao nível do pavimento, pintura, a existência de alguns vidros partidos no armazém, o facto de uma das portas não estar devidamente isolada e de a ligação entre a sala de máquinas e um dos armazéns não estar isolada.

Entre outros aspectos, os inspectores também assinalaram que as instalações do sector alimentar não se encontravam devidamente limpas e não permitiam a manutenção e/ou desinfecção adequada.

Esta última situação é rejeitada pelo empresário que garante que "era tudo higienizado, todos os dias".
Carlos Soares lamenta a decisão da ASAE, que decidiu pela suspensão imediata da laboração em vez de dar um determinado período de tempo para que as anomalias verificadas fossem corrigidas.
"Davam-nos um tempo para regularizar alguma coisa que estivesse menos bem, um mês ou dois meses e, se não o fizéssemos, então fechavam", disse.
A empresa vai argumentar a notificação da ASAE, considerando que "a fiscalização existe para prevenir e corrigir", rejeitando por completo a deliberação relativa à suspensão da laboração.
Manuel Lage, o porta-voz da ASAE, disse hoje à Lusa que "houve uma suspensão de actividade face à falta de condições técnico-funcionais, porque as instalações estavam muito degradadas e essa situação também provocava algumas situações de falta de asseio e higiene".
O mesmo responsável indicou que a fábrica "não pode produzir mais, enquanto não forem corrigidas as anomalias", mas está a escoar a produção que possuía em stock.
Entretanto, segundo o administrador da Sepol, a empresa já pagou o salário do mês de Janeiro aos operários e a sociedade decidirá o que fazer no futuro, admitindo que "será muito difícil" reabrir a fábrica, pois nos últimos anos já conhecia alguns problemas de ordem financeira. A fábrica de refrigerantes Sepol estava a laborar desde 1969, sendo a única unidade do género ainda existente no distrito da Guarda.
Produzia refrigerantes, licores e groselha e tinha clientes em vários pontos do país, com especial incidência na Beira Interior, Região Centro, Trás-os-Montes e Grande Lisboa. Kaminhos 13Fev08

Não acredito em bruxas. Pero que lASAE...lASAE


A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ‘aconselhou’ a centenária fábrica das amêndoas de Portalegre a encerrar as portas, por falta de espaço, disse hoje a proprietária da unidade, Joaquina Vintém
«A ASAE exigiu que a fábrica tivesse mais espaço para poder laborar e nós não temos para já essas condições. Por isso, aconselhou-nos a encerrar», declarou.

A empresa, que trabalhava sazonalmente, já cessou a actividade junto dos serviços de finanças de Portalegre.
As amêndoas de Portalegre, produzidas de forma artesanal, constituem um dos ‘cartões de visita’ da região, sobretudo na época da Páscoa.
Todos os anos, pela época do Carnaval, Joaquina Vintém, também conhecida pela confecção de doçaria conventual, começava a trabalhar nas amêndoas pascais, com grande procura na Grande Lisboa e no Grande Porto.
«Ainda solicitei aos agentes da ASAE se poderia fazer, em menor quantidade, umas amêndoas para agradar aos clientes e para que a tradição não se quebrasse, mas a resposta foi negativa», lamentou.
No entanto, a única família da região de Portalegre que fabrica as tradicionais amêndoas promete não baixar os braços e, talvez, segundo Joaquina Vintém, regresse já no próximo ano à laboração.
Um dos filhos de Joaquina Vintém prevê construir, na zona industrial da cidade, uma fábrica para produzir doces conventuais, que poderá integrar a produção das tradicionais amêndoas de Portalegre.
Enquanto as amêndoas de Portalegre não regressam ao mercado, Joaquina Vintém promete guardar o segredo da produção deste doce a «sete chaves».
Confeccionadas à base de amêndoas provenientes de amendoeiras da região, este doce, confeccionado em redor de duas caldeiras aquecidas (género betoneiras), era unicamente produzido pela empresária e o marido.
Nessas caldeiras, que rodam sem parar cerca de oito horas, tempo que dura a produção, o casal colocava açúcar e chocolate suficiente até a amêndoa ganhar a textura e o seu tamanho normal.
As caldas eram produzidas à parte, em tachos de cobre.
No ano passado, as amêndoas de Portalegre tinham um preço de mercado de dez euros o quilograma, sendo também comercializadas em pacotes de 250 gramas.
Lusa / SOL

Regresso à zona de combate...


