A 23 de abril de 2010, George
Papandreou anunciava que a Grécia não tinha resistido à pressão dos
mercados e não restava outra alternativa senão pedir ajuda financeira
internacional à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional (FMI),
atirando o país para a incerteza. O então primeiro-ministro grego falava a
partir da ilha de Kastellorizo. Mais de 3.000 dias, três regastes e 300
mil milhões de euros depois, há esta segunda-feira uma cerimónia simbólica
naquela ilha pitoresca ao largo da costa turca para celebrar o fim de uma crise
sem precedentes na democracia mais antiga do mundo que deixou a Zona Euro à
beira do colapso. Findo o terceiro resgate, os gregos passam a andar pelo seu
próprio pé a partir de hoje.[...]
Oito anos depois do
primeiro pedido de ajuda, hoje a Grécia volta mandar nos seus destinos. Economia
está a recuperar, mas dívida deixa Atenas e investidores em alerta. [...]
Para já, os investidores parecem
novamente dispostos a emprestar dinheiro ao país a um preço aceitável. Os juros
gregos na maturidade a 10 anos rondam os 4,322%, bem longe dos 40% observados
em 2012, aquando do perdão de dívida à Grécia no valor de mais de 100 mil
milhões de euros envolvendo apenas os investidores privados, bancos portugueses
incluídos.