Os problemas de fundo da nossa falta
de competitividade permanecem e não têm solução à vista. Continuamos sem
crescer mais termos anuais do que a média da Zona Euro — veremos os números
finais do PIB de 2017 mostram o contrário –, estamos ainda mais atrás da
Espanha — que tem taxas de crescimento anuais acima dos 3% desde pelo menos
2016. Mas persistimos em enfiar a cabeça na areia e não olharmos de frente para
os problemas estruturais que temos em termos demográficos, em termos de
sustentabilidade da nossa Segurança Social ou até a viabilidade
económico-financeira do nosso Estado Social.
.
Vem isto a propósito do quase
‘milagre’ económico do Governo de António Costa com contas públicas
aparentemente controladas — e com boas novas a caminho já na próxima semana do
Instituto Nacional de Estatística sobre os números finais do crescimento do PIB
em 2017.
Esse ‘milagre’, contudo, arrisca-se a ser uma fantasia pelas mesmas
razões que levaram à falta de sustentabilidade dos ciclos económicos de
Guterres e Sócrates.