Trinta e cinco anos depois os antigos inimigos vão encontrar-se na Guiné, a propósito de um simpósio internacional sobre o Guiledje, que vai pôr portugueses, guineenses e combatentes de outras nacionalidades a debater o episódio que marcou a mais violenta guerra do Ultramar.Devido à sua importância estratégica, a região do Guiledje, no Sul da Guiné-Bissau, junto à fronteira com a Guiné-Conacri, foi desde o início da guerra uma das mais disputadas. Aí se travaram alguns dos combates mais sangrentos.Em Maio de 1973, as tropas do PAIGC lançaram uma grande ofensiva militar contra o aquartelamento português do Guiledje.

Ao fim de cinco dias de bombardeamento, o comandante Coutinho e Lima – contrariando ordens expressas do comandante-chefe e governador da Guiné, general António de Spínola – manda evacuar o quartel. Cerca de seiscentas pessoas, entre militares e civis, fogem para Gadameal, outra guarnição portuguesa ali próxima, com as tropas do PAIGC, comandadas por Nino Vieira, no seu encalço. O cerco a Gadamael Porto dura vários dias, mas as tropas portuguesas resistem, muito por acção dos reforços enviados por Spínola, sob a liderança do capitão Manuel Monge.A posição de Guiledje nunca mais foi recuperada pelos portugueses. O episódio foi um ponto de viragem na guerra. A vitória militar tornou-se uma miragem para os portugueses e Spínola tentou, em vão, convencer Marcelo Caetano a negociar a paz com o PAIGC. Só o 25 de Abril de 1974 e a consequente retirada salvou as Forças Armadas portuguesas de uma derrota militar.

Luís Graça, antigo furriel miliciano que combateu na Guiné, lançou em 2005 um blogue que junta testemunhos de ex-combatentes dos dois lados do conflito. O autor vai participar no simpósio sobre o Guiledje: “É um momento bonito. Não vamos celebrar a derrota de ninguém mas antes a vitória de dois povos”.
Em http://www.blogueforanadaevaotres.blogspot.com pode ver fotos e testemunhos sobre o Guiledje e a guerra na Guiné.

O furriel miliciano de Operações Especiais, José Casimiro CaLrvalho, desenhou para o blogue de Luís Graça um croqui do quartel de Guiledje antes de ser atacado.


SIMPÓSIO HISTÓRICO EM BISSAU
Começa no próximo dia 29 o Simpósio Internacional sobre o Guiledje, a decorrer na Guiné-Bissau até ao dia 7 de Março. O programa inclui visitas aos locais onde portugueses e guineenses combateram, seguidos de cinco dias de debates na Assembleia Nacional, em Bissau. Além de ex-combatentes de Portugal e da Guiné, destaca-se a participação de delegações de Cuba e de Cabo Verde, dois países que também participaram na guerra.

CUBA EXPLICA A SUA PARTICIPAÇÃO NA GUERRA
Óscar Aramas, antigo embaixador de Cuba na Guiné-Conacri vai a Bissau explicar a contribuição do país de Fidel Castro para a luta armada do PAIGC contra os portugueses.

ESTIMULAR O TURISMO DA SAUDADE
Carlos Schwartz quer pôr Guiledje e a região de Cantanhez nas roteiros de férias dos portugueses que passaram os melhores anos da sua juventude na Guiné-Bissau.
ONG QUER RECONSTRUIR QUARTEL DE GUILEDJE
Os violentos combates e o abandono a que o sítio foi votado depois da guerra deixaram o quartel de Guiledje em ruína. A ONG AD quer fazer ali um museu e uma escola."AS PAZES JÁ ESTÃO FEITAS" (Carlos Schwartz, Organizador do simpósio)Correio da Manhã – Como surgiu a ideia de fazer o simpósio sobre Guiledje?– Carlos Schwartz – A nossa ONG (a AD – Acção para o Desenvolvimento) trabalha há 16 anos na região de Guiledje e cedo nos apercebemos de que o desenvolvimento deve passar pela componente histórica e cultural. Pretendemos fazer uma ponte entre o passado e o futuro, reerguendo o quartel do Guiledje para aí instalar um núcleo museológico e uma escola para os jovens.– É também um pretexto para reaproximar os antigos inimigos? – Um dos nossos objectivos é promover o reencontro dos protagonistas da guerra – portugueses, guineenses, cabo-verdianos e cubanos. A própria comunidade local quer rever os portugueses com que viveram. Os guineenses nunca guardaram rancor ao povo português e há um desejo de reencontro. As pazes já estão feitas.

