Foi algures no meio do Verão de 2019 que o Presidente da República e o primeiro-ministro consensualizaram um com o outro a decisão de não reconduzir Joana Marques Vidal no cargo de procuradora-geral da República.
Para ambos, dois processos terão sido decisivos na decisão de não reconduzir a ainda PGR: a "operação Fizz", na qual o MP insistiu na ideia, muito prejudicial para as relações diplomáticas Lisboa-Luanda, de que o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente, suspeito de corrupção, deveria ser julgado em Portugal; e o caso do roubo das armas em Tancos, não só por causa da morosidade da investigação do MP mas também ter ignorado, antes do assalto, uma denúncia anónima a alertar para o que podia acontecer.
Marcelo e Costa combinaram então que não reconduziriam Joana Marques Vidal com base no argumento de que o mandato do PGR deve ser único, a bem da sua independência face ao poder político.