Só
não vão ser noticia notícia na abertura das tv’s porque o Mundial dá “mais audiências”.
O
que me espanta é que os “melhores jornalistas” da “melhor imprensa” do mundo e
arredores não tenham aprendido uma máxima bem portuguesa: «eu gosto de dizer
mal “deles”, mas não gosto que “outros” me venham dizer mal “deles”»
É
certo que nas Escolas que formam “a geração (de jornalistas) mais bem preparada
de sempre se aprende que “uma boa notícia é uma má noticia” mas tantas “boas
notícias” conseguiram afastar os leitores da única coisa que ainda lhes
minorava a iliteracia.
Hoje
apenas o tablóide Correio da Manha e o “diário do reviralho”, o 1º de Janeiro,
conseguem tiragens que se aproximam dos Metro, dos Destak e, claro, dos periódicos
do futebol.
…mas
ainda não perdi a esperança:
Um
dia, quando crescerem, serão jornalistas!
Este
pedaço de texto de José Manuel Fernandes, Jornalista, é revelador:
Há
em Portugal uma espécie de regra não escrita do jornalismo de sentido
único de acordo com a qual basta meia dúzia de manifestantes juntarem-se nas
imediações de qualquer acto oficial para se lhes dar a mesma, porventura até
mais cobertura do que ao evento que está a decorrer.
Os
sindicalistas, em especial os sindicalistas da CGTP, sabem que assim é e,
apesar de muitas vezes serem os mesmos e só terem levado as suas faixas de um
“protesto” para outro, já sabem que têm garantida uma generosa cobertura mediática.
…na
Guarda, durante as cerimónias do 10 de Junho, era isso que estava de novo a
acontecer até que o Presidente da República se sentiu mal e teve de ser
socorrido no local.
Os
manifestantes, onde avultava a figura de Mário Nogueira, ignoraram o facto e
continuaram aos gritos, só se calando depois de o Chefe de Estado Maior das
Forças Armadas, general Pina Monteiro, ter subido à tribuna para pedir
“respeito por Portugal e pelas Forças Armadas”
E
amainaram porque, nessa altura, a população presente fez sentir aos
manifestantes que já tinham ido além do tolerável.
Mesmo
assim, ao olhar hoje para as bancas de jornais, vemos que houve quem entendesse
que se justificava chamar à primeira página a existência dos protestos, apenas
porque existiram.
…