um Orçamento do newspeack orwelliano,
em que o que é tem de ser
apresentado como não sendo o que é…
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Com artifícios de
linguagem – em tudo idênticos com o tentado ao procurar que o perdão fiscal
recentemente anunciado não fosse designado de perdão fiscal… – procura-se
esconder o incumprimento de uma das promessas da geringonça, dizendo que foi só
“meio incumprimento”.
Tudo isto bem envolvido
na nova língua de pau da governação, de que é exemplo supremo a mensagem
no Youtube do Costa que consegue a proeza de não explicar um só ponto
do Orçamento e das suas opções, limitando-se a repetir frases feitas sobre os
desígnios da actual maioria. Para dizer o que disse, bem podia ter ficado
calado.
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Vamos ao exemplo mais
gritante, a falácia de que a sobretaxa do IRS vai ser devolvida gradualmente.
Não vai, nem isso nunca podia acontecer. O que vai acontecer é que essa taxa
vai diminuir e a única coisa que é gradual é a evolução dos descontos nos
ordenados dos trabalhadores por conta de ontem.
realmente,
a sobretaxa mantém-se
para todo o ano de 2017, os descontos na fonte nos salários dos trabalhadores
por conta de outrem é que irão desaparecendo gradualmente. O resto é propaganda
e mistificação.
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outro exemplo:
Esta
estratégia tem componentes políticas de nenhuma subtileza – o aumento de 10
euros nas pensões dos reformados ocorrerá apenas em Agosto, ou seja, a tempo de
receberem duas prestações da sua nova pensão antes de irem votar nas
autárquicas – mas de elevado custo – os 187 milhões que
esse aumento custará em 2017 transportará para 2018 um encargo anualizado de
400 a 450 milhões de euros. (in
Observador
por )