HISTÓRIAS DRAMÁTICASO QUARTEL DOS MORTOS VIVOS
João António Tunes, alferes miliciano de Transmissões, conta a história do tenente aviador Aparício, o único piloto que aceitava aterrar o Dornier em Guiledje. Era um homem alegre , mas voltava sempre carrancudo quando aterrava naquela pista. “Indolentemente, alguns soldados montaram segurança à Dornier. Sem dirigirem palavra aos recém-chegados. Rostos fechados, olhares distantes e desinteresse ostensivo. O tenente Aparício não queria sair do avião pois tinha de regressar a Bissau enquanto era dia. Só deu tempo para descer e tirar a carga destinada a Guiledje. A guarda estava montada, G3 carregadas ao ombro, nada mais. Nenhum oficial ou graduado apareceu e os soldados da guarda não falavam (...) Os militares em Guiledje queriam lá saber das peças e dos acessórios. Inclusive, não mostravam qualquer interesse em ler as cartas dos familiares. Queriam lá saber da família. Ali, naquele sítio, nada interessava. Se calhar, já nem estavam interessados em sair dali. Talvez porque achassem que já não eram pessoas mas ratos metidos dentro de uma ratoeira, destinados a apanhar porrada, só apanhar porrada.

”ENCONTRO DE DOIS AMIGOS COM FARDAS DESAVINDAS
Mário Dias, comando português, fez a instrução militar com o guineense Domingos Ramos e ficaram grandes amigos. Domingos desertou para o PAIGC. Um dia, encontraram-se em plena selva: “De repente, ouvimos pessoas a conversar e o ruído característico de movimentação. Querendo observar melhor o que se estava a passar, ergui-me acima do arbusto que me ocultava. Foi então que aconteceu. Do outro lado, a cerca de vinte ou trinta metros, um vulto ergueu-se também e olhou na minha direcção. Espanto dele! Espanto meu! Era o Domingos Ramos. Ficámos ambos como petrificados. Não falámos, apenas nos limitámos a sorrir e houve como que uma espécie de telepatia. Mas, mesmo sem falar, as expressões de contentamento de ambos (espero que ele tenha entendido que também eu estava contente com o inesperado mas feliz encontro) tornaram mágicos aqueles breves momentos que jamais esquecerei. Mas era preciso regressar à terra. De imediato ouvi as suas ordens: “Nó bai, nó bai”. E desapareceu na densa mata. Voltei para trás, para junto do resto do grupo: “– Não há problema. Era um pequeno grupo mas já fugiram.” CM Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2008

*Estas e mais histórias em http://blogueforanada.blogspot.com

sábado, 9 de fevereiro de 2008

o "onze de setembro" ainda não acabou!


Voos da CIA: PGR investiga relatório da Reprieve

É uma notícia Rádio Clube. A Procuradoria Geral da República está a investigar o relatório da organização britanica de direitos humanos Reprieve que garante que mais de 700 prisioneiros foram transportados ilegalmente para a base norte-americana de Guantanamo, através do espaço aéreo português. A Procuradoria quer saber se há ilícito penal nas informações tornadas públicas, em Janeiro, sobre os alegados voos da CIA e por isso, está a analisar o relatório ao pormenor. De acordo com a Reprieve, mais de 700 prisioneiros foram transportados, ilegalmente, para Guantanamo com a ajuda de Portugal. Pelo menos 94 voos passaram pelo espaço aéreo português, entre 2002 e 2006.


