terça-feira, 19 de maio de 2020

NEWS E FAKE NEWS.

(copy/paste sem conferir a veracidade)
Eu sei que em tempo de COVID não se fala noutra coisa, Mas a vida continua e no mundo gramsciano em que cada vez mais vivemos, vão acontecendo coisas estranhas e desconhecidas para quem não tem tempo ou pachorra para ir além das gordas dos jornais ou dos títulos das notícias.
E contudo, também neste tempo de covid, uma constante se mantém: a de que quem não é de esquerda é uma besta e quem é de esquerda, ou é fantástico, ou não se fala nisso, e se não se fala nisso, então nada aconteceu.
É por isso que toda a gente sabe que o que se passa nos EUA e no Brasil é uma calamidade, o que se passa em Portugal ou na China é um sucesso, mas o que se passa na Rússia, em Espanha, em Taiwan, na Republica Checa, etc, não consta nas notícias espalhadas pelas agências noticiosa do costume, porque poderia levar as pessoas a pensar o contrário do que a hegemonia cultural entende como "bempensar".
Mas há mais alguns casos maravilhosos:

1- Nos EUA, foram desclassificados nomes da Administração Obama, que estiveram envolvidos, já na fase de transição, no acesso e uso ilegal de informação classificada relativa a personalidades da nova administração. Desde o próprio Obama ao chefe da CIA, FBI, etc, toda aquela malta cozinhou uma maneira de tramar o então General Michael Flynn. Folheando os media tradicionais, ou este magno assunto não é sequer referido, ou é tratado em nota de rodapé. Por cá, onde tudo o que Trump faz ou desfaz, ou diz ou não diz, é criticado de fio a pavio, nem um pio sobre este explosivo assunto, perfeitamente equiparado ao Watergate, porque se trata de usar o poder para sabotar adversários políticos. Resumindo, nada é noticiado, logo o Trump é uma bosta.

2- Todos se recordam do que aconteceu há tempos quando um juiz conservador ( Kavanaugh) foi nomeado pela actual administração, para o Supremo Tribunal dos EUA. Surgiram alegações de uma mulher, que se reclamava vitima de violação, em declarações confusas e datadas da adolescência. Tal não impediu o espectáculo que se montou, o desfilar de indignações, as transmissões em directo para todo o mundo, o horror, o terror, o ódio, a condenação contra o Trump. Há dias surgiu uma alegação, muito mais concreta e fundamentada, de uma ex assessora de Biden, o vice de Obama e candidato democrata à Presidência americana. A diferença não podia ser mais chocante. Correndo desde a CNN ao NYT, passando pelos media hegemónicos, correspondentes das televisões nos EUA, jornais e televisões portuguesas, e profissionais da indignação vários, é como se isto fosse um não assunto, coitado do homem, ela é uma aproveitadora, até as valentes defensoras do "Me too" assobiam para o ar, titubeiam, afinal há que averiguar, não se pode condenar o Biden só assim de caras, há que contextualizar. Resumindo, o assunto não é noticiado, logo não existe e o Trump é uma besta.

3. Quotidianamente, as nossas televisões e jornais, ressaltam o facto de o Trump ser uma cavalgadura e dão conta dos "progressos" da oposição ao Trump, desde o presidente da junta que fez isto ou aquilo até á manifestação de não sei quantos marmelos que berram contra o Trump no cruzamento entre uma rua e outra. Ontem, houve eleições parcelares na California e no Wisconsim. Alguém ouviu falar disso? Claro que não e sabem porquê? Porque não foram ganhas pelos darlings da esquerda, mas por gajos ligados ao maldito Trump. Se estes darlings tivessem ganho, não tenho qualquer dúvida que teríamos uma pormenorizada dissecação das vitórias que anunciam o fim desta administração, e ecos internacionais cheios de entusiasmo, incluindo peças inflamadas dos correspondentes da SIC e da RTP. Mas como não foi isso que aconteceu, não há notícias, logo nada aconteceu e o Trump é uma merda.

O que eu pretendo com isto?
Apenas ilustrar que a receita do comunista italiano Gramsci, de alcançar a hegemonia cultural pelo controlo do que se pensa , se diz e se divulga, resultou em pleno e estamos a caminho da sociedade de 1984, onde só existe o "bempensar" ou seja, o pensar em conformidade com o que os pastores acham bem. Ao rebanho apenas se pede que expresse os seus balidos de acordo com o pensamento único e correcto. Não esquecendo que o que não pode ser dito não pode ser pensado e o que não pode ser pensado não existe. (por José Carmo no FeiçeBuque)