O Bloco de Esquerda e o PCP querem que as investigações sejam também feitas pelo Parlamento e querem, por isso, criar uma comissão de inquérito, para esclarecer se o Governo tem ou não responsabilidades no transporte ilegal de prisioneiros para Guantanamo.A proposta é discutida esta manhã.Para o deputado do Bloco, Fernando Rosas, impõe-se o inquérito parlamentar. Na opinião de Fernando Rosas, o Governo tem tido uma atitude passiva, neste caso, até porque as suspeitas sobre os voos da CIA já têm mais de um ano. No entanto, nada aconteceu até agora.A comissão de inquérito, já se sabe, vai ser chumbada pela maioria socialista. RCP 08-02-2008 08:26h

manchete do CM:
Carlos César admite escala de aviões da CIA
noticia:
Em entrevista ao programa "Diga Lá, Excelência", da Rádio Renascença e do PÚBLICO, na RTP2, Carlos César afirmou desconhecer qualquer "documento que ateste de forma fidedigna" a passagem de aviões dos serviços secretos pela Base das Lajes, na ilha terceira. "Em relação às questões que têm a ver com o trânsito na Base das Lajes ou em outros aeroportos portugueses de eventuais prisioneiros de Guantanamo, eu, como presidente do Governo regional, ignoro por completo um único documento que ateste de forma fidedigna que isso aconteceu", afirma o governante socialista na entrevista que será publicada na edição de domingo do PÚBLICO e transmitida no mesmo dia às 12H00 pela Rádio Renascença e à noite pela RTP2. CM 090108
( na realidade Carlos César apenas admite, "no domínio das probabilidades", que os aviões que transportaram prisioneiros em Guantanamo possam ter sido abastecidos de combustível "nos Açores ou no Continente", à semelhança do que acontece com aviões civis... mas o CM tem que vender!!! )

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

sistema único no mundo.




A empresa tecnológica, Wit Software, de Coimbra vai lançar um sistema único no mundo das telecomunicações. É uma integração de vários serviços de telefone móvel, messaging e serviços de comunicação na internet, numa aplicação para computador, telemóvel, consola de jogos ou televisão.

De uma forma simples, introduz-se um telemóvel no computador, o que permite realizar em simultâneo, um conjunto de operações feitas no computador e no telemóvel, todas a partir de uma única aplicação no PC. Um sistema totalmente "Made in Portugal".Um trabalho com mais de dois anos de investigação e desenvolvimento e que incluiu testes na Alemanha e um lançamento comercial, em Portugal, para mais de cinco milhões de clientes.Um conjunto de soluções tecnológicas que engloba um servidor, que funciona como uma central de comunicação.Estão também disponíveis protótipos para demonstração, em ambiente real, com um aparelho inteligente e para a consola de jogos Nintendo. Um novo mundo de inovação tecnológica e com muitas vantagens, diz o engenheiro da Wit SoftwareEste sistema único no mundo das telecomunicações vai ser apresentado no evento de telecomunicações móveis mais relevante da Europa, entre os dias 11 e 14 de Fevereiro, em Barcelona. Pela primeira vez a nível mundial, uma empresa faz a integração de vários serviços de telefone móvel e de comunicação na internet. Não precisa de mudar de número de telefone e pode contactar com os amigos através de um PC e sempre ligado ao seu operador móvel.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Os Cinco Impérios de António Vieira


O conceito de “Quinto Império” não é uma invenção absoluta da mente do Padre António Vieira, que o elaboraria no papel, pela primeira vez numa nota manuscrita que haveria de ser anexada ao seu processo na Inquisição e que foi redigida em 1649, quinze anos antes da redacção da “História do Futuro”. É contudo certo que foi através deste padre jesuíta que a expressão “Quinto Império” veio a conhecer a luz do mundo, diversos autores referiam anteriormente a chegada eminente de um civilização de novo tipo, prenhe de promessas de paz e estabilidade que se estendesse por todo o Mundo.

O poeta romano Virgílio (Bucólicas, Poema IV) acreditava na vinda de uma criança que haveria de reinar como Deus num mundo de abundância. O poeta chegaria a identificar essa criança com o filho do imperador Augusto, mas quando a gravidez da imperatriz chegou ao termo e esta deu à luz uma menina, a profecia haveria de se revelar inconcreta, assim como a de Vieira que insistiria até ao último momento em identificar Dom João IV com o prometido “Imperador do Quinto Império”.

Antes de Virgílio, também o poeta grego Píndaro e o filósofo Platão acreditavam no regresso a um “Mundo de Ouro”, uma época ídilica em que todos os homens haveriam de viver em paz e harmonia. Provavelmente, a tese de Vírgilio há-de ter encontrado aqui a sua inspiração….

Mas até em Portugal, ainda antes da aparição de Vieira no século XVII, já corria em Portugal a corrente subterrânea de que para o país estaria reservado um papel diferente e supremo, tão cedo desde o misterioso “Milagre de Ourique” que estaria na base da fundação da nacionalidade e até na sua refundação aquando da chegada do Mestre de Aviz à realeza e que o cronista Fernão Lopes deixa transparecer quando na sua crónica escreve: “Da Sétima Idade que começou no tempo do Mestre (…) na qual se levantou outro mundo novo e nova geraçom de gentes”

Na Profecia de Daniel (II, 31-45), invocada na “História do Futuro” de António Vieira, o jesuíta apresenta a sua lista (e podemos dizer que esta é a lista “original”, uma vez que existem outras versões) dos Quatro Impérios a que sucederá o Quinto: Assírios (Ouro), Persas (Prata), Gregos (Bronze) e Romanos (barro e Ferro).

Em primeiro lugar, estranha-se a inclusão nesta lista do “Império dos Gregos”, porque efectivamente não houve nunca nenhum império grego na mais pura acepção da palavra… Os gregos da Antiguidade Clássica sempre foram demasiado desunidos, turbulentos e ciosos da independência das suas cidades-estado para formarem qualquer coisa semelhante a “Império Grego”, o que houve efectivamente foi um “Império Macedónico ou de Alexandre Magno” que não sobreviveu à morte do seu sonhador, e que sendo de língua grega e dominado fundamentalmente por cidadãos oriundos da península grega pode merecer tal designação com alguma propriedade. Vieira esclarece esta questão quando escreve: “dividiu-se em três reinos, do Egipto. da Macedónia, e da Ásia, em que se continuou com desigual fortuna e duração”. Sendo estes três reinos, o do Egipto Ptolomaico, o da Síria e Ásia dos Seleucidas e a Macedónia, que se separou das províncias orientais e sobreviveria até à conquista romana.

Umas últimas notas a propósito dos Cinco Impérios de Vieira:
a) Os quatro primeiros estão associados a metais, ou seja, a produtos da actividade metalúrgica humana, mas o quinto é o da Pedra, um material de origem natural que escapa ao fabrico humano… É como se Vieira quisesse dizer que todos os impérios universais anteriores tinham sido coisa humana, “fabricação do Homem”, mas que o Quinto haveria de ser diverso, verdadeiramente natural e original, além de superior aos quatro precedentes, porque haveria de derribar a estátua formada em diferentes partes pelas alegorias destes quatro impérios.

b) A deslocação do centro de poder de Oriente para Ocidente é evidente nesta lista de Vieira. À medida que os impérios dão lugar aos seus sucessores, o seu centro de gravidade desloca-se cada vez mais para Ocidente. Começa em Nínive, capital Assíria, mantem-se depois no Oriente, em Persepolis e desloca-se depois para a Grécia, Síria e Egipto e por fim para Roma. O Quinto Império esse, haverá de ser localizado no extremo europeu, nessa Finisterra de Pessoa chamada Portugal, o ponto mais ocidental do verdadeiro continente chamado Eurásia (onde o falso continente “Europa” não representa mais do que um apêndice).

c) A sucessão dos metais: Ouro, Prata, Bronze, Ferro e regresso ao Ouro (Quinto Império) invoca os mitos hindus que referem o ciclo Yuga, uma sucessão de quatro idades do mundo e um regresso ao “Mundo do Ouro” no final da passagem da roda do tempo. Este “mito do eterno retorno” (Mircea Eliade) está gravado na consciência colectiva de todos os povos de matriz indoeuropeia e trespassa todas as sociedades europeias modernas. Neste ponto, Vieira deixa transparecer esta influência e insere-se num quadro de pensamento indoeuropeu


in movv.org/2005/09/08/os-cinco-imperios-de-antonio-vieira/

Ano Vieirino

Designadas por Ano Vieirino, numa iniciativa da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, as comemorações terão a sua abertura oficial, num evento – Congresso Internacional - que ocupará todo o dia 6 de Fevereiro próximo, na Academia das Ciências de Lisboa.


O ano de 2008, será pois, ano de celebração do Jesuíta e da perpétua obra de uma figura ímpar da Cultura Portuguesa e Brasileira.Grande pensador do Quinto Império, Quinto, porque segundo ele - na interpretação de Agostinho da Silva - não haveria Sexto, já que, acreditava que os males de Portugal tinham a ver com o comando, logo, como o seu Quinto era católico e por maioria de razão o seu comando entregue a Deus, não poderia haver sexto. Assim ficou até hoje e nem Pessoa nem Agostinho o alteraram.Padre António Vieira, considerado um dos maiores prosadores da língua portuguesa, é um espírito complexo e vigoroso, paladino dos direitos humanos, patriota esforçado, utopista, visionário e politicamente realista. O padre António Vieira foi o sebastianista criador da ideia do Quinto Império, uma nova era sob a égide temporal de Portugal.Virtuoso da língua portuguesa, arrastava multidões com os seus dialécticos sermões, obras dramáticas e calculadas com exactidão para que provocassem as reacções desejadas no público. (1)

Espanta-nos desde logo a sua personalidade multifacetada: o insigne orador, que mereceu o título de “O Crisóstomo Português”; o conselheiro real e diplomata a quem D. João IV gabava a “lábia”; o missionário imbuído de profunda religiosidade, o “Payassu” (“Padre Grande”), como o alcunharam os Índios.Em todos os textos de feição visionária – sejam eles a História do Futuro, o Livro Anteprimeiro (prólogo explicativo daquela), as Esperanças de Portugal, a Clavis Prophetarum ou mesmo a Defesa Perante o Tribunal do Santo Ofício – se procura explicar o verdadeiro sentido das profecias de Bandarra, as quais, infalíveis em tantos pormenores, haviam também de o ser na consumação do Quinto Império: um império universal, totalizante, harmónico, onde coubessem todas as raças e todas as culturas, unidas espiritualmente num único reino cristão e católico. (2)

No seu livro “História do Futuro” de 1718, o Padre António Vieira expunha ser ele também mensageiro da loja branca e senhor do segredo divino, num misto de ocultismo e de cristianismo de sentimento sebástico de concepção ocultista e cristã doImpério das raças e sub-raças, com a esperança de que o Quinto Império anunciado para depois do segundo é o império espiritual português. É sua a sublimar frase: Para se avaliar a esperança, há-se de medir o futuro.

A “História do Futuro”, é um manancial de profecias ao profeta Daniel, intérprete do sonho de Nabucodonosor onde vai colher o fundamento do mito do Quinto Império e que o Padre António Vieira no sermão de acção de graças pelo nascimento do príncipe D. João assim descreve: Nabucodonosor, aquele grande monarca, pôs-se uma noite a considerar se o seu império seria perpétuo, ou se depois dele sucederiam outros no mundo; e adormecendo com estes pensamentos viu aquela famosa estátua tantas vezes pregada nos púlpitos, cuja cabeça era de oiro, o peito de prata e o ventre de bronze, e daí até aos pés de ferro. Viu mais que uma pedra caída do alto, dando nos pés da estátua, a derrubava e fazia em pó, e a mesma pedra crescendo se aumentava e dilatava em um monte de tanta grandeza que enchia toda a terra. Este foi o sonho de que Nabucodonosor totalmente se esqueceu, até que o profeta Daniel lho trouxe outra vez à memória e lhe declarou a significação dele. A cabeça de oiro – diz Daniel – significa o primeiro império, que é o dos Assírios, a que hão-de suceder os Persas; o peito de prata significa o segundo império, que é o dos Persas, a que hão-de suceder os Gregos; o ventre de bronze significa o terceiro império, que é o dos Gregos, a que hão-de suceder os Romanos; o demais de ferro até os pés significa o quarto império, que é o dos Romanos, a que há-de suceder o da pedra, que derribou a estátua: porque ele é o último; e assim como a pedra se levantou à altura e se estendeu à grandeza de um monte que encheu todo o mundo, assim este império dominará o mesmo mundo, e será reconhecido e obedecido de todo ele. (3)

Na História do Futuro podemos ler o seguinte:Tudo que abraça o mar, tudo que alumia o sol, tudo o que cobre, e rodeia o sol, será sujeito a este Quinto Império: não por nome ou título fantástico, como todos que até agora se chamaram impérios do mundo; senão por domínio, e sujeição verdadeira. Todos os reinos se unirão em um ceptro, todas as cabeças obedecerão a uma suprema cabeça, todas as coroas se rematarão em um só diadema, e esta será a peanha da cruz de Cristo. (4)

É este o império espiritual do padre António Vieira, implantado sob a Cruz e que, no rasto do sapateiro de Trancoso cujas profecias datavam de 1554, predizia o mito sebástico vinte e quatro anos antes da batalha de Alcácer Quibir.

Fontes:
1 – Dicionário de autores da língua portuguesa – Amigos do livro – Editores.
2 – Sermões escolhidos, Padre António Vieira - Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses.
3 – Estudo biográfico e crítico, Hernâni Cidade. Vol. I - Agência geral das colónias.
4 – História do Futuro - Oficina de António Pedrozo Garlam

com a devida vénia a "jorsoubrito" in jorsoubrito.multiply.com/journal/item/161
ver também http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo10551.pdf

Quarto cabo submarino inoperacional numa semana


O corte de dois cabos de comunicação submarinos no Mediterrâneo e de dois no Golfo Pérsico, durante a semana passada, continuam por esclarecer.

Após o corte de dois cabos submarinos no Mediterrâneo, cortados independentemente, no dia 29, com poucas horas de diferença e com um forte impacto na capacidade das comunicações e economia, em países desde o Norte de África à Índia, foram cortados ou ficaram inoperacionais mais dois, na sexta-feira, no Golfo Pérsico. O primeiro cabo a ser cortado terá sido o Falcon, a cerca de 55 quilómetros da costa do Dubai, seguido por uma falha, causada por problemas técnicos ou corte, de outro cabo, ligando o Qatar aos Emiratos Árabes Unidos.
A teoria mais convencional, de corte acidental por um navio desviado da rota, foi já posta de parte, pelos menos para os dois primeiros cabos, pelo governo egípcio, um dos países mais afectados pela quebra de comunicações.
Apesar de as operadoras responsáveis pela exploração dos cabos terem rapidamente posto em marcha ligações de contingência, através de outros cabos, a capacidade de comunicação dos países mais afectados foi seriamente comprometida, até cerca de 60 por cento nalguns casos.
A rede de cabos submarina possui uma taxa de falência bastante baixa, estando todavia sujeita aos movimentos tectónicos violentos que ocorrem na crosta terrestre submersa. Exemplo de quebra por actividade sísmica foram os cabos cortados pelo terramoto e réplicas que assolaram o sudeste asiático em 2004 e que provocaram um dos mais mortíferos tsunamis de sempre.
Dois dos cabos cortados, o Flag e o Falcon, são propriedade da empresa Flag Telecom e fazem parte de uma das estruturas de comunicação submarina mais recentes. in equipa da Casa dos Bits quarta-feira, 06 Fevereiro 2008

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

...a obesidade e o tabagismo!

Pessoas saudáveis ficam mais caras ao Estado...

Contrariamente ao que se pensa, não são as doenças como a obesidade e o tabagismo que mais contribuem para as despesas da Saúde Nacional.
O estudo, realizado por investigadores holandeses e publicado no boletim da Biblioteca Pública da Ciência Médica, contradiz a noção de que são doenças como a obesidade e tabagismo que contribuem para o buraco financeiro do Sistema Nacional de Saúde. Na verdade são os cidadãos saudáveis que mais contribuem para as despesas.
Para provar esta ideia o estudo criou modelos, que simularam a longevidade, e suas consequências, de três grupos distintos: os saudáveis, os obesos e os fumadores.
Os resultados mostraram que, entre os 20 e os 56 anos são realmente as pessoas com obesidade que representam um maior peso para as despesas do Estado.
Acontece que também está provado que estes cidadãos, juntamente com os fumadores, tendem a morrer mais cedo.
Ou seja, analisando as contas a longo prazo, o peso destes cidadão fica diluído no tempo, representando menos do que as pessoas saudáveis, que vivem mais anos. in www.abc.casadosbits.pt - 2/6/2008 12:33 PM

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

uma herdade em Alcochete...


Revelou o "Sol" que uma sociedade "off shore" comprou, em 7 de Dezembro passado (quando já eram conhecidas por alguns "happy few" bem colocados as conclusões do LNEC sobre Alcochete), uma herdade na zona onde vai ser construído o novo aeroporto por 250 milhões de euros (6,52 euros o m2).
Imagine-se quanto passou a valer o terreno quando, um mês depois, o Governo divulgou a escolha, que, pelos vistos, os sócios da tal "off shore" (que, como os encapuzados que financiaram o estudo da CIP, são anónimos) já conheciam. Evidentemente que nunca haverá, no caso, prova de coisa nenhuma, muito menos de tráfico de influências.

O bastonário deve, pois, calar-se sobre o assunto, já que, não podendo ordenar escutas, realizar buscas, interrogar suspeitos ou inquirir testemunhas, não terá "provas" para apresentar.
Também o ex-vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, não tinha "provas".
Nem o general Garcia dos Santos, que denunciou a corrupção na JAE, onde, apesar de uma auditoria ter revelado que "voaram" 108 milhões de contos, nunca se descobriram "provas" contra ninguém.

Hoje, em Portugal, só aparecem "provas" quando um Silva qualquer furta uma pasta de dentes num supermercado.
As leis penais e processuais penais aprovadas pela AR encarregam-se disso. Por outras, palavras, Manuel, António, Pina JN

CAMPANHAS ANTITABACO


por exceder a área destinada a fumadores...

Um bar em Espinho foi autuado pela PSP de Aveiro numa operação de fiscalização de rotina por exceder a área destinada a fumadores e não ter a funcionar qualquer equipamento de extracção de ar.

No entanto, o estabelecimento não foi obrigado a mudar rigorosamente nada até que Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) se desloque às instalações.

A PSP alega que compete à ASAE confirmar a medição da área destinada a fumadores, bem como a qualidade dos equipamentos que preservam a qualidade do ar.Ao CM, o comissário Sérgio Loureiro explicou que “a legislação do tabaco é ainda muito recente e que nem tudo está definido no que toca à actuação das forças de segurança”, mas acrescenta: “Se o estabelecimento fosse encerrado ou obrigado a corrigir a alegada infracção poderíamos estar a provocar um prejuízo ao proprietário superior ao bem público que pretendíamos proteger.”
No caso concreto, refere ainda o comissário, “se a questão da falta de extracção neste bar era flagrante, já a medição das áreas – de fumadores e não fumadores – terá de ser feita com todo o rigor”.
CM 05Jan08 Carla Pacheco com Lusa. Foto Bruno Colaço

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Eu não acredito em bruxas! Pero que l'ASAE... l'ASAE...


CDS-PP quer prevenir actuação abusiva da ASAE
Entre as várias medidas, de acordo com o projecto divulgado este sábado, a ASAE não poderá publicar a identidade das empresas que inspecciona ou os processos de contra-ordenação instaurados.

Para o CDS-PP, ASAE deverá permitir que os comerciantes inspeccionados podem aceder aos processo e autos em que sejam intervenientes.Por outro lado, os agentes daquela força não poderão recusar identificar-se no decursos das acções fiscalizadoras, segundo o projecto dos democratas-cristãos.

Em relação ao Governo, este deverá publicar todos os anos “o relatório de actividades e serviços, os números relativos às pendências judiciais com origem nos autos da ASAE” e as taxas de sucesso das acções.
CM Sábado, 2 de Fevereiro de